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Se a Selic está caindo, por que o crédito continua tão caro?

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Notícias 31 Ago, 2017
Você já deve ter ouvido falar que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em queda.

Você já deve ter ouvido falar que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em queda. De 14,25% ao ano em outubro do ano passado, ela chegou a 9,25% em julho deste ano e a expectativa é que termine 2017 em 7,25%.

Apesar de servir como referência para todas as outras taxas praticadas pelo mercado – tanto no crédito quanto nos investimentos – não é difícil perceber que o seu reflexo sobre os juros cobrados pelos bancos não é assim tão direto. Basta olhar as taxas: enquanto a Selic está em um dígito, os juros médios no cheque especial estão hoje em 321,3% ao ano e no crédito pessoal, em 50,4%, segundo dados do Banco Central.

A grande explicação para isso está no chamado spread bancário. Neste texto, você entende o que é esse conceito e como ele afeta seus empréstimos, financiamentos e afins. Confira.

O que é spread bancário?

O spread bancário nada mais é do que a diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos – mais próximas à Selic – e as que cobram de seus clientes – na prática, bem mais elevadas do que a taxa básica.

Para ficar mais claro, o diretor técnico da Ordem dos Economistas do Brasil, Eduardo Velho, dá um exemplo. “Se um banco captou dinheiro por meio de um CDB pagando 10% ao ano ao investidor e concedeu um empréstimo ao tomador com uma taxa de 23% ao ano, o spread bancário dessa operação é de 13 pontos percentuais.”

E por que ele é tão alto aqui?

No Brasil, o spread é altíssimo – e são diversos os fatores que influenciam esse cenário. Para George Sales, economista e professor de administração, economia e ciências contábeis da Faculdade FIPECAFI, o principal deles é o alto custo de captação – ancorado na Selic. “Considerando a taxa básica de juros descontada a inflação, continuamos na liderança mundial.”

Mas não para por aí: despesas administrativas, custo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), impostos, histórico de inadimplência e, claro, lucro desejado também são altamente relevantes. “O spread fica mais reforçado quando aumenta de forma contínua a inadimplência e, portanto, a necessidade do aumento da provisão dos bancos em seus balanços – em função do reconhecimento de perdas e do aumento do risco de sua carteira de crédito”, explica Velho.

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Como a queda dos juros chega até você?

O processo de queda da Selic deve levar à queda dos custos de captação e, consequentemente, dos juros cobrados do consumidor. Mas, na prática, a redução demora para atingir a ponta. Velho explica que as variações na taxa básica de juros demoram, em média, de quatro a oito meses para chegar ao mercado. “As taxas cobradas no crédito estão recuando – e devem continuar nos próximos meses -, mas de forma moderada”, explica Velho.

Além disso, o especialista coloca que a queda da Selic, por si, não resolve a questão do spread, já que uma redução significa dos juros depende de vários outros fatores, como a recuperação de taxas de crescimento econômico, aumento da renda, recuo da inadimplência e do risco da carteira de crédito dos bancos.

E qual é a moral da história?

Para a consumidora, a grande mensagem que fica é a de cautela com a tomada de crédito. Mesmo com a expectativa de queda nos juros, o processo é lento e não tão impactante, tendo em vista que as taxas cobradas no crédito são muito altas. Para Velho, a melhor escolha é aproveitar o cenário de melhora econômica para colocar as finanças nos eixos: renegociando dívidas, recuperando a capacidade de poupança e criando metas financeiras.

“A recessão dos últimos anos provocou uma reação do consumidor para se adaptar à nova realidade orçamentária, com mais desemprego, menor oferta de crédito e elevação das taxas de juros na ponta. Agora, o momento é de se preparar para o futuro – inclusive para a possibilidade de um novo ciclo econômico desfavorável mais para frente”, conclui.

 

Fotos: Shutterstock

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