O número de redes que operam com microfranquias no Brasil aumentou 45% entre 2013 e 2016, passando de 384 para 557 marcas. Essas redes, que têm investimento inicial de até R$ 80 mil, são 18% do total de marcas de franquias no país. Entre as redes que ainda não operam com microfranquias, 36% dizem ter o interesse de desenvolver o modelo nos próximos anos. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (12/1) pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Segundo Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF, o aumento no número de marcas de microfranquias se deve à maior demanda por modelos enxutos de unidades. “Com a melhora da economia brasileira até 2013, a população buscou mais produtos de qualidade e de marca, e as redes se prepararam para atender a esse mercado, em regiões que exigiam um formato menor”, diz. “Com a retração da economia, as franqueadoras também precisaram se expandir com formatos mais otimizados.”
Entre as 557 redes de microfranquia, 79,8% atuam exclusivamente com unidades de até R$ 80 mil de investimento inicial e 20,2% operam também com formatos tradicionais. O levantamento mostrou também que 31% das redes que só têm microfranquias possuem acima de 100 unidades. Ao mesmo tempo, 25% têm menos de 10, o que indica o crescente número de novas franqueadoras neste formato.
A média de pró-labore entre as redes que trabalham exclusivamente com microfranquias é de R$ 3.819 mensais. Já entre as marcas que têm também formatos tradicionais, o pró-labore médio é de R$ 3.611 mensais. Esses valores não incluem a distribuição de lucro das operações.
Existe um predomínio de operações de rua, tanto nas redes que operam com microfranquias e formatos tradicionais (55,8%) quanto naquelas que só têm unidades de até R$ 80 mil (64,2%). As unidades do tipo home office são 29,7% nas redes que trabalham exclusivamente com microfranquias e 17,9% nas redes mistas.
As cidades de porte médio, com número de habitantes entre 100.001 e 300.000, são as que mais recebem unidades de microfranquias. Entre as marcas que adotam os dois modelos de negócio, as cidades menores, de 50.001 a 100.000 habitantes, estão em segundo lugar. Já entre as redes de microfranquias exclusivamente, as cidades grandes (acima de 500.000 habitantes) estão em segundo lugar. “Isso mostra que as marcas querem ganhar visibilidade primeiro nas cidades médias para depois se expandir em outros locais”, afirma Tieghi.
O franqueado das unidades com investimento de até R$ 80 mil são, na sua maioria, jovens, com entre 26 e 35 anos de idade. A faixa entre 36 e 45 anos fica em segundo lugar, e a de entre 46 e 55 anos, em terceiro.
A maioria dos franqueados têm curso superior completo. “A atividade predominante do franqueado é comercial. A segunda mais importante é a atividade gerencial, e a terceira, a operacional”, diz Tieghi. “A prioridade é ter um comportamento comercial para que o negócio seja conhecido.”
A pesquisa foi realizada com 412 redes em 2016. A partir de janeiro de 2017, a ABF passa a considerar como microfranquias aquelas que têm investimento inicial de até R$ 90 mil.
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