Sofrer de estresse no trabalho está longe de ser raridade. Com as demissões que aconteceram por conta da crise, é comum ouvir relatos de pessoas que tiveram colegas demitidos e, por isso, tiveram que cobrir suas funções e trabalhar em dobro – talvez você mesma esteja nessa situação.
Toda essa cobrança e volume de trabalho têm um preço para a saúde: uma pesquisa feita nos Estados Unidos com 900 pessoas aponta que 61% dos trabalhadores afirmaram ter adoecido fisicamente por conta do estresse no ambiente de trabalho – incluindo problemas como insônia e depressão –, enquanto 7% foram hospitalizados por esse motivo. Na China, estima-se que 1 milhão de pessoas morrem anualmente por trabalhar em excesso.
Sim, as pessoas estão, literalmente, morrendo de tanto trabalhar. Esse é o tema do livro “Dying for a Paycheck” (“Morrendo por um salário”, em tradução livre), de Jeffrey Pfeffer – professor de comportamento organizacional da Stanford Graduate School of Business.
O livro mapeia uma série de males dos ambientes de trabalhos modernos – desde a precarização dos planos de saúde até os efeitos psicológicos de longas horas de jornada, problemas financeiros e conflitos familiares causados por isso – e como esses fatores estão, de fato, matando os trabalhadores.
Em entrevista à publicação Insights, da Stanford Business School, Pfeffer relaciona o trabalho a problemas de saúde: diversos estudos apontam que o trabalho é a principal causa do estresse. Este, por sua vez, causa doenças crônicas, como diabetes, problemas cardiovasculares, respiratórios e síndrome metabólica. No Brasil, elas são responsáveis por 73% das mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
E não pense que você precisa de um trabalho fisicamente perigoso para estar sujeita a esses efeitos. Também não precisa ir longe para encontrar pessoas que já sofram com isso. Há quem não tenha tempo nem para comer e almoce apenas lanches e besteiras, ganhando quilos e mais quilos. Há quem precise tomar ansiolíticos e antidepressivos para lidar com a pressão. Há, ainda, quem recorra ao álcool e outras drogas.
“As horas de trabalho que as empresas estão demandando de seus funcionários estão causando o rompimento de casamentos, dificuldades para criar os filhos e disrupção geral na vida familiar. E a unidade familiar é uma importante fonte de apoio social”, diz. É o que a professora Nuria Chinchilla, da IESE Business School, chama de poluição social pois, de forma similar à poluição do meio ambiente, prejudica o meio social e causa desastres ao futuro da população.
“Quando falo sobre esse livro, muitas pessoas dizem que, se alguém não gosta de onde está trabalhando, então, essa pessoa precisa encontrar outro emprego, o que é mais fácil dizer do que fazer, conta.
Existem diversas barreiras para o trabalhador. Por exemplo, devemos lembrar que a pessoa nessa situação já está exausta. Procurar um emprego também é trabalhoso e, com o psicológico e/ou físico já desgastados pelo estresse corporativo, esse indivíduo teria a capacidade de procurar outro emprego prejudicada.
“As empresas também brincam com nosso ego. Elas dizem ‘O que há de errado com você? Você não é bom o suficiente? Somos uma empresa especial. Estamos mudando o mundo e apenas algumas pessoas estarão preparadas para a tarefa.’ Quem quer admitir que não é bom o suficiente?”, continua.
Ademais, somos influenciadas ao ver nossos colegas trabalhando à exaustão – naturalizando algo que não deveria ser aceitável.
Além de não solucionarem, as demissões representariam apenas uma tentativa de resolução individual – sendo que se trata de um problema cultural e coletivo. Para Pfeffer, a solução também não envolve oferecer salas de cochilo e aulas de ioga aos funcionários. O que deve mudar, ele afirma, é a cultura das empresas e CEOs.
Existem dados que sugerem que pessoas que vão ao trabalho doentes não são tão produtivas. “As empresas têm problemas com presenteísmo – pessoas fisicamente no trabalho, mas que não estão realmente prestando atenção no que estão fazendo –, com dias de serviço perdidos devido ao estresse psicológico e doenças, com altos custos de saúde. As pessoas estão se demitindo por causa do estresse. Os custos ao negócio são enormes”, defende.
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