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Oito em cada dez brasileiros buscam alimentação saudável

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Notícias 24 Mai, 2018
Entre os aspectos considerados importantes durante o processo de compra está a redução do uso de agrotóxico, de acordo com pesquisa da Fiesp

A maioria dos brasileiros se esforça para manter uma alimentação saudável, buscando consumir produtos mais frescos e nutricialmente ricos. O resultado faz parte de levantamento inédito divulgado nesta quarta-feira (23/05) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Oito em cada dez brasileiros afirmam que se esforçam para ter uma alimentação saudável e 71% dos entrevistados apontam que preferem produtos mais saudáveis, mesmo que tenham que pagar caro por eles. O mesmo percentual (71%) admite estar satisfeito com a própria alimentação.

A pesquisa ouviu três mil pessoas com mais de 16 anos em 12 regiões metropolitanas brasileiras, entre setembro e outubro do ano passado. A margem de erro é de 1.8 pontos percentuais. O levantamento também compara os resultados atuais com o último estudo, feito em 2010.

Apesar da constatação de que os brasileiros têm buscado se alimentar melhor, a pesquisa verificou algumas contradições.

A percepção de “ter comido demais” aumentou nos últimos sete anos, passando de 52% em 2010 para 56% no ano passado.

Na hora de escolher entre um alimento mais saudável e outro com melhor sabor, 61% admitiram preferir aqueles mais saborosos – alta de cinco pontos percentuais em relação a 2010. O índice de brasileiros que consideram a comida saudável muito sem gosto também é significativo, de 54% em 2010 e 52% em 2017.

INTERNET

A pesquisa também revelou a mudança na fonte usada como busca de informações sobre alimentação e saúde.

Em 2010, a maior parte dos entrevistados (40%) se informava pela televisão, 19% buscavam a internet e 20% consultavam médicos ou nutricionistas. No ano passado, a internet se tornou a principal fonte de informações, com 40% da participação, a televisão caiu para 24% e médicos e nutricionistas responderam por 18%.

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, voltado à pesquisa e estratégia, acredita que a influência das informações obtidas na internet e redes sociais é uma tendência clara.

“Em ambiente de mensagens, as receitas só perdem para correntes religiosas”, diz.

Influenciadores digitais e programas de televisão criaram um fenômeno gourmet também na preparação de alimentos em casa.

Outros fatores levados em conta são o receio da violência nas grandes cidades em saídas para restaurantes e a redução de custos, acentuada pela crise econômica. O número de pessoas que disseram não ter tempo para cozinhar diminuiu de 46% para 38%.

“Como a crise se prolongou mais do que estamos acostumados, em termos históricos muitas mudanças foram incorporadas”, diz Meirelles.

Nas gôndolas dos supermercados, a expectativa é que, em dez anos, os consumidores passem a procurar por produtos mais nutritivos e sem conservantes.

“Cada vez mais, o consumidor vai buscar informação, e vai começar a exigir mais da indústria para que entregue qualidade e transparência na composição do produto”. 

AGROTÓXICOS 

Entre os aspectos considerados importantes durante o processo de compra está a redução do uso de agrotóxico, cujo índice subiu de 19% em 2010 para 20% no ano passado.

O assunto é tema de votação na Câmara dos Deputados, com o projeto que, na prática, revoga a atual lei de agrotóxicos. Criticado por ambientalistas, com o projeto, o registro dos agrotóxicos serviria apenas para produtos que apresentem risco considerado “inaceitável” para a saúde humana e o meio ambiente.

O gerente do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Antônio Carlos Costa, defende que a legislação sobre o uso de agrotóxicos seja modernizada.

“Você precisa ter mecanismos mais ágeis para incorporar tecnologias. Se hoje um registro de procutos demora sete ou dez anos para acontecer, isso significa que a gente esta abrindo mão de novas tecnologias, que geram menos impactos e estariam disponíveis caso esse processo fosse mais rápido”, diz.

FOTO: Thinkstock

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