Apesar de o consumidor ainda sentir os efeitos da crise e a lenta retomada da economia e emprego, o varejo alimentar está otimista com as vendas no período da Páscoa.
De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (APAS), o setor espera um aumento de 5% nas vendas no período em relação ao ano passado.
“Com um desemprego levemente menor e a confiança maior com o novo governo entre os empresários e os consumidores, os supermercados paulistas demonstraram isso com a projeção de 5% no aumento de vendas no setor, acima dos 4% para a mesma data no ano passado”, diz o economista da APAS, Thiago Berka.
Em pesquisa realizada pela APAS com seus associados, cerca de 54% dos empresários do setor estão otimistas com o futuro, sendo que 85% confiantes em aumentos de venda nos próximos meses, o que inclui o período de 40 dias que antecede a Páscoa.
“Este é o segundo teste do ano pós-carnaval para o setor supermercadista. A Páscoa ainda é a segunda melhor data para o varejo de alimentos, não só pelos chocolates, mas pelas compras de almoço e/ou jantar que as famílias realizam”, diz Berka.
PREÇOS DOS DOCES
Cacau, leite, açúcar, farinha e componentes químicos formam os ovos de páscoa e doces em geral. Com um dos maiores mercados de chocolates do mundo, não é de surpreender então que o preço no Brasil suba quando estes componentes tiveram aumentos, seja pelos choques do dólar, da indústria do leite e de componentes biológicos/químicos que vem de 2018.
Um exemplo de alta nos preços é o chocolate em barra, item essencial para a produção de ovos de páscoa. Para este ano, o produto deve subir cerca de 5,62% no acumulado dos últimos 12 meses. Em geral, os doces sobem 2,33% beneficiados pelo bombom e as balas.
“O bombom promete ser o destaque desta Páscoa, uma vez que demonstra queda de 3,19% nos preços. Com o brasileiro buscando economizar, ele deve ser uma alternativa para presentear e substituir os tradicionais ovos de páscoa de chocolate”, avaliou o economista da APAS.
ALIMENTOS TÍPICOS
Entre os alimentos, o Vinho, que é utilizado como presente ou para acompanhar os tradicionais almoços de época, tornam as reuniões familiares mais caras em 5%.
Macarrão e massa fresca, bastante consumidos durante a Páscoa, sofrem grande influência pelo preço do trigo, que está mais caro por conta do dólar, e sobem mais de 8%.
Outro item bastante tradicional para a época, o bacalhau registrou aumento de 21,83%. A alternativa para substituir este peixe são os pescados, que também estão mais caros, porém, com variação de 2,79%.
A cerveja mantém sua tendência de queda, com redução de 0,61%, e o ovo (que possui um pico de vendas nesta época por motivos religiosos), apresenta queda de 7%.
OVO DE PÁSCOA
O ovo de Páscoa deve ficar 5% mais caro em relação ao ano passado. Os supermercados estão cada vez mais rígidos em suas encomendas com a indústria, justamente por conta da queda do consumo deste item tradicional. Algumas lojas reportaram até 40% de encalhe dos ovos pós-páscoa.
“A redução no consumo e, consequentemente, o encalhe do produto, se deve à diversos fatores como a percepção de custo benefício do consumidor, que aumentou nos últimos anos com o advento da internet e redes sociais, a crise econômica, a diminuição do tamanho das famílias, o aumento do número de solteiros e o envelhecimento da população”.
Por conta disso, o ovo de Páscoa deve deixar de ser tendência, principalmente os ovos de mais de 500 g, que possuem um menor giro e apelo neste contexto apresentado.
Para se ter uma ideia da queda de consumo deste produto, em 2015 foram fabricados 80 milhões de ovos, já em 2017 a produção girou em torno de 36 milhões.
VENDAS
Em relação às vendas, os supermercadistas esperam um crescimento maior nas caixas de bombom, com alta de 5,88%, o que segue a tendência dos últimos anos de crescimento deste produto na medida que o consumidor migra para versões mais baratas e com custo benefício maior.
O ovo de Páscoa terá um tímido crescimento de apenas 2,40%. Isso é um reflexo do produto saindo do gosto do consumidor tanto por questões de maior informação de que o preço por quilo não é tão vantajoso, quanto pela dura crise que o país passa e faz com que o consumidor opte por produtos mais baratos.
Para alimentos e bebidas típicas da data, as cervejas devem liderar as vendas. Influenciadas ainda mais pelo calor e pelos preços estáveis, devem ter alta de 6,5%.
Porém, isto não deve intimidar a compra de vinhos, que devem subir 5,88%. Finalmente, a tradição religiosa trará relevante crescimento de 5,38% para os peixes e 5,13% para o bacalhau, mesmo com esse produto apresentando forte alta nos preços.
CANAIS DO VAREJO
Com a entrada do canal Atacarejo na luta por consumidores no varejo alimentar, supermercados e minimercados irão investir em seus pontos fortes.
No caso dos supermercados, principal canal dos chocolates, poderá se observar uma diminuição das parreiras e colocação de ilhas e mudança do mix de produtos (mais barras e caixas de bombom e menos ovos de páscoa grandes) com os ovos de 500 g até 1 kg perdendo espaço e os de maior giro de até 250 g ganhando força, principalmente no segmento infantil.
Cerca de 70% dos supermercadistas vão adaptar o layout de seus estabelecimentos especialmente para a data.
Para os minimercados e lojas de proximidade (mercados de vizinhança), o sortimento limitado pelo espaço físico deve ser muito assertivo, com uso de ovos de Páscoa como compra de emergência, de última hora, com apenas algumas marcas de tipos e a utilização da gôndola de doces e biscoitos para colocação do reforço de mix de barras e caixa de chocolate.
Já no Atacarejo, o nicho que não para de crescer é a venda para o pequeno empreendedor, autônomos e para a economia informal, ou seja, as pessoas que produzem suas receitas de chocolate para venda direta.
Atacarejistas reportam crescimento de algo entre 10% a 20% nas vendas de ingredientes para produção de cupcakes, ovos de páscoa, bombons, balas e outros tipos de doces caseiros.
“Além da crise econômica tirar o ímpeto de compra do consumidor na data, um fator importante está na competição nas boutiques de chocolates premium e bombonieres, ou seja, das lojas especializadas na categoria de chocolates", diz o economista da APAS.
Fatores que influenciam são o crescimento até quatro vezes maior que dos chocolates tradicionais, uma expansão de lojas rápida e concentrada no Sudeste (cerca de 60% das lojas estão na região) e um desejo do consumidor de buscar produtos diferentes. Além disso, o Brasil segue uma tendência mundial de desconcentração da data nos supermercados para outros canais, como no Reino Unido e Estados Unidos.
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