Quatro pesquisas produzidas recentemente pelo Sebrae mostram o que pensam os empreendedores de seus pequenos negócios e de seu futuro profissional em um cenário difícil, como o enfrentado nos últimos tempos. Os resultados revelam como os empresários estão tentando superar os desafios e seguir em frente.
Na pesquisa “Abrir mão do negócio”, feita entre 2 e 23 de dezembro de 2015, foram ouvidas 6.121 empresas (MEI, ME e EPP) de todo o País, com o objetivo de identificar a proporção de empresários que abriria mão de seu negócio por um emprego com carteira assinada.
Como resultado geral, cerca de 57% deixariam o negócio para se tornar empregados com carteira assinada, sendo que 38%, para receber a mesma renda. Outros 19% trocariam só se fosse para ganhar 50% a mais na sua renda. Por outro lado, 38% não trocariam nem se fosse para ganhar 50% a mais na sua renda; 4% não sabem e 2% já têm carteira assinada. No Centro-Oeste, 36% disseram que trocariam para ganhar a mesma renda; 18% só trocariam para ganhar 50% mais; e 40% disseram que não trocariam, nem mesmo para ganhar 50% mais. Enquanto isso, no DF, 36% afirmaram que largariam o seu negócio para ser empregado de carteira assinada, mas 45% não trocariam nem se fossem ganhar 50% a mais.
Nesta pesquisa, 41% dos microempreendedores individuais (MEI) afirmam que não trocariam seu negócio, nem se fosse para ganhar 50% a mais – a maior proporção de “não” entre os empresários. Por outro lado, 66% dos empresários de pequeno porte (EPP) apresentaram a maior proporção entre os que trocariam seu negócio por um emprego com carteira assinada para ganhar a mesma renda média ou 50% a mais. Por setor, os empresários da indústria mostraram o maior percentual de pessoas que não estariam dispostas a trocar seu negócio por um emprego com carteira assinada, nem se fosse para ganhar 50% a mais (43%). Já o comércio mostrou a maior proporção de empresários que trocariam seu negócio para receber a mesma renda ou 50% a mais (60%).
Expectativas
Com o objetivo de identificar a avaliação geral dos pequenos negócios em relação a 2015 e às expectativas para 2016, foi realizada a pesquisa “Expectativas para 2016”, entre os dias 2 e 30 de novembro passado, ouvindo 6.148 empresas (MEI, ME e EPP). Ela identificou que cerca de 49% das MPE esperam que 2016 seja melhor que 2015, 22% esperam que seja igual, 22% esperam que seja pior e 7% não sabem. Lideram a avaliação negativa de 2015 as MPE do Sudeste (73%), as EPP (76%) e a indústria (72%). Já, para a avaliação positiva de 2015, a liderança ficou com as MPE do Norte (19%), os MEI (16%) e o comércio (25%).
No Centro-Oeste, tomando 2015 em relação a 2014, 15% perceberam um desempenho melhor, 17% responderam “igual”, enquanto que 67% disseram “pior” e 1% respondeu não saber. Na comparação da expectativa de 2016 em relação a 2015, 50% acreditam que será melhor; 21% acreditam que será igual; 22% estão pessimistas e acham que será ainda pior; e 7% disseram não saber. No DF, 74% dos empresários disseram que o desempenho em 2015 foi pior do que em 2014. Para o ano de 2016, 50% empresários esperam obter um desempenho melhor.
Investimentos
Em outra pesquisa feita pelo Sebrae no final de 2015, foi identificada a proporção de empresas que pretendiam realizar investimentos “novos” até o final desse ano, assim como o tipo de investimento. Com o tema “Investimentos nas MPE”, o estudo mostrou que apenas 31% das empresas pretendiam realizar investimentos nos últimos 3 meses de 2015. A amostragem foi feita entre os dias 1º e 30 de setembro de 2015, consultando 6.187 empresas (MEI, ME e EPP) de todo o País.
Destaca-se, ainda, como resultado da pesquisa, que 65% deles não pretendiam fazer investimento novo; e 4% não sabiam. Dos que pretendiam fazer investimentos novos, a maioria (54%) pensava em modernizar o negócio (novos produtos/novos processos), 23% queriam capacitar funcionários; 14% pensavam em ampliar a capacidade produtiva; e 9% pretendem realizar outros investimentos (como marketing, propaganda e publicidade).
Não houve diferenças expressivas por setores. Tanto a proporção de quem pretendia fazer investimento novo (que variou de 30% a 34%) quanto o tipo de investimento teve resultados semelhantes quando considerados os quatro setores analisados – exceto pelo fato de o comércio se destacar por uma proporção maior de quem pretendia modernizar o negócio (provavelmente com inovações de produtos, como marcas e produtos mais baratos). No Centro-Oeste, o destaque ficou para “Modernizar o negócio”, resposta dada por 65% dos entrevistados, que, na primeira pergunta, admitiram pretender fazer algum investimento. Enquanto que no DF apenas 27% afirmaram que iriam realizar investimentos em 2015. Deles, 45% afirmaram que iriam modernizar seus negócios.
Famílias
Para identificar a proporção de empresas familiares no universo dos pequenos negócios formais no Brasil, o Sebrae realizou outra pesquisa, na qual ouviu 6.013 empresas (MEI, ME e EPP), entre os dias 3 e 31 de agosto de 2015. O resultado foi de que tanto no Brasil quanto no DF cerca de 57% dessas empresas são “familiares”, ou seja, aquelas em que há parentes (pai, mãe, avô, avó, filho/a, sobrinho/a, neto/a, cunhado/a) entre os sócios e/ou empregados/colaboradores (com ou sem carteira assinada).
Percentualmente, a pesquisa também mostrou que 71% das empresas de pequeno porte (EPP), 68% das microempresas (ME) e 38% dos microempreendedores individuais (MEI) são “empresas familiares”. Deve-se observar que a maioria dos MEI são indivíduos que tocam o próprio negócio, sem sócios e sem empregados, razão pela qual poucos deles são classificados como “empresa familiar”, segundo a definição utilizada na pesquisa. Por setores de atividade, 61% das indústrias, 59% das empresas de comércio, 56% das empresas de serviços e 41% das empresas da construção são “Empresas familiares”. A baixa proporção de empresas familiares nos dois últimos setores também parece estar associada ao fato de serem setores com alta proporção de MEI.
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