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Tensão marca a reta final de 2015

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Notícias 02 Dez, 2015
O Ibovespa caiu 1,63% no mês e acumulou prejuízo de 9,77% no ano. As aplicações de renda fixa não conseguiram superar a inflação elevada em novembro. Neste mês, o investidor deve acompanhar o mercado de perto

O Ibovespa caiu 1,63% no mês e acumulou prejuízo de 9,77% no ano. As aplicações de renda fixa não conseguiram superar a inflação elevada em novembro. Neste mês, o investidor deve acompanhar o mercado de perto

O nervosismo que dominou os mercados em novembro e levou a bolsa a fechar em queda de 1,63%, aos 45.120 pontos, devem reverberar no início do último mês do ano. No ano, o Ibovespa (índice que reúne as ações mais negociadas e de maior valor de mercado da bolsa) acumulou queda de 9,77%, segundo ranking do administrador de investimentos Fabio Colombo.  

A avaliação é que dificilmente haverá um rali de Natal - quando os investidores decidem realizar lucros - na avaliação de Pedro Galdi, analista de investimentos da consultoria Whatscall. "Pode até ser possível uma reação se todas as questões forem solucionadas, o que é difícil por causa do cenário político engessado", diz. 

A primeira semana do mês será marcada pela votação da meta fiscalno Congresso, divulgação do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas do país) do terceiro trimestre do ano e de indicadores do mercado de trabalho norte-americano - que podem reforçar a tese de uma alta de juros nos Estados Unidos neste ano. 

As investigações da Operação Lava Jato avançaram com a prisão do senador Delcídio do Amaral e do banqueiro do BTG Pactual André Esteves, o que contaminou de forma expressiva as ações de outros bancos na bolsa. 

Uma ação que puxou o Ibovespa para baixo no mês foi a preferencial (PNA) da Vale, com queda de 24% no mês, e a ação ordinária da companhia, que caiu 22,16% no mesmo período. "Parte dessa queda está associada à redução da cotação internacional do minério de ferro e outra parte ao rompimento da barragem de Samarco, em Mariana (MG), da qual a Vale é sócia", afirma Galdi. 

Segundo o analista, cada vez mais a Polícia Federal chega perto de nomes importantes de políticos e isso tende a trazer muita volatilidade ao mercado na reta final deste ano. "A crise política está afetando a econômica, e agrava a confiança", diz. 

 

 

Outro fato que traz nervosismo na primeira semana do mês é a visita da equipe da agência internacional de classificação de risco de crédito Standard & Poor's ao Brasil nesta semana. 

Segundo o analista, o dólar está acompanhando mais de perto os movimentos da crise política. A moeda fechou o mês em alta de 0,63%, com valorização de 45,96% no ano. "O boom para investir em aplicações atreladas ao dólar já passou. Agora, os ganhos dificilmente são expressivos e há um risco maior", diz. 

Segundo Colombo, o ouro fechou em queda de 5,88% em novembro, por causa de sua cotação no exterior, mas ainda acumula 30,18% no ano. O euro caiu 3,41% em novembro, mas no ano subiu 27,15%. "Os desdobramentos da Operação Lava Jato, a piora da economia com o aumento do desemprego e a paralisia do governo tendem a deixar o mercado neste marasmo no próximo mês", afirma. 

RENDA FIXA
 
A expectativa na primeira semana de dezembro será em torno da divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode trazer sinais sobre os rumos da taxa básica de juros (Selic), mantida em 14,25% ao ano. Dois dos oito membros do comitê votaram a favor de uma alta de 0,50 ponto percentual na última reunião do ano. 

"Talvez o Comitê decida aumentar um pouco a taxa de juros em janeiro, mas apenas para fazer um ajuste no juro real, que está prejudicado pela inflação ainda muito alta", afirma Colombo. 

Tanto que em novembro, todas as aplicações perderam do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que foi de 1,52% no mês. 

 

 

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro ainda não foi divulgado, mas a estimativa é que os títulos públicos indexados a este índice ofereçam um rendimento indicativo de 1,30% a 1,45% no mês, dependendo do vencimento. No ano, o retorno estimado é de 15,70%, segundo Colombo. 

Os fundos de renda fixa, por outro lado, devem oferecer retorno bruto de 1% a 1,15% em novembro, dependendo da taxa de administração. No ano, a rentabilidade estimada foi de 10,91%. Os fundos DI tiveram um desempenho inferior, com ganhos de 0,95% a 1,10% no mês, dependendo da taxa de administração. 

Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com remuneração indicativa de 85% a 110% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, taxa aplicada entre bancos) renderam, em média, de 0,90% a 1,05% no mês e 12,17% no ano, de acordo com o risco de crédito do banco. 

Mas ainda foram melhores do que a caderneta de poupança, que continua perdendo a capacidade de preservar o poder de compra com a rentabilidade líquida de apenas 0,73% no mês e de 7,29% no ano - abaixo do IGP-M de 10,41% no mesmo período. 

Segundo Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest, o IGP-M está alto porque reflete a valorização do dólar - que deve seguir pressionado em razão da possível alta dos juros nos Estados Unidos e a ameaça de novo rebaixamento da nota de classificação de crédito do Brasil no começo de 2016. 

Ele diz que, ainda assim, o investidor deve ter cautela na hora de selecionar aplicações financeiras, de forma a proteger-se da instabilidade na política e na economia.

"Quem tem investimentos atrelados ao CDI deve buscar uma remuneração superior a 100%. Recomendo colocar 70% dos recursos em aplicações pós-fixadas (cujo rendimento acompanha um índice), 15% em prefixadas (na qual se sabe de previamente a taxa de retorno) e 15% em investimentos atrelados ao IPCA ou IGP-M. É uma carteira conservadora e não deve oferecer o maior desempenho do mercado, e sim estabilidade no período de incerteza", completa. 

FOTO: Thinkstock

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