O consumidor sentiu na pele o impacto da greve dos caminhoneiros. Uma sondagem da Ticket, empresa do setor de benefícios de refeição, alimentação e transporte realizada no último fim de semana (26 e 27 de maio), aponta que 56% dos 5.046 entrevistados mencionaram a alta nos preços e dificuldade de encontrar verduras e legumes em supermercados, lanchonetes e restaurantes.
Um balanço da Ceagesp divulgado nesta segunda-feira (28/05) confirma: a comercialização caiu de 63,2 mil toneladas, volume registrado na semana anterior à greve, para 33.839 (-46,5%) –o que prejudicou principalmente o abastecimento de hortícolas (verduras e legumes). O fluxo financeiro também caiu 45,5%, de R$ 158 milhões para R$ 86 milhões.
O levantamento, da seção de economia e desenvolvimento da Ceagesp também apontou que, somente nesta segunda, 90% do volume normalmente comercializado não chegou ao entreposto.
“A paralisação dos caminhoneiros impossibilitou a entrada e saída de mercadorias”, informou a companhia, em nota. A greve também prejudicou a cotação de preços, feita de acordo com a oferta.
Porém, o cenário parece mudar aos poucos: entidades que representam os caminhoneiros, como a Abcam, afirmaram nessa tarde de segunda-feira (28/05) que, de 70% a 80% da categoria já se desmobilizou, após o anúncio das propostas feitas pelo governo para encerrar a greve.
Mas, se a perspectiva é que a desmobilização se concretize até o fim da tarde desta terça-feira (29/05), associações que representam os supermercados, diretamente impactados pelo desabastecimento, afirmam que a normalização da oferta de perecíveis, como verduras, legumes, frutas, carnes e ovos, pode levar de 10 a 20 dias, segundo estimativas da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Em nota, a Apas informa que esses itens representam 36% do faturamento dos supermercados. De acordo com a entidade,as soluções propostas pelo governo devem ser suficientes para atender os pleitos dos transportadores, mas as incertezas quanto à adesão total dos caminhoneiros continua a prejudicar a oferta de produtos nas lojas de supermercados.
Na mesma linha, a Associação Brasileira de Supermercados) afirma que o setor tem sofrido mais com a falta de abastecimento de hortifrútis, açougue, laticínios e derivados.
"Os supermercados de todo o Brasil têm se esforçado para minimizar a falta de produtos em lojas, remanejando estoques e buscando fornecedores alternativos”, diz o comunicado.
De acordo com a entidade, ainda que os estabelecimentos do setor operem com estoque médio em torno de 15 dias (de não-perecíveis), muitos já estão chegando próximos à metade. Também afirma que trabalha junto ao governo federal para que uma solução definitiva seja encontrada, já que o setor é essencial, por ser responsável pelo abastecimento de 90% dos alimentos no país.
MOBILIDADE
Pela lente do consumidor, a sondagem da Ticket mosta ainda que ele sentiu que a dificuldade de abastecimento afetou pouco o funcionamento e a abertura de estabelecimentos nos últimos dias: apenas 28% encontraram estabelecimentos comerciais e restaurantes fechados por conta da paralisação.
Por outro lado, 51,6% dos trabalhadores já estão procurando formas alternativas de se locomover sem a dependência do transporte público em meio à falta de combustível, que desapareceu devido ao movimento dos caminhoneiros.
"Um ponto de atenção é o alto índice de respostas negativas, cerca de 74%, que mostra ausência de planos emergenciais das empresas em caso de prolongamento da crise de abastecimento", alerta Marília Rocca, diretora geral da Ticket.
FOTO: Facebook/Ceagesp
R. Monsenhor Rosa, 1940 - Centro
Franca - SP - CEP 14400-670
Atendimento:
Seg. a Sex. das 8h às 18h
Dúvidas, Reclamações e Sugestões
Entre em contato conosco:
(16) 3711-1700 - (16) 99973-0195
CNPJ: 47985577/0001-63
© ACIFRANCA. Todos Direitos reservados. Desenvolvido por Agência ACIF + Sophus Tecnologia