Os preços de serviços fizeram subir os gastos para o Dia dos Namorados, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), divulgada nesta quinta-feira (08/06) no Rio de Janeiro.
O setor como um todo teve uma elevação de 6,14%, superando a inflação de 4,05% apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV) entre junho de 2016 e maio deste ano.
Considerando serviços e presentes para a data festiva dos namorados, os preços também ficaram acima da inflação do período, atingindo 4,78%. Entre as opções de serviços mais procuradas pelos casais, o teatro registrou a maior alta (27,14%), seguida por show (12,92%) e cinema (6,91%).
Segundo avaliou o coordenador do IPC do Ibre-FGV, André Braz, serviços continuam pressionando o custo de vida, embora tenham mostrado ligeira retração em relação a 2016, quando subiram, em média, 8,06%.
“Mesmo a gente enfrentando aumentos menores, tem muito mais gente fora do mercado do que no ano passado” afirma Braz. “Então, não adianta não subir tanto se você não tem emprego para pagar suas contas.”
O coordenador esclareceu que parte da infraestrutura para a prestação de serviços é ligada à inflação passada ou sofre muito a influência de preços administrados. Um restaurante, por exemplo, paga aluguel, luz, água e empregados e repassa a inflação para os preços.
No entanto, essa transferência de custos é reduzida pelo fato de a demanda estar enfraquecida. “Mas algum repasse acaba passando”, disse o economista.
Os dados mostram que o repasse dos gastos nos serviços supera a inflação e também boa parte dos reajustes salariais, orientados pela inflação média.
“Aquilo que sobe acima da inflação média passa a ser um desafio maior para a família ou o consumidor pagar”, disse Braz.
Dentro dos serviços, apenas os preços de hotéis e motéis mostraram queda de 4,29%. Braz analisou que a queda tem a ver com a atual situação do país, de desemprego e baixo poder de compra da população. Para ele, mesmo caindo de preço, frequentar hotéis e motéis constitui um desafio para o orçamento de algumas pessoas.
PRESENTES
Em relação aos presentes mais procurados para o Dia dos Namorados, a alta foi de 2,56% em 12 meses, inferior à inflação, segundo a pesquisa do Ibre-FGV.
As maiores altas foram registradas em perfume (7,28%), cinto e bolsa (4,71%) e calçados masculinos (4,40%).
Em contrapartida, caíram de preço aparelhos celulares (-5,16%), máquinas de fotografar e filmar (-1,15%), roupas femininas (-0,66%) e aparelhos de DVD e Blu-ray (-0,26%). Apesar da queda em alguns setores, André Braz sugere evitar gastos altos e dívidas de longo prazo.
"O ideal é não contrair dívidas de longo prazo, comprar tudo à vista, barganhar algum desconto, se for o caso”, afirmou.
COMÉRCIO ELETRÔNICO
O comércio eletrônico deve registrar crescimento de vendas de 6% no Dia dos Namorados segundo estimativa da Ebit, empresa especializada em informações do setor.
A expectativa é de que o faturamento este ano alcance R$ 1,75 bilhão. A Ebit espera que sejam feitos no varejo online 4,18 milhões de pedidos, com tíquete médio de R$ 418. Smartphones, tênis e perfumes são os itens mais procurados até o momento.
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