Há um ano, o Magazine Luiza lançou o seu próprio serviço de armazenamento em nuvem: o Magalu Cloud. Com um portfólio menor de produtos e estruturado em uma lógica econômica que permite atender a diferentes portes de clientes, o negócio se posiciona como uma alternativa em um mercado de gigantes.
Segundo Christian Reis, diretor da plataforma, o Magalu Cloud tem potencial para “provocar” os líderes deste segmento (Amazon, Microsoft e Google), especialmente em eficiência e preço, diz. A depender do plano escolhido, o serviço pode custar até 75% menos que os da concorrência, que tem parte de seus produtos indexados ao dólar. E por ser um segmento precificado em dólar, Reis estima que o investimento em Cloud no Brasil tem um custo 147% maior que a média mundial.
O Magalu Cloud começou a ser desenvolvido em 2020 no LuizaLabs, laboratório de tecnologia e inovação da varejista brasileira, como uma forma de reduzir as despesas relacionadas a esse mercado. Mas a jornada do Magalu com nuvem não é recente. A empresa foi uma das pioneiras na adoção de nuvem pública no Brasil, há mais de 15 anos.
Ao abrir essa frente, diz Reis, é possível que o ecossistema Magazine Luiza possa encontrar um caminho de rentabilidade maior com a venda de serviços de tecnologia do que com seu negócio tradicional, de venda de produtos no varejo. O setor de computação em nuvem deve movimentar R$ 90,8 bilhões no Brasil em 2025, de acordo com a consultoria Gartner. Os gastos globais com esses serviços devem atingir US$ 723 bilhões no próximo ano.
Estimativas do Synergy Research Group sobre o terceiro trimestre de 2024 apontam que a Amazon Web Services (AWS) detém 31% da infraestrutura de cloud no mundo, enquanto a Azure, da Microsoft, possui 20% e o Google Cloud, 11%. Juntas, essas três empresas dominam mais de 60% do segmento. Oracle, Alibaba, IBM e Tencent também estão na disputa, mas registram apenas um dígito de participação de mercado cada.
“O futuro é muito digital e mais gente vai embarcar nessa. Acreditamos que podemos ter uma fatia grande desse mercado começando no Brasil, mas olhando o mundo como oportunidade”, afirma Reis.
O primeiro passo, segundo o executivo, é crescer no mercado nacional para, em seguida, fazer investidas globais. O ano de 2024 foi dedicado à expansão de capacidade e à conclusão do portfólio inicial de produtos. Sem muita publicidade, um dos primeiros lançamentos foi o ID Magalu, que permite a implementação de um botão de SSO (Single Sign-On) para simplificar o processo de login com segurança.
Há também opções de ferramentas com foco em automatizar e gerenciar as permissões de acesso de colaboradores em processos de admissão, férias, desligamento e afins, assim como armazenamento na nuvem ilimitado para arquivos de diversos formatos.
No segundo semestre, a empresa abriu seu console de nuvem para que qualquer pessoa física ou jurídica possa criar uma conta e experimentar o serviço - o que trouxe uma evolução significativa para o negócio. No segundo trimestre fiscal deste ano, encerrado em agosto, a companhia somava 130 contas corporativas no serviço. Ao final do terceiro trimestre, em novembro, esse número já havia superado a marca de 500. Empresas como Kognita, Unite e iCasei estão entre os clientes atuais.
Hoje, 40% da operação digital do Magalu está na própria nuvem e a empresa tem mais de 2 mil desenvolvedores em seu quadro de funcionários. A operação tem suporte em data centers localizados em duas regiões cloud no Brasil: São Paulo e Fortaleza, no Ceará.
Uma das estratégias para acelerar o crescimento do negócio foi firmar uma parceria com a Dell e, assim, chegar a mais clientes. A ideia é que os clientes da Dell passem a aproveitar o Magalu Cloud para fazer backups de volumes grandes de dados ou transferir novos dados para a plataforma. Ou seja, em vez de o cliente utilizar mais uma máquina, o software da Dell (de infraestrutura) já redireciona para o serviço do Magalu. Isso alivia a necessidade de clientes que são grandes, como, por exemplo, os bancos, que ficavam travados para escalar.
Com passagens em outras grandes empresas de tecnologia fora do país, Reis reconhece que o Magazine Luiza começou a operar tardiamente no mercado de nuvem. Mesmo assim, não considera saturada a demanda por esse tipo de infraestrutura.
Para o executivo, o fato de o Magazine Luiza ser uma empresa brasileira pode ser um diferencial no atendimento local, pois além da sua boa reputação, a companhia já entende a natureza dos negócios no país. Os maiores desafios, segundo Reis, estão em oferecer um produto atraente para o consumidor com baixo custo, ter capacidade suficiente para prever a demanda e conquistar a confiança do mercado sendo uma empresa com renome em varejo (e não tecnologia).
Um exemplo que, segundo Reis, validou a capacidade do seu sistema se passou na última Black Friday, quando a empresa teve uma experiência não planejada ao estabilizar e hospedar o site de vaquinha da torcida organizada Gaviões da Fiel, que arrecadava fundos para a quitação da Neo Química Arena.
Logo nas primeiras horas, a campanha registrou instabilidades para receber os pagamentos dos torcedores e a página ficou temporariamente fora do ar. A alternativa encontrada foi migrar toda a estrutura para a plataforma em nuvem do Magalu Cloud. A migração levou cerca de 12 horas, durante a madrugada da Black Friday do Magalu — um dos períodos de maior movimento e tráfego no varejo —, e solucionou os problemas de acesso ao site da campanha.
Além disso, incluíram a possibilidade de o cliente aumentar ou diminuir o provisionamento de acordo com os momentos de pico ou baixa de acessos da campanha de arrecadação. Somente no primeiro dia, a campanha já tinha levantado mais de R$ 10 milhões em doações.
Para 2025, além de escalar o negócio, Reis pretende ampliar o seu campus de data center do nordeste e deseja incluir produtos de inteligência artificial (IA), como GPUs, como serviço, além de ofertas voltadas para inferência e geração aumentada por recuperação (RAG). Com múltiplas “células” que avaliam diferentes ângulos de atuação em IA, Reis indica que o Magalu vive o início de uma jornada no mundo da inteligência artificial.
“Esse primeiro ano mostrou que o escopo era maior que o esperado. Cada cliente traz uma história nova e o time teve que dançar muito rápido para sustentar tudo de ponta a ponta. Queremos ter certeza de que vamos encontrar algo que faça sentido, pois muito do que se gasta hoje com tecnologia é questionável”, diz.
Mariana Missiaggia/DC Comercio (www.dcomercio.com.br)/Imagem: divulgação
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