Uma viagem pelo Brasil mostrou a Fred Rocha, publicitário e especialista em varejo, que a crise econômica e política, que está atingindo grandes e pequenos negócios ainda não é uma realidade nacional.
Cidades como Sobral, no Ceará, Petrolina, em Pernambuco, e Mossoró, no Rio Grande do Norte, são alguns dos lugares onde empreendedores seguem otimistas, de acordo com Rocha. Ele ainda acrescenta que quanto menor a cidade e maior a dependência daagricultura, melhor a perspectiva para micro e pequenas empresas.
Em 55 dias, Rocha conta ter percorrido mais de 13 mil quilômetros visitando estabelecimentos de 19 estados para encontrar histórias capazes de inspirar outros comerciantes.
A ideia era descobrir o Brasil que dá certo, conhecer empreendedores, comerciantes, feirantes e vendedores que se reinventam apesar das adversidades que o país atravessa.
No roteiro estavam ruas de comércio, projetos de revitalização, feiras, shoppings e pequenos lojistas indicados pelos próprios moradores de cada cidade. Rocha buscava inovação, criatividade e força de vontade.
O apelo à criatividade e promoções foram os recursos mais observados por Rocha em sua expedição, contra o desemprego, crédito caro, e oendividamento das famílias. Em 2015, o varejo fechou quase 100 mil lojas, e registrou o maior tombo nas vendas desde 2001.
“Queremos mostrar exemplos locais para despertar a vontade de melhoria contínua, e fomentar o espírito empreendedor e a vontade de encantar clientes”, diz Rocha.
Em uma experiência semelhante, em 2015, Rocha viajou aos Estados Unidos e por uma semana visitou várias empresas de nicho. Foi assim que concluiu que é possível conquistar muito espaço quando se tem um foco muito bem definido de negócio.
Em Seattle, por exemplo, o pesquisador conheceu uma loja especializada na venda de guarda-chuvas, e outra que só comercializa mapas. Na Califórnia, conheceu uma loja idealizada para canhotos, e logo em seguida soube da inauguração de outra no mesmo estilo no Sul do Brasil.
Com um cenário mais favorável Rocha acredita que o americano se sente mais seguro para ousar, a ponto de apostar em um negócio de nicho, e se especializar sem medo.
PELO BRASIL
Distante de todo o repertório tecnológico que presenciou nas regiões sul e sudeste do país, Rocha se surpreendeu com o que viu no Nordeste.
Uma ideia simples como a do italiano Angelo Spisto, proprietário daClassico Gelato Italiano, em Natal, no Rio Grande do Norte, mostra como é possível melhorar a apresentação de um produto, e reduzir custo ao mesmo tempo.
Com picolés em formato de barra de chocolate e coração, o chef de gelateria perdia vendas e charme ao embalar o produto, que acabava camuflado pela embalagem.
Enquanto grandes sorveteriasinvestem em embalagens sofisticadas em busca de espaço no conceito premium, Spisto foi na contramão e optou justamente por abolir a embalagem, e expor seus picolés in natura.
Além de encarecer o alimento, a embalagem o torna muito comercial, de acordo com Rocha. Uma característica bem diferente da proposta de Spisto que quer entregar um produto caseiro, artesanal, e com valor agregado.
“Paguei R$ 15 e achei barato. Enquanto um pão de queijo frio e duro, vendido a R$ 2, me saiu a coisa mais cara da viagem”.
Uma estratégia inteligente, que garantiu ao empresário duplicar o tamanho de sua loja em menos de um ano.
PEÇAS COMO PATROCÍNIO
Piloto de motocross desde os 13 anos, Duda Pereira, 25 anos, fez do esporte um negócio, em Massaranduba, Santa Catarina. Com a ajuda da família, ela conseguiu alguns patrocínios, mas que só podiam oferecer peças e acessórios para a sua moto.
Sem usar tudo o que recebia de alguns lojistas, decidiu colocar uma das peças à venda no Mercado Livre para quem sabe, conseguir investir mais no esporte.
A ideia funcionou ,e por algum tempo, se tornou a solução para Duda participar de muitos campeonatos.
Na mesma época, Viviane Pereira, mãe de Duda, fazia um MBA em negócios, e transformou a iniciativa da filha em um plano de negócios, para apresentar como trabalho de finalização de curso.
Assim nasceu a Pé no Estribo, o maior e-commerce de motopeças do país, com um centro de distribuição que além de entregar para todo o Brasil, também exporta. Neste ano, mãe e filha inauguraram a primeira loja física da Pé no Estribo, em Joinville.
ESCAMBO
Em Itabirito, em Minas Gerais, a mercearia Paraopeba tem apenas 24 metros quadrados, vende mais de mil itens, e aceita dinheiro, fiado e pratica o escambo.
Na quarta geração, a casa mantém essa tradição há 121 anos, e fornece matéria-prima para os produtores, como frutas, ração e mel, e recebe em troca doces caseiros, ovos, leite, entre outras coisas.
Durante o contato com o atual herdeiro negócio, Roney Almeida, Rocha acompanhou um pouco do dia a dia do negócio, e constatou que o negócio é mesmo rentável.
“Eles acabaram de inaugurar outro empório, mas com outra proposta, bem moderno”, diz.
Além de ser muito procurado por quem mora na pequena cidade, a mercearia está entre os principais pontos turísticos de Itabirito.
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