Projeção elaborada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) aponta que o varejo nacional deve fechar o ano com crescimento de 3,6% sobre 2017. De acordo com o presidente da entidade, Alencar Burti, o número é motivo para se comemorar, mas ao mesmo tempo pede cautela. "Considerando-se que essa tem sido a recuperação econômica mais lenta da nossa história, e também os percalços provocados pela paralisação dos caminhoneiros, é um aumento importante, maior do que o do ano passado. Mas o cenário é muito instável, principalmente o político-eleitoral. Muita coisa pode mudar até o fim do ano".
O avanço de 3,6% esperado para 2018 se refere ao varejo restrito, que exclui automóveis e material de construção. Trata-se da segunda alta anual consecutiva do comércio brasileiro, que no passado subiu 2,1%. Por outro lado, os dois resultados positivos não recuperam as perdas de 2016 e 2015, quando o setor caiu 6,3% e 4,3% respectivamente.
Burti comenta que, até o momento, os destaques do setor têm sido os bens duráveis ― justamente os que mais sofreram nos últimos anos ―, beneficiados pelos juros menores e prazos maiores.
Para o ano que vem, ele afirma que não dá para fazer projeções, pois a disputa eleitoral e o nervosismo do mercado tornam qualquer palpite inviável. "Não dá para falar nada sobre 2019, pois o leque das eleições está muito aberto".
A projeção foi feita pelo Instituto de Economia da Associação com base em dados do IBGE e do Índice Nacional de Confiança/ACSP.
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