Mais de 184 mil empresas, entre serviços de atendimento domiciliar, clínicas populares e de home care, movimentam os negócios de saúde no país. A recessão e o recuo nos planos devem turbinar modelos inovadores
Nos últimos cinco anos, a ascensão da classe C ao mercado de consumo teve como efeito colateral a oxigenação do mercado de saúde privada, com o surgimento de modelos de negócios e serviços em colisão direta com os preços e posicionamentos do setor.
Serviços antes restritos, como as clínicas populares, as empresas de atendimento domiciliar ou de home care e a medicina de caráter preventivo, começaram a ser vistos como solução para os gargalos dos sistemas de saúde.
Este é um dos dados que emergem do primeiro estudo estatístico do setor, encomendado pela Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo (Fehoesp) ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
“A evasão dos planos de saúde que vem ocorrendo nos últimos anos”, disse Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, “levou o setor a fazer adequações na oferta de produtos e serviços, com ênfase em pequenas empresas. Também incentivou o surgimento de redes de clínicas que oferecem uma alternativa ao SUS para quem não tem mais o benefício do plano.”
2,74% DO PIB
O mercado de Saúde Humana movimenta R$ 161,9 bilhões ou 2,74% do PIB brasileiro. Embora os grandes hospitais e clínicas cirúrgicas representem 64,21% do faturamento do Setor de Saúde Humana, segundo o estudo da Fehoesp, estão concentradas em 8.957 empresas.
Esse número representa apenas 4,87% do total de 184 mil empresas que participam deste mercado no Brasil. Isto significa que se trata de um setor majoritariamente formado por micro, pequenas e médias empresas. No total, empregam cerca de 2,03 milhões de profissionais
PEQUENOS NEGÓCIOS
Nesse cenário, três segmentos chamam a atenção por reunirem serviços desenvolvidos a partir de novos modelos de negócios ouvisões inovadoras da saúde como conseqüência da incapacidade dasestruturas tradicionais de darem conta das crescentes demandas da área .
Exemplo desses novos negócios, as clínicas populares e os serviços de atendimento domiciliar ou de home care vêm despertando a atenção dos investidores. E os nichos, como a prática da medicina de caráter preventivo e diversas linhas da psicoterapia, se tornam cada vez mais presentes nas soluções terapêuticas buscadas pelos players do setor.
* A maior concentração de empresas está no segmento deAtividades Clínicas e Laboratoriais de Médicos e Odontólogos. No total, são 115.042 empresas ou 62,50% das empresas do setor, com receita de R$ 16,26 bilhões. Aqui estão as clínicas populares.
* O segundo segmento é o de Atividades de Profissionais de Saúde, como enfermeiros, psicoterapeutas, fisioterapeutas, nutricionistas etc. São 20.851 empresas, ou 11,33% do total, e tiveram um faturamento de R$ 4,26 bilhões. O home care faz parte dessa categoria.
* No terceiro segmento, Atividades de Apoio à Saúde reúne as áreas chamadas de terapias alternativas, e que hoje fazem parte dos serviços oferecidos por grandes hospitais e clínicas e dentro da prática de medicina integrativa. Incluem acupuntura e técnicas orientais e o trabalho de parteiras. O segmento conta com 9.751 empresas, 7,62% do mercado, e faturamento de R$ 11,15 bilhões. As linha de terapias alternativas foram classificada nesse item.
CRESCIMENTO ESTANCOU
O crescimento apresentado pelo mercado desde 2011 teve a maior queda em 2015. Pesaram nesse resultado o recorde do índice de desemprego em 2015, com a perda de 1,9 milhão de empregos formais em 12 meses, até março passado. Dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) mostram que, no mesmo período, 1,3 milhão debrasileiros saíram dos planos de assistência médica.
A entrada da classe C no mercado formal de trabalho, com direito ao benefício, foi um dos principais impulsionadores da ampliação de estrutura e do crescimento financeiro dos hospitais.
Em 2015, a queda do emprego e da renda também atingiu diretamente a receita de hospitais e clínicas, inclusive gigantes como Albert Einstein e Sirio-Libanês.
Mesmo com tantos números negativos, as operadoras de saúde apresentaram aos seus clientes em 2015 o maior valor de reajuste desde 2007 – 19,3%. O índice medido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) supera o IPCA de 10,67% em 2015.
CLÍNICAS POPULARES
Símbolo do movimento de adaptação do setor de saúde à nova realidade social do Brasil, as clínicas populares estão classificadas dentro de Atividades Clínicas e Laboratoriais.
Mesmo ainda sendo um nicho no país, a área vem apresentando uma movimentação intensa, com criação de redes independentes ou em formato de franquias, pensadas para cobrir de forma privada os cuidados básicos de saúde de quem perdeu o plano e tenta escapar do SUS. Estas iniciativas vêm atraindo o aporte de investidores.
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Entre as empresas que vem se destacando pelos projetos de expansão, estão da Dr. Consulta, de Thomaz Srougi, com aportes de investidores nacionais, como Jorge Paulo Lehman, a Meu Doutor, que recebeu R$ 100 milhões do fundo australiano Simon Partners, e a Clínica Fares, do médico Adiel Fares, também fundador da rede de varejo Marabraz.
ATENDIMENTO DOMICILIAR
O fenômeno da retração de renda e emprego se soma a outros como o envelhecimento acelerado da população que pressionam de maneira muito mais intensa os serviços e estão exigindo novas abordagens do mercado.
Pesquisa de 2013, feita pelo Núcleo de Empresas de Atenção Domiciliar (Nead) estimou em mais de um milhão o número de pacientes atendidos em casa por equipes de home care.
Naquele ano, havia 200 mil profissionais de saúde e 400 empresas atuando na área, com uma receita presumida de R$ 3 bilhões.
Atividades ainda nem regulamentadas, como a de cuidador, deram origem a redes de franquias especializadas em treinar e fornecer profissionais com esta capacitação para ajudar no cuidado com idosos tanto em casa como em moradias especializadas. Ainda incipiente, é considerado um segmento de alto potencial.
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