Existem diferentes barreiras quando uma grande empresa quer promover inovação. As principais são a lentidão e o excesso de processos. Mas há outros obstáculos, como o temor de alguns gestores de cometer erros ou a falta de incentivo para que os funcionários pensem de forma ousada.
Mesmo com esses empecilhos, hoje, as grandes empresas querem fugir do chamado “efeito Kodak” – a gigante que dominava o mercado de equipamentos fotográficos e que ignorou as inovações tecnológicas.
O desfecho dessa história foi uma queda progressiva das vendas e um pedido de falência.
Para evitar que essa trajetória se repita, cada vez mais empresas estão preocupadas em como inovar e qual a melhor forma de criar produtos disruptivos.
Para discutir esse tema, foi criado o Innovator Summit, evento que reúne grandes nomes da tecnologia e inovação.
Durante os dias 5 e 6 de setembro, executivos, cientistas e empreendedores subiram ao palco do teatro CETIP, na zona oeste de São Paulo, para trocar experiências.
O evento foi organizado pela CI&T, empresa especializada em soluções digitais, e pela +Innovators, rede internacional de inovação.
“Queremos dar a oportunidade para que as grandes corporações tenham mais contato com o mundo do empreendedorismo e das startups”, afirma Leonardo Mattiazzi, vice-presidente da CI&T. “Percebemos que existem grandes empresas querendo inovar, mas muitas não sabem como fazer isso. Então, decidimos unir esses dois mundos.”
OS ENSINAMENTOS DA COCA-COLA
Entre os palestrantes, estava a americana Carie Davis, ex-diretora global de Inovação e Empreendedorismo da Coca-Cola Company que atualmente comanda uma consultoria chamada Your Ideas Are Terrible (em tradução literal, Suas Ideias São Terríveis).
Ela compartilhou com a audiência sua experiência de implementar projetos para incentivar o empreendedorismo dentro da coca-cola . Além dessa iniciativa, ela também fazia parte de um programa que montava startups e trazia empreendedores para dentro da corporação.
Durante os anos em que permaneceu na empresa, Carie aprendeu lições valiosas sobre como inovar dentro dessas gigantes do mercado.
A principal ideia, segundo ela, é não focar diretamente na inovação disruptiva. O principal é criar um ambiente favorável para que ela surja.
→ Chega de Brainstorm
“Parem de fazer sessões de Brainstorm. Elas são um grande desperdício de tempo”, afirmou Carie.
Ela acredita que durante esse processo, surgem muitas ideias, mas que as pessoas saem frustradas porque não sabem como colocá-las em prática.
“Em vez disso, minha sugestão é convidar as pessoas para trazerem ideias e, rapidamente, descobrir se aquilo vai dar certo. É preciso conversar com clientes e fazer experimentações.”, diz.
→ Não tente prever o futuro
Muita gente acredita que pode descobrir qual será a próxima inovação disruptiva, mas isso não é possível.
“Muitos ficam preocupados em ler relatórios de tendências. Esses documentos são interessantes, mas não mostram como as pessoas irão reagir as essas tendências”, diz Carie.
Para ela, as empresas mais inovadoras são as olham apenas há alguns anos na frente e não para um futuro muito distante.
→ Aprenda rápido
Carie acredita que as ideias devem evoluir rapidamente. Geralmente, dentro das corporações, as equipes são muito grandes o que torna muito difícil fazer um progresso rápido. Há muitos processos e muitas reuniões.
“Eu geralmente faço da seguinte maneira: fico concentrada durante dois ou três dias para explorar uma ideia, conversar com pessoas, fazer experimentos e trazer as lições aprendidas”, afirma Carie.
→ Meça a velocidade que uma ideia morre
De acordo com Carie, quanto mais rápido uma ideia morre, melhor para empresa.
Ou seja, a velocidade que uma equipe percebe que aquela ideia não trará os benefícios é muito importante. “Há muitos recursos e tempo gastos com ideias que não dão certo”, diz.
Para cada ideia bem sucedida, existem outras diversas que foram mal sucedidas.
→ Aposte em ideias baratas
Para explicar esse conceito, Carie citou o filme “O homem que mudou o Jogo”. Nessa obra cinematográfica, baseada em um história real, o gerente de um time de baseball, perde a grande a estrela da aquipe.
Em vez de comprar um jogador que custasse muito caro, ele usou estatística para entender quais eram os jogadores que custavam mais barato e tinha mais chance de ganhar as bases. Depois de uma temporada bem sucedida,os outros times começaram a usar essa mesma estratégia.
Carie acha que as empresas não devem se concentrar em uma grande e única aposta. Ela acredita que é melhor fazer várias pequenas apostas que sejam mais baratas. É melhor, por exemplo, criar diversos novos produtos e testá-los, em vez de um grande lançamento que custe muito caro.
→ Não há atalho para entender os clientes
Carie acredita que as pesquisas com grupos de consumidores ou questionários online não mostram realmente o que os clientes desejam.
Para ela, não existe um atalho para realmente entendê-los.
De acordo com Carrie, o melhor ver o que está acontecendo fora do escritório, sair a campo e usar métodos etnográficos para compreender os consumidores.
Além disso, Carie acredita que é fundamental que as equipes de grandes empresas trabalhem com pessoas de fora da empresa, principalmente startups e empreendedores.
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