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O que fazer quando a recessão asfixia sua empresa?

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Notícias 30 Set, 2015
Cortar custos e ter clareza sobre a entrada e a saída de dinheiro do caixa já são um bom começo para enfrentar a queda de faturamento, afirmam especialistas

A queda na produção da indústria de transformação levou a Tec Stam Forjaria, baseada em São Paulo, a reduzir em 35% as vendas de porcas, parafusos e arruelas neste ano.

Fundada em 1993, a companhia faturava entre R$ 320 mil e R$ 330 mil a cada mês. Em menos de um ano, a receita caiu para R$ 250 mil.
 
Para ajustar a fábrica a um ritmo mais lento de produção, o empresário e sócio Humberto Gonçalves reduziu o quadro de pessoal de 44 para 36 funcionários, por enquanto.
 
E, para elevar a produtividade, optou por pegar uma linha definanciamento de R$ 42 mil do governo federal para adquirir um novo forno, que possibilita reduzir de 45 segundos para 25 segundos o tempo de produção de uma peça.
 
“No aperto, a gente tenta de tudo", afirma Gonçalvez. "Negocia prazo maior com fornecedores, tenta antecipar prazo dado ao cliente, repassa títulos de clientes para fornecedores como se fosse cheque, financia a troca equipamento.”
 
Tradicionalmente, as compras da indústria de transformação sobem a partir de setembro para dar conta da demanda no final de ano. Até  agora, porém, não há nem sinal de aumento de encomendas dos clientes.
 
“Estou preocupado com este final de ano, inclusive com o pagamento do 13º salário. Salários e fornecedores estão sendo pagos em dia, mas não sei até quando”, afirma.
 
A empresa possui ainda débitos milionários com os governos federal e estadual e tenta renegociar os valores.
O caso da Tec Stam é exemplar do que sucede com muitas empresas paulistas.

Pesquisa realizada pelo Simpi, sindicato que reúne micros e pequenas indústrias do Estado de São Paulo, revela que, neste ano, as empresas, mais endividadas, estão faturando menos e registram o maior índice histórico de inadimplência.

De cada 100 empresários consultados em agosto pelo Simpi, 43 informaram que o faturamento  era considerado ruim ou péssimo no mês de julho. Em agosto de 2014, 29 empresários haviam citado essa condição em referência ao mês anterior.

O levantamento também constatou que um terço das empresas possuíam algum tipo de endividamento em julho. Em igual mês de 2014, esse percentual era de 20%.

A inadimplência também atingiu, segundo a pesquisa, o maior índice já registrado: 52% das empresas declararam que tinham sofrido calote de clientes em julho. Em agosto de 2014, 39% disseram enfrentar atraso no pagamento de clientes no mês anterior.

“Com a queda da receita, uma empresa tem duas saídas imediatas: cortar despesas e dar um jeito de inovar com a oferta de novos produtos, serviços",diz João Carlos Natal, consultor financeiro do Sebrae SP. "É preciso encontrar novas formas de abordar os clientes. O que está errado, e é o que a maioria do empresário faz de imediato, é demitir”.

Gonçalves, da Tec Stam, diz que teve de optar por demissões porque os clientes cortaram 35% as compras de parafusos e porcas. “As indústrias que atendo estão operando quatro dias por semana, em vez de cinco. Não teve jeito”, relata.

Situação pior que a dele é a de Danny Braz, sócio diretor da Regatec, especializada em sistemas de irrigação, e que emprega 30 funcionários.

Duas crises, segundo Braz, abateram a empresa: a econômica e a de água. “Tivemos de nos reinventar. Passamos a produzir sistemas para a coleta de água da chuva.”

BRAZ, DA REGATEC: reinventado produtos

Antes da crise hídrica, a Regatec vendia um desses sistemas por ano. Hoje, são 60 a 70 por mês. Braz afirma que ainda não fechou as contas de vendas neste ano. No ano passado, o faturamento bruto já havia registrado queda de 11% em relação a 2013.

Há mais um agravante: parte dos sistemas de coleta de água é importada e, com a alta do dólar, o produto ficou mais caro e a venda, mais difícil.

“O fabricante chega a oferecer descontos de 15% a 20% nos preços, mas o fato é que a economia está parada”, diz.
Com todo esse cenário, a empresa teve de recorrer a uma linha de financiamento do BNDES, a Progeren, destinada a capital de giro.

Para Sérgio Approbato Macharo Júnior., presidente do Sescon-SP, diante disso o caminho é identificar as dívidas e negociar com fornecedores, bancos. Além disso, o empresário preciso ficar de olho no mercado em que atua. "O que se percebe é que muitas empresas estão passando por um momento ruim porque não tem visão de gestão”, .

Se a sua empresa encontra alguma familiaridade com os casos descritos acima, leia a seguir algumas recomendações do Sebrae SP para enfrentar a crise.

