Por Jamille Niero
Com a queda no índice de ocupação da rede hoteleira, em função da redução da atividade econômica, muitos hotéis reforçaram a oferta de serviços extras – fora da hospedagem – para incrementar o faturamento.
“É uma prática que sempre existiu, mas, na recessão, o hoteleiro tem que ser mais criativo e criar mecanismos para otimizar o estabelecimento e aumentar o faturamento de alguma forma”, analisa o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP), Bruno Omori.
De acordo com dados da entidade, a taxa de ocupação da rede hoteleira na capital paulista caiu 5,8% em 2015 na comparação com o ano anterior. No Estado de São Paulo, a queda foi maior: 8,5%. Omori destaca que a retração ocorreu principalmente por causa do recuo econômico nas atividades ligadas a eventos e negócios.
Segundo Marcos Balsamão, presidente da Associação Brasileira de Agências de Turismo de São Paulo (ABAV-SP), o mercado paulistano do setor, focado muito em negócios, tem apostado em campanhas e promoções para aumentar o movimento, principalmente nos sábados e domingos, visando aproveitar o tempo ocioso desses dias. “Em São Paulo, por ser uma cidade de negócios, normalmente a ocupação dos hotéis acontece de segunda a sexta e diminui um pouco no fim de semana. Mas isso tem mudado, para os turistas conhecerem a cidade em função de tudo o que oferece, seja na gastronomia, no entretenimento, em museus, etc”.
Reforço nos serviços
O Premium Hotel de Campinas, cujo maior público é o corporativo (cerca de 80%), reforçou, no último ano, alguns serviços para quem não é hóspede: almoço, pacote lazer (piscina, sauna, academia, área de esporte, salão de jogos, playground e churrasqueira) e massagem. Em 2016, iniciou a oferta de locação do espaço e passou a disponibilizar um cardápio diferenciado para casamentos. No inverno, incrementa o menu do restaurante com caldos e sopas, e o do bar, com “comida de boteco”, visando atrair profissionais de empresas próximas em busca de um local para o happy hour.
“Estamos reforçando essas ofertas motivados pelo período de crise econômica e pela procura por novos produtos e serviços. Queremos otimizar os serviços e ocupar as outras áreas que temos, além do centro de convenções”, diz a gerente comercial do hotel, Ana Alarcon. Com a oferta do novo pacote em questão, a expectativa é de crescer 20% neste ano.
Para quem vale a pena
Para Rodrigo Marcos de Castro, coordenador de hotelaria do Centro Universitário Senac-SP, o proprietário que quiser implementar essas ofertas em seu hotel deve primeiro identificar se o empreendimento é capaz de gerenciar a tarefa sozinho ou se é necessário terceirizá-la. Se for gerenciar, deve-se adotar modelos de qualidade e de atendimento que existam no mercado, inclusive com pessoas que só fazem isso. Se a opção for por terceirizar, é melhor escolher uma empresa confiável na prestação e entrega dos serviços que se quer oferecer. Não adianta um hotel pequeno querer proporcionar os serviços de uma empresa muito cara, fora da sua realidade, que deve ser adequada ao modelo dele”, explica Castro.
Segundo ele, o investimento depende muito do porte do hotel e do tipo de serviço que será ofertado. O preço de uma massagem é muito diferente do de um almoço, por exemplo.
Omori, da ABIH-SP, comenta que, nos casos em que o espaço ou o serviço já existem, mas o objetivo é ampliar seu uso, são necessárias algumas adaptações. Uma hipótese: se o hotel vai abrir a academia para o público, será preciso ter um professor ou umpersonal trainer à disposição. “Tem que calcular se o custo vale a pena”, pondera o presidente da entidade.
Se não houver interesse em abrir o restaurante para almoço todos os dias, vale estudar a possibilidade de funcionamento apenas em datas comemorativas, como Dia das Mães ou dos Pais. Parcerias com lojas próximas também são bem-vindas: o hóspede do hotel pode apresentar um cartão que comprove a hospedagem para ganhar descontos em estabelecimentos participantes.
“É uma forma de se adequar ao momento, de ausência de turistas, já que as primeiras coisas que as pessoas cortam são lazer e viagens”, conclui Castro, do Senac.
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