A perspectiva de recuperação da economia brasileira, mesmo que em ritmo moderado, com uma inflação sob controle e estabilidade nas taxas de juros e câmbio, tem animado os analistas sobre as expectativas para os pequenos negócios em 2019.
Um estudo feito pelo Sebrae mostra que, historicamente, o desempenho do PIB brasileiro (que, segundo o Banco Mundial, esse ano deve crescer 2,2%), se reflete de forma bastante semelhante no comportamento das micro e pequenas empresas do país.
Nesse contexto, o setor de serviços é a principal aposta para quem planeja investir no próprio negócio neste ano.
O Relatório “Negócios Promissores em 2019”, elaborado pelo Sebrae, revela que o crescimento da economia, empurrado pela projeção de uma safra agrícola próxima ao seu recorde histórico (238 milhões de hectares plantados), assim como da esperada recuperação do mercado de trabalho, deve sustentar a trajetória de ligeira recuperação do rendimento médio real dos trabalhadores (em 2018, o crescimento foi próximo à 1% ao ano).
Isso tende a favorecer as Micro e Pequenas Empresas (MPE) voltadas à prestação de serviços pessoais, como cuidador de idosos, instalação e manutenção elétrica, entregas, transporte de passageiro, marketing direto e produção de conteúdo para internet, além dos negócios que atendem as necessidades básicas da população (alimentação, vestuário, calçados e construção).
"O macro setor de serviços é o que apresenta maior destaque. O que é positivo, pois já reflete a recuperação da renda e do mercado de trabalho como um todo", afirma João Henrique Sousa, presidente do Sebrae.
Outro fator que deve favorecer todos os tipos de pequenos negócios é inflação estável, principalmente para aqueles empreendimentos que produzem itens da cesta básica, como alimentação, vestuário, artigos de limpeza e higiene pessoal.
As MPE destes setores serão beneficiadas em função da melhora no mercado de trabalho, melhora e manutenção do poder de compra dos salários e melhora do nível de investimento das empresas. "Voltamos a caminhar na direção das tendências de longo prazo da economia”, salienta o presidente do Sebrae.
MERCADO EXTERNO
Nas exportações, os mercados com maior potencial de expansão de negócios para as MPE continuam sendo os Estados Unidos e países do sul e do leste asiático, como a China, Índia, Indonésia e Tailândia.
As micro e pequenas empresas que já exportam madeira serrada, mármores e granitos, pedras preciosas e semipreciosas, móveis, vestuário e calçados, tradicionais exportadores de micro e pequeno porte, serão as mais beneficiadas.
Por outro lado, a Argentina, um dos principais mercados importadores dos pequenos negócios brasileiros, deve apresentar retração da demanda, em 2019, por conta da recessão em curso naquele país.
As MPE que exportam para esse mercado terão de buscar outras alternativas se quiserem compensar a queda da demanda dos argentinos.
SUPERSAFRA
A safra agrícola esperada para 2019, próxima ao recorde histórico de 238 milhões de toneladas de grãos (alcançado na safra 2016/2017), tende a beneficiar as MPE que ofertam serviços voltados para o setor agropecuário e as fornecedoras de insumos e implementos agrícolas, assim como o pequeno comércio varejista próximo aos principais polos de produção agrícola do país, já que se beneficiam com a injeção de renda do agronegócio nas economias locais.
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