Separe a pessoa física da pessoa jurídica

Não confunda o caixa da pessoa física com o fluxo de caixa da pessoa jurídica. A confusão entre os números impede que o empreendedor saiba se o seu negócio é ou não rentável. 

Organize o seu negócio

Elabore planilhas que ajudem a organizar contas a pagar, contas a receber, comissões sobre vendas, controle de estoque, fluxo de caixa.

É preciso saber e conhecer todos os recursos que entram e saem da empresa, para poder prever como serão os custos e gastos nos próximos meses.

Elimine o desperdício

Controlar as despesas deve ser uma preocupação constante em qualquer empresa. No caso daquelas com dívidas, é uma questão de vida ou morte.

Em um primeiro momento, foque nos desperdícios, como equipamentos utilizados indevidamente ou pacotes de serviços com preços desatualizados, como telefonia/internet.

Depois parta para reduções nos gastos com consumo de materiais, eletricidade e água. Somente em último caso avalie a possibilidade de fazer demissões, o que pode provocar queda de produtividade e qualidade.

Contabilize as dívidas

Liste todas as dívidas da empresa, classificando-as por categoria e importância: trabalhista, fornecedores, prestadores de serviços, bancária, tributária.

As pendências financeiras também devem ser classificadas por tipo e taxa de juros (da mais cara para a mais barata): cheque especial, cartão de crédito corporativo, empréstimo para capital de giro.

Priorize as despesas de acordo com a sua importância: o não pagamento do financiamento de um equipamento, pode levar a empresa a paralisar suas atividades.

É preciso somar os valores a serem pagos mensalmente, considerando juros, taxas e multas. Compare esse valor com a previsão do fluxo de caixa, para saber se terá condições de pagar o total, ou somente uma parte dele.

Procure os fornecedores Antecipe-se

O processo de negociação deve priorizar os itens com impacto imediato na operação do negócio, como dívidas com concessionárias de energia elétrica ou telefonia.

Antecipe-se e seja transparente com os credores, apresentando a situação atual e mostrando qual é o seu plano para equilibrar as contas. Desta maneira, conquistará a confiança da outra parte, que tem interesse em ver os débitos pagos.

Importante também é fazer uma pesquisa no mercado, verificando os valores praticados por fornecedores concorrentes. Com esses dados em mãos, fica mais fácil conseguir uma redução nos preços.

Converse com os bancos

Aqui também vale a regra da transparência: exponha o cenário e apresente um planejamento viável para resolver o problema.

Para oferecer um valor de pagamento, deve-se antes considerar as necessidades do negócio (despesas operacionais). Apresente com transparência quanto pode pagar e em quanto tempo, negociando parcelas menores e taxas mais baixas.

É fundamental levar dados confiáveis para a mesa de negociação, pois os bancos consideram a falta de informações um dos principais entraves para o financiamento e/ou refinanciamento de pequenas e médias empresas.
 
Busque conciliação

Uma alternativa para quem procura uma solução capaz de atender as duas partes é buscar um mecanismo de conciliação como o Pace Paulistano (Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual).

Resultado de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) no Estado de São Paulo, os Paces, instalados em seis estados brasileiros, atuam para estabelecer acordos entre credores e devedores, gratuitamente e sem a obrigatoriedade de advogados. 

Embora  tenham sido pensados originalmente para empresas menores, eles podem ser acionados por negócios de qualquer porte. As audiências contam com a presença de um conciliador capacitado pelo Tribunal de Justiça e os acordos têm força de sentença judicia

Associe-se aos concorrentes

Considere parcerias, seja para a terceirização de etapas produtivas ou processos operacionais, seja para logística e distribuição.

Também é possível fazer compras conjuntas de insumos, matérias-primas e serviços, e dessa maneira ganhar poder de barganha na hora de negociar preços e prazos.

Outras associações podem ocorrer nas áreas de treinamento, pesquisa e ações de marketing. Importante, as parcerias não servem apenas para ganhar poder de compra, também servem para a redução de custos principalmente quando trocamos os nossos produtos e/ou serviços por produtos e serviços de possíveis parceiros, reduzindo assim as nossas despesas operacionais.
 
Aumente a receita

Os momentos de crise são bons momentos para reavaliar e repensar o negócio, discutindo maneiras de incrementar o faturamento.

Pode ser o caso de diversificar a produção, lançando novos produtos, ou então buscar novos mercados para os seus produtos e serviços.

Em determinados casos, pode ser interessante vender um bem próprio (carro, apartamento na praia) para investir na empresa, se houver necessidade de recursos adicionais para incrementar as vendas.
 
Limpe seu nome

Após solucionar as pendências com os credores, solicite a documentação referente a esse acerto das contas. Caso tenha ocorrido protestos de títulos ou devolução de cheques por insuficiência de recursos, será necessário requerer que cartórios e bancos excluam de seus cadastros informações referentes aos débitos já solucionados.

Foto: Thinkstock

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