Não é fácil entregar o controle de uma empresa para outra pessoa, mesmo que o sucessor seja um parente próximo. Uma transição mal executada pode significar o fracasso dos negócios, o que é mais comum do que se imagina. Pesquisa da PwC revela que, no contexto mundial, apenas 12% das empresas familiares chegam à terceira geração.
Para a advogada Rute Endo, a falta de planejamento sucessório é a principal responsável por essa estatística. “Não são as crises e demais fatores externos que quebram as empresas, e sim fatores internos”, disse a advogada especializada em sucessão, durante palestra feita na última quarta-feira, 7/03, no Conselho do Setor de Serviços (CSS), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Segundo ela, um bom planejamento sucessório tem reflexo no aumento da confiança dos investidores. “As empresas não programam o futuro. A maioria só antecipa ações para os próximos 12 meses. Quem traça planos envolvendo as próximas gerações que comandarão a empresa mostra ao mercado que possui planos para o longo prazo”, disse Rute.
Ou seja, essa companhia passa a ter uma vantagem competitiva frente à concorrência.
No entanto, a taxa de empresas que elaboram um plano de sucessão ainda é baixa, em torno de 15% na média mundial. No Brasil, esse percentual era de 11%, mas a partir de 2014 ele praticamente dobrou, chegando a 19% em 2016. O impacto da recessão no caixa das empresas estimulou os empresários a programarem melhor a sucessão.
Mas quais os caminhos para uma sucessão bem executada? Segundo a advogada, um dos instrumentos mais utilizados é o acordo de família/sócio. Por meio dele é que se formaliza como cada membro da família participará da operação da empresa, como serão remunerados, entre outras questões.
“O acordo é importante para separar o convívio familiar do profissional. Para evitar, por exemplo, que misturem as finanças pessoais com as da empresa”, disse Rute.
Antes do acordo, é preciso considerar quem de fato tem interesse pelo negócio familiar e qual a situação patrimonial de cada integrante. Afinal, todos serão sócios.
Nesse sentido, Rute falou da importância da criação de um conselho familiar - que deve atuar separadamente do conselho administrativo – para tratar das expectativas da família a respeito da sociedade que estará se formando.
No Brasil, 90% dos negócios são familiares, de acordo com dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Planejar a sucessão é fundamental para essas companhias, mas deve ser feito com cuidado e antecedência pois envolve questões emocionais. Conflitos são normais em processos sucessórios.
A ajuda de profissionais de fora do convívio familiar para prestar consultoria, segundo Rute, é importante para amenizar eventuais confrontos de interesses.
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