Os fundadores da Localiza, Globalweb e Morena Rosa tinham boas ideias, mas nenhum recurso próprio para investir no sonhado empreendimento. Hoje, milionários bem-sucedidos, inspiram quem está começando
São inúmeras as histórias de empreendedores que amargaram o sabor do fracasso antes de alcançar o sucesso. Demissão, dívidas, estresse e muitos erros são quase uma unanimidade na vida dos profissionais que escolheram ter um negócio próprio.
Não importa a idade, empreender é uma arte e exige coragem e insistência. Conheça a trajetória de três empreendedores de sucesso que sonharam grande e abriram novas fronteiras para o empreendedorismo no Brasil.
MARCO FRANZATO
Quem vê o faturamento anual de R$ 400 milhões do grupo Morena Rosa não imagina que o empresário por trás do sucesso da marca trabalhou como boia-fria.
Em 1993, Marco Franzato, 56 anos, vendeu o único bem que tinha – um Monza, ano 91 - e conseguiu R$ 8 mil para comprar os primeiros tecidos utilizados pela confecção, que hoje é uma das principais grifes de moda do país.
Franzato começou a trabalhar como boia fria aos 7 anos, nas fazendas de café de Cianorte, no interior do Paraná. Só conseguiu se alfabetizar aos 15, quando começou a frequentar um supletivo, e no final dos anos 1980 se formou em Administração.
Ao saber que a fábrica de doces e balas em que trabalhava estava a um passo de declarar falência, apostou na facilidade que tinha com os números, no bom gosto da esposa, professora de matemática, e na experiência da cunhada, que trabalhava com alta costura e possuía quatro máquinas.
Com a venda do veículo, Franzato se associou a dois cunhados. Juntos, fizeram um planejamento para os primeiros cinco anos da futura empresa.
“Programamos ano a ano como o capital seria investido, além de quantas e quais peças seriam fabricadas”, diz.
Eles optaram por produzir moletons, moda na época, e passaram a vender para lojas multimarcas de municípios com até 60 mil habitantes, como a própria Cianorte, onde moravam.
Enquanto as mulheres costuravam, Franzato batia de porta em porta, oferecendo os moletons aos lojistas. As metas previstas para os cinco anos foram atingidas em apenas três.
A partir daí, aumentaram o portfólio de produtos, segmentando-os por marcas, e contrataram representantes.
Em 1997, os sócios criaram a marca Zinco de moda masculina. Em 1998, a marca Maria Valentina, com roupas femininas mais sofisticadas. Em 2004, lançaram a linha praia, com a Morena Rosa Beach e, em 2009, adquiriram a marca Joy, de roupas infantis.
Hoje, o Grupo Morena Rosa possui 19 fábricas espalhadas no Paraná e em São Paulo, 2,2 mil funcionários diretos, 90 representantes e 3,5 mil pontos de venda.
SALIM MATTAR
Quando criança, Salim Mattar, 66 anos, fundador da Localiza, contou ao pai que queria ser pianista.
A confidência rendeu uma bronca e, durante anos, sermões diários de que, quando adulto, ele se tornaria um empreendedor de sucesso. Aos 17 anos, o rapaz teve até pesadelos com a promessa feita ao pai e viu que não teria jeito.
A inspiração para o negócio da sua vida surgiu por acaso. Como office boy de uma mineradora, teve como primeira missão pagar uma conta.
Tratava-se justamente de uma locadora de carros, um negócio que ele desconhecia. “Meus olhos saltaram ao ver o valor daquele cheque.”
Mattar começou a fazer as contas e percebeu que poderia estar ali seu destino. Sempre que possível, realizava pessoalmente os pagamentos da empresa à locadora de carros, prática que manteve mesmo quando chegou ao cargo de gerente na mineradora.
Durante as visitas, observava tudo. Desde o processo de entrega das chaves até a manutenção dos veículos. O intuito era aproveitar ao máximo aquele momento para colocar tudo em prática quando seu dia chegasse.
Em 1973, contrariando todos os conselhos que recebeu, em meio a uma crise no setor de petróleo, Mattar pegou seis empréstimos, comprou seis fuscas e criou a Localiza. “Ninguém acreditava, mas foi um sucesso”, diz.
Ele levou cinco anos para zerar todas as dívidas. O movimento de locações crescia, com números impressionantes. A sede original já era pequena para o negócio e ele escolheu a cidade de Vitória para expandir a marca.
Em pouco tempo, além da capital capixaba, a Localiza estava em Curitiba, São Paulo, Salvador, Aracaju, São Luís do Maranhão, Recife, Campo Grande entre outras capitais.
Fundada há 43 anos, em Belo Horizonte (MG), hoje a Localiza tem 8 mil funcionários espalhados pelo país, 125 mil carros para alugar, 565 agências de atendimento, 86 lojas de vendas de carros seminovos e R$ 5 bilhões de faturamento.
CRISTINA BONER
Muito antes da Microsoft se tornar um fenômeno no mundo todo, Cristina Bonner, 55 anos, fundadora do grupo Globalweb, holding de empresas que prestam serviços de tecnologia da informação para mais de 4 mil clientes, já acompanhava os passos de Bill Gates.
Com uma rotina pesada de trabalho e sem recursos para se manter na faculdade, Cristina não conseguiu terminar o sonhado curso de arquitetura.
Aos 23 anos, ela se dividia entre o emprego formal, as aulas particulares de português e matemática para pré-vestibulandos e a vida de casada quando decidiu investir na carreira de processamento de dados. Mesmo sem nunca ter visto um computador.
“Na época, grandes empresas tinham salas inteiras ocupadas por computadores e pagavam muito bem aos técnicos para operá-los”, diz.
A ideia de Cristina era abrir um negócio no setor. E para isso, precisava aprender informática e entender as necessidades do mercado. Um sonho quase impossível com duas gestações em três anos e um orçamento apertado.
Formada, aceitou o convite para dar aulas de informática na faculdade, onde estudou. Ao ter acesso às primeiras versões do Windows, percebeu que a demanda por softwares iria aumentar muito nos próximos anos.
“Revendê-los seria uma enorme oportunidade de negócios”, diz. “Vendi meu carro, um Gol usado, para alugar uma sala de 44 metros quadrados no subsolo de um prédio comercial”.
Para abrir a TBA, a primeira empresa, em 1992, conseguiu um empréstimo e comprou um pequeno estoque de softwares da Microsoft para revender. Seus primeiros clientes foram órgãos públicos, como o Banco Central e os Correios.
Em 1996, com a popularização da marca americana, os negócios iam muito bem. Foi quando Cristina soube que Bill Gates iria a Brasília para uma reunião. Havia chance nula de chegar até ele. Ela, então, apelou para a ousadia e a criatividade.
“Consegui com um amigo um avião que sobrevoava praias carregando anúncios de empresas”, diz. “Pedi a ele que pintasse uma faixa de 150 metros com a mensagem “Welcome Bill Gates. TBA”.
No dia da visita, o piloto sobrevoou o céu de Brasília até a mensagem ser vista pelo fundador da Microsoft. Algumas horas depois, Cristina recebeu a ligação da assessoria, convidando-a para encontrá-lo no dia seguinte em São Paulo.
Depois disso, Cristina ainda teve mais quatro encontros com Gates. Até hoje, o Grupo Globalweb atua como distribuidor da Microsoft. Em 2014, a empresa teve um faturamento de R$ 500 milhões.
FOTO: Thinkstock
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