Há 4 anos, eu conheci um moço gringo na balada. Ele perguntou meu nome e, para minha surpresa, a segunda pergunta que ele me fez foi: “qual é a coisa que você mais gosta de fazer na vida?”
Eu não precisei nem de 5 segundos para responder: “viajar!”
Naquela época, viajar era a coisa que me deixava mais feliz. Conhecer novos lugares, novas culturas, provar novos sabores e conhecer pessoas era o puro creme da felicidade.
Eu era tão feliz viajando que meu sonho era que as viagens fossem parte da minha vida, do meu dia a dia. Tinha certeza de que não existia vida mais feliz do que a das pessoas que viviam viajando.
Pedi demissão e embarquei para a minha tão sonhada viagem pelo mundo. Para a minha surpresa, eu percebi que a felicidade que eu sentia depois de 3 meses não era a mesma que eu daqueles 15 dias de férias.
Mudar constantemente de casa, de país e conhecer novas pessoas o tempo todo começou a ser mais estressante do que empolgante e eu senti que alguma coisa estava errada.
Depois de um ano viajando, eu sonhava com o dia que a viagem iria acabar. Eu queria ter a minha casa, queria fazer parte de uma comunidade, queria ter uma vida normal, algo bem parecido com a vida que eu tinha antes. Irônico, não é mesmo?
Depois de 18 meses de estrada, fazendo minhas malas em Dubai para voltar para o Brasil no Natal, eu tive um surto. Foi algo muito parecido com o que eu imagino ser um ataque de pânico. Meu coração batia acelerado, eu tremia e só de pensar em fazer minha mala mais uma vez eu tive um ataque incontrolável de choro. Nesse momento eu tive certeza: alguma coisa estava MUITO errada.
Voltei para São Paulo, passei 45 dias na casa da minha mãe, me acalmei, mas logo coloquei o pé na estrada novamente. Eu era oficialmente uma nômade e não tinha uma casa, lembra?
Eu não queria mais fazer nada. Não queria mais sair, não queria conhecer pessoas, mal queria conhecer novos lugares. A cidade onde eu estava morando no momento não fazia diferença alguma na minha vida. Podia ser Londres, Sidney, Ubud ou até mesmo São Paulo. Tudo o que eu queria era ficar em casa e, se eu pudesse, ficava o dia inteiro na cama.
Na minha cabeça a única explicação para esse sentimento era o fato de que eu estava cansada, de que sentia falta de uma vida mais estável e de uma rotina mais equilibrada para fazer as minhas coisas.
Foi só em novembro de 2015, quase um ano depois do primeiro ataque de pânico, que eu descobri o que estava acontecendo comigo de verdade.
Há 6 anos foi diagnosticada uma doença auto-imune na minha tireóide chamada Hashimoto. É uma doença na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o aumento de volume da glândula e diminuição do seu funcionamento.
Embora a minha glândula fosse bastante aumentada, eu nunca tive problemas com o funcionamento da minha tireóide e, mesmo viajando, eu sempre fiz questão de fazer todos os meus exames de rotina para acompanhar o quadro.
O que eu não sabia é que todo o estresse que as viagens constantes estava me causando, elevou demais os meus níveis de cortisol (hormônio do estresse) e o fato de eu não conseguir manter uma rotina de exercícios, uma alimentação equilibrada + a minha predisposição genética fez a inflamação na minha tireoide piorar e, com isso, eu desenvolvi o hipotireoidismo.
Com o hipotireoidismo veio uma leve depressão e uma fraqueza que só aumentavam a minha vontade de não fazer nada e eu não fazia a menor ideia de que esse era o motivo.
Por que estou contanto tudo isso?
Porque hoje, com toda certeza, o que me faz feliz com a vida é ter saúde. Viajar é bom? Sim! Mas viajar constantemente passou a prejudicar a minha saúde e nada é mais importante do que me sentir disposta, saudável e energizada.
Além da minha saúde, aprendi a valorizar demais o meu tempo. Não ter rotina me fazia perder muito tempo com coisas absolutamente banais e percebi que quanto menos tempo eu perco com coisas que não são importantes, mais feliz com a vida eu sou.
Esse foi o principal motivo que me fez sumir por um tempo do blog. Eu cheguei a conclusão de que minhas prioridades mudaram e o que me fazia feliz quando comecei a escrever aqui já não era mais o que me faz feliz hoje.
Eu evoluí, mas não sabia como fazer o blog evoluir comigo. Precisava de tempo e isolamento virtual para colocar a minha cabeça no lugar e decidir o que queria fazer com esse espaço tão querido, já que o meu ciclo como nômade digital se encerrou e a minha pesquisa sobre a felicidade se misturou com a forma com que eu vivo a minha vida atualmente.
Eu também comecei a me preocupar demais com o que escrevia, pensando além da conta se iria agradar meus leitores e seguidores e isso estava me fazendo perder uma das minhas principais características: a espontaneidade.
Tantas coisas me inspiram, me emocionam, me ensinam, me surpreendem e me fazem feliz que basear o meu aprendizado sobre felicidade apenas em uma pesquisa e algumas viagens parece muito pequeno para esse espaço com tanto potencial e cheio de leitores incríveis.
A felicidade se aprende vivendo, sofrendo, quebrando a cara, saindo da zona de conforto, estando presente, amando, sorrindo, viajando, comendo, ficando em casa, agradecendo e não só pesquisando ou lendo livros.
A partir de hoje, é isso que você vai ver no FÊliz com a vida! Um pouco de tudo o que me ensina a ser uma pessoa mais feliz todos os dias. Pode ser uma música, um filme, uma comida, um lugar, uma conversa, uma roupa, um livro, uma nova perspectiva sobre um assunto… Qualquer coisa que me inspire e que eu ache que pode inspirar mais alguém!
A ideia é ser um espaço leve, gostoso, pra você visitar quando quiser fugir da loucura do seu feed de notícias ou quando quiser buscar um pouquinho de inspiração na vida real. Aquela vida que tem muitas coisas legais, mas muitas coisas mundanas que fazem os nossos dias serem a delícia que é.
E por último, mas não menos importante, me conta o que faz você ser feliz com a vida?
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