‘Da semente à xícara’ apresenta aos estudantes as profissões que compõem a cadeia produtiva do café

Vivenciar o mundo do café na prática e conhecer o processo desde o plantio até o preparo da bebida. Este é o objetivo do projeto escolar “Da semente à xícara”, realizado na Escola Estadual “Agostinho Lima de Vilhena”, em Franca, com alunos do Ensino Médio. A iniciativa, que nasceu neste ano, permite aos participantes uma série de experiências com o café e, principalmente, com as profissões que compõem a cadeia produtiva da fruta.

“O projeto surgiu depois que parei para pensar mais profundamente sobre o futuro dos alunos especiais quando eles concluem a escola. Como devem ingressar no mercado de trabalho? Qual caminho podem seguir?”, explica a professora de educação especial Ana Paula Leite, uma das idealizadoras da iniciativa e mãe do Artur, que tem autismo nível 03 de suporte.

Inicialmente pensado para os alunos da Educação Especial, o projeto foi ampliado e conta também com outros estudantes que demonstraram interesse em aprender mais sobre o café.

“Começamos o projeto pensando em um aluno específico, no caso o meu filho. Como ele está terminando a escola, pensamos em algo que ele pudesse aprender e a ideia era que ele aprendesse a plantar mudas de café. Mas enxerguei além e, como professora, vi que o café poderia dar chance a todos os alunos e ampliamos a participação. Outros alunos da educação especial foram incluídos e também outros alunos da educação normal”, explica Ana Paula.

Ao longo do primeiro semestre deste ano, 40 alunos participaram de aulas semanais especiais voltadas para o projeto. Nelas, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a história e a importância do café no mundo, aprenderam sobre o processo de produção da bebida e receberam educação financeira voltada para a comercialização do café. Outro aspecto importante foi a interação com os alunos da Educação Especial.

“O ‘Da semente à xícara’ possibilitou aos alunos experiências que favoreceram o desenvolvimento de habilidades necessárias para o mercado de trabalho utilizando um dos recursos predominantes na nossa região, que é o café”, explica Ana Paula. “Neste primeiro semestre os estudantes tiveram a oportunidade de visitar a Escola Agrícola, Cocapec, Fazenda Experimental, fazendas de café e cafeterias”, completa.

Durante as visitas, os alunos tiveram a oportunidade de interagir com os profissionais que atuam com café, se envolver e entender mais das profissões.

“O projeto abrange várias áreas, não apenas a agricultura, então ele abre um horizonte maior. O café não é apenas o plantio e a colheita e isso é muito interessante, especialmente para nós, que estamos no 3º ano, e vamos escolher a profissão que queremos seguir”, diz Ana Clara de Oliveira, aluna do projeto.

A ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), através do Núcleo de Cafés Especiais da Alta Mogiana, do Programa Empreender, é uma das apoiadoras do projeto.

Carolina Ribeiro/Portal ACIF      Fotos: Wilker Maia/ACIF

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