Arquiteto Claudio Ferreira propõe desafio para melhorar a praça central de Franca

 A praça são para as pessoas, a cidade são para as pessoas, por isso a pergunta, como na cantiga: se a praça fosse sua, e ela é, o que você mandava fazer?

Antes de propor, vamos conhecer nosso patrimônio histórico. A história das praças está diretamente relacionada ao surgimento das cidades, sendo um espaço presente em todas elas. De acordo com Murilo Marx (1980), sempre que surgia uma nova cidade, lá estaria surgindo também uma praça.

Além de ajudar a montar o quebra-cabeça da história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo e é importante fonte de pesquisa para diversas áreas do conhecimento, por isso sua importância.

“A cultura de um povo é o seu maior patrimônio. Preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores, é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato”, Nildo Lage.

A Praça Nossa Senhora da Conceição, nome da padroeira de Franca, principal praça da cidade. Era um grande largo, primeiro empoeirado, depois recebendo vistosos jardins, no início do século XX. No seu início, tinha também a igreja matriz primitiva e o primeiro cemitério, onde se encontra hoje a fonte luminosa.

Possui no centro o Relógio do Sol, construído pelo frade capuchinho Germano D'Annecy em 1888, bem tombado pelo Patrimônio Histórico estadual na cidade.

A Igreja Matriz, também localizada na praça, teve sua construção iniciada nos fins do Século XIX em 1898, e no ano de 1913 permitiu, embora não terminada, que fosse celebrada a sua primeira missa.

Substituiu a primeira Igreja Matriz da cidade, construída na praça principal da cidade em 1809. Sua inauguração foi no ano de 1926. Passou por duas restaurações, a primeira no ano de 1980 e outra restauração no ano de 2005. No ano de 1971, foi elevada à Catedral da Diocese de Franca. Sua arquitetura é de estilo eclético, pois possui características góticas com neoclássicas.

No Brasil, o patrimônio histórico é protegido pelo Decreto-Lei Nº 25, de 1937, que em seu primeiro artigo o define da seguinte maneira (com a redação da época):

“Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”

Segundo o artigo, a conservação é de interesse público pela sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil e “por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico”.

Nossa praça tem uma importância ligada principalmente à qualidade de vida, pois está relacionada com a identidade do local, ajudando assim construir em nós a sensação de pertencimento e aquilo que nos pertence queremos cuidar, como nossa casa.

Nossa praça é bela, tem vegetação do cerrado, tem pássaros, tem canto deles, tem pessoas, tem comércio, tem apresentações culturais e religiosas, tem moradores, tem carro, tem bicicleta, tem Relógio do Sol, tem Catedral, tem construções.  O que falta em nossa praça?

O turista que vem visitar nossa cidade, conhece nossa praça, nossa gente, nosso café, nosso comércio, nossas indústrias, nossas faculdades, nossos serviços, nossas colinas e nossa cultura?

Por isso precisamos conservar nosso patrimônio histórico, cuidar de nossa casa e do nosso quintal, propor melhorias, sem perder nossa identidade, reforçar nossa identidade, trazer novamente o cerrado para as nossas praças, com seus pássaros e cantos, e espaço acessível para todos.

A praça é um espaço de brincadeiras e de convivência, de troca de conhecimentos e reconhecimento do que temos de melhor: as pessoas e sua cultura.

A praça é sua também. Desafio: fale 3 pontos negativos , 3 pontos positivos e depois 3 sugestões para melhorar a Praça Nossa Senhora da Conceição e Praça Barão. Na sequência, envie no Direct do Instagram @polodearquiteturaeurbanismo.