Criar uma loja online, com capilaridade nacional e a baixo custo é uma ideia atrativa para quem deseja iniciar uma operação varejista.
Em meio à crise, a expectativa é que as vendas do comércio eletrônico crescerá 8% em 2016, segundo a consultoria E-Bit. Ao mesmo tempo, o varejo como um todo deverá sofrer queda de 5,1%.
Há uma empresa que está fomentando o ingresso de micro e pequenos empreendedores no varejo online. É a Loja Integrada, que mantém uma plataforma de criação de lojas virtuais.
No estilo “faça você mesmo”, o sistema foi desenvolvido para dar autonomia aos varejistas. A plataforma disponibiliza recursos como opções de layouts de tela personalizáveis, ferramentas para criação e disparo de e-mail marketing e de cupom de desconto.
Há também a integração com marketplaces populares, comoMercado Livre, Submarino e Walmart.com.
Os valores dos planos variam entre gratuito e R$ 399,00. A diferença se dá pelo número de visitantes, produtos e usuários que o e-commerce pode suportar.
Atualmente, a Loja Integrada agrupa 15 mil lojas ativas. Juntas, somam um faturamento de R$ 300 milhões nos noves primeiros meses de 2016.
Os segmentos com maior número de lojas são os de vestuário, cosmético e perfumaria e acessórios de moda. Recentemente, houve a ascensão de negócios de artigos esportivos e produtos eróticos.
Embora seja um modelo que atraia muita gente que deseja ter um negócio próprio, manter uma operação de e-commerce é bem mais complicada do que parece aos olhos dos inexperientes.
Das 500 lojas criadas diariamente na plataforma, apenas 12% continuam ativas após seis meses. Dessas, somente metade migra para o plano pago e amadure dentro do comércio eletrônico.
Um dos principais desafios é trazer tráfego para a loja, principalmente quando a marca não é conhecida e nem tem credibilidade.
Uma solução pode ser integrar a loja recém-criada ao um marketplace. Se alinhar com grandes marcas de varejo dá visibilidade, transmite segurança ao cliente, uma vez que as lojas passam por uma triagem, e pode ser o início vendas, necessárias para girar o estoque e fazer caixa.
Outra dificuldade é a logística. Qual parceiro é mais vantajoso: Correios, courrier ou transportadoras?
Cerca de 80% dos usuários da Loja Integrada optam pelos Correios. Quando as entregas precisam ser feitas no mesmo dia ou é de produtos perecíveis, uma alternativa é o serviço de entregas por moto-boy ou ciclistas.
Lojas com poucas remesas podem contratar o Mandae, empresa que coleta, embala e distribui produtos de lojas virtuais. O Mandae negocia grande volume de entregas diretamente com os Correios, o que possibilita preços mais competitivos.
Por último, a opção de contratar transportadoras é recomendada para produtos pesados ou de grande volume.
FUJA DOS GRANDES CONCORRENTES
Uma das regras do micro e pequeno varejo online é apostar em nichos e se especializar em produtos originais. A estratégia pode ser uma vantagem competitiva e evita que a loja bata de frente com grandes companhias.
Entre os clientes da Loja Integrada está a VegPet, especializada em produtos saudáveis para animais domésticos, como rações vegetarianas, brinquedos biodegradáveis e cosméticos que não são testados em animais.
Outro exemplo é a Nodestro, que comercializa instrumentos musicais, material escolar e ferramentas para canhotos.
Há 20 anos, Adriano Caetano foi um dos pioneiros do e-commerce brasileiro. Em 1996, ele fundou a Linux Mall, que vendia produtos de informática, computação, cultura pop e cinema.
Com ascensão da internet, Caetano passou a ser procurado por grandes varejistas que desejavam abrir um canal online.
Ele, então, criou a Nixus, empresa que desenvolve projetos de ecommerce para grandes empresas. No entanto, os projetos eram caros demais para pequenos empreendedores. A solução acessível veio com a Loja Integrada, fundada em 2012.
Atualmente, tanto a Nixus quanto a Loja Integrada pertencem à americana VTEX, especializada em tecnologia para comércio eletrônico, que adquiriu as empresas brasileiras em 2013.
Há poucos dias, o grupo comprou a startup Integrando.se, um marktplace de serviços para pequenas lojas virtuais. A transação movimentou cerca de R$ 3 milhões.
“A nova aquisição incentiva ainda mais a entrada de pequenas e médias empresas no e-commerce, já que centraliza prestadores de serviços e lojistas em uma única plataforma”, afirma Caetano.
IMAGENS: Thinkstock e Divulgação
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