O movimento de vendas do varejo paulistano cresceu em média 2,8% na primeira quinzena de julho na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Esse aumento foi maior do que o registrado em junho (2,2%), o que mostra que a economia está lentamente se recuperando após a paralisação dos caminhoneiros", diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). O resultado, porém, não foi uniforme entre os sistemas à vista e a prazo.
As vendas à vista ― que abrangem bens não duráveis como vestuário, calçados e acessórios ― recuaram 1,6%. Apesar de negativo, foi um resultado melhor do que o registrado no mês de junho (-5,7%). "As vendas de roupas e calçados da moda Outono-Inverno tiveram um suspiro com a frente fria que chegou à capital e com a antecipação das liquidações de inverno. Mesmo assim, as vendas continuaram no vermelho nesses primeiros 15 dias de julho porque em 2017 o frio foi mais intenso e prolongado do que está sendo neste ano até agora", comenta Burti.
Já as comercializações a prazo subiram 7,1% na primeira quinzena de julho (ante igual período de 2017), um arrefecimento ante o saldo positivo de 10,1% em junho. "Embora tenham registrado um bom crescimento, os bens duráveis, comprados principalmente a crédito, foram prejudicados pela saída prematura do Brasil da Copa do Mundo, o que pode ter enfraquecido a venda de TVs, eletroportáteis e outros produtos que as pessoas compram para receber os amigos e ver os jogos", avalia Burti.
Por outro lado, ele acrescenta: "Tem TV sobrando no comércio, mas tem também Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Então, com promoções e condições adequadas ― tanto de preço quanto de prazos ― é possível vender bem esses produtos".
Variação mensal
Frente à primeira quinzena de junho, as vendas do comércio de SP caíram em média 12% nos quinze primeiros dias de julho. O sistema a prazo recuou 11,2% e as vendas à vista sofreram retração de 12,7%. Burti explica que o resultado foi sazonal e ficou dentro da média dos últimos três anos (queda de 11,1%). "Essa perda é normal, pois tem a ver com o Dia dos Namorados, que sempre cria uma base forte de comparação na primeira metade de junho".
O Balanço de Vendas é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, com amostra fornecida pela Boa Vista SCPC.
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