O sítio centenário da família Fernandes em Jeriquara, na região de Franca, sempre cultivou café em suas terras. No início, a produção era somente para o consumo próprio ou havia outras atividades paralelas, como a pecuária, mas há cerca de 30 anos, a cafeicultura se tornou a atividade principal da propriedade.
São 29 hectares de terra, sendo mais de 70% destinados ao café (em um total de 95 mil pés de café), a maior parte em produção. “O sítio Capoeira está na família há mais de 100 anos. Essas terras eram do meu avô paterno e sempre tiveram café, porém era em menor quantidade”, diz Sueli Fernandes de Oliveira Malta, que ao lado do marido, José Roberto Malta, das filhas Bárbara e Bruna Fernandes Malta e do genro, José Tadeu Oliveira, administra a propriedade.
Tudo transcorria normalmente no local, até que um episódio, considerado na ocasião incomum, mudou a forma de trabalho e a maneira de enxergar o negócio. “Há cerca de cinco anos, tivemos de deixar um café por mais tempo guardado na tulha, pois não tínhamos como colocar na carreta. Quando meu marido foi analisar o café, percebeu um cheiro diferente e achou que havia estragado”, relembra Sueli.
Na hora, José Roberto procurou a filha Bárbara, que havia feito um curso de degustação de cafés, e tirou uma opinião sobre aquele lote de café. Foi aí que a família descobriu estar diante de um café especial. “Esse café ficou cerca de 1 mês parado e meu pai estranhou porque o grão estava maior e o cheiro bem característico. Ele fermentou no ponto certo. Foi uma surpresa para todo mundo, pois uma saca que na época estava custando R$ 450, nós conseguimos comercializar por mais de R$ 900”, conta Bárbara.
Após o episódio, o sítio Capoeira se tornou produtor de cafés especiais, através de uma mudança de olhar e de posturas e ciente da valorização no mercado, a família resolveu comercializar esse café por meio de uma marca própria. Surgiu aí o Bárbara Café, uma homenagem à matriarca dos Fernandes, a senhora Juliana Bárbara de Oliveira, de 98 anos, mãe de Sueli. “Esse café atingiu 89,5 pontos e ficou em segundo lugar em um concurso da Alta Mogiana. Trabalhamos com ele durante um ano, inclusive exportar para a Inglaterra e ter ele em uma feira em Budapeste, na Hungria”, revela a neta Bárbara.
A produção
A partir do novo posicionamento com vista ao café especial, Bárbara começou ajudar a implementar algumas mudanças na propriedade. A realização de uma pré-colheita foi uma delas. “Começamos a pegar algumas amostras e fazer a secagem na peneira para realizar a prova. Também construímos um terreiro suspenso e passamos a testar novas variedades de café. Entramos em uma fase de experimentação”.
Outra novidade na produção foi a realização de uma análise de rocha a fim de identificar qual a melhor variedade de café para aquele lote e onde há mais potencialidade. O sítio também promoveu uma renovação da lavoura com o objetivo de alcançar uma maior produção e uma bebida melhor e começou a fazer secagem separada por meio de quatro métodos diferentes.
Na sequência, a propriedade é responsável pelo beneficiamento e envia os lotes para os armazéns. Na última safra, o sítio Capoeira produziu 78 sacas por hectare, sendo 10% destinado para a marca de café especial.
A marca Olinto
Junção dos nomes Olímpio e Antônio, avós de Bárbara e Bruna, a marca de cafés especiais Olinto surgiu há quatro anos e mais recentemente alcançou uma alta nas vendas em decorrência da pandemia de Covid-19.
Torrado em Franca, o café é comercializado em pacotes de 250 gramas e 1 quilo, nas opções torrado e moído. Atualmente a venda é feita online e nas três lojas do Olinto Café em Franca e Uberaba (MG), que também utiliza esse café para servir aos clientes. “Optamos por utilizar somente a marca Olinto, pois sabemos a procedência. É como um controle de qualidade”, justifica Tadeu.
Segundo ele, a marca tem sido utilizada para a realização de um trabalho de conversão do consumidor. “Estamos fazendo um trabalho de transição do café tradicional para um café especial, com o intuito de apresentar um café de mais qualidade e ao mesmo tempo fideliza-lo”.
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