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Índice de confiança/ACSP detecta: melhora da economia não chega a consumidor e a mercado de trabalho

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Notícias 31 Mar, 2017
Em março, INC da Associação Comercial de SP marcou 71 pontos (queda de três pontos sobre fevereiro), sugerindo que leve melhora de indicadores não se transferiu para o ânimo do consumidor

Em março, a confiança do brasileiro ficou estável em relação a fevereiro. É o que aponta o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que registrou 71 pontos em março contra 74 no mês anterior. A variação ficou dentro da margem de erro, que é de três pontos. O resultado sugere que os sinais de estabilização econômica e de início de retomada não se transferiram para o ânimo do consumidor, que segue pessimista. Há um ano, a confiança do brasileiro estava em 73 pontos.

 

“Alguns indicadores econômicos apresentaram leve melhora, como a alta na produção industrial e as quedas dos juros e da inflação, mas o brasileiro ainda não sente alívio em suas finanças pessoais e continua inseguro no emprego”, comenta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). “Houve, sim, aumento nas contratações de acordo com os últimos números do Caged, mas o que são 35 mil novos postos depois que mais de três milhões foram demitidos?”, questiona ele.

 

O INC varia entre zero e 200 pontos. O intervalo entre zero e 100 é o campo do pessimismo e, entre 100 e 200, o do otimismo. Encomendada pela ACSP ao Instituto Ipsos, a pesquisa foi feita em todas as regiões brasileiras entre os dias 1º e 15 de março.

 

Deterioração

Na passagem de fevereiro para março, o Índice Nacional de Confiança da ACSP registrou pioras na percepção dos entrevistados quanto às suas situações financeiras atual e futura, e também no quesito emprego.

 

Em relação à situação financeira atual, 57% avaliam-na como ruim e 19% como boa em março (contra 54% e 20%, respectivamente, em fevereiro).

 

Já sobre situação futura, 26% creem que vai piorar nos próximos seis meses e 34% acreditam em melhora (21% e 34%, respectivamente, no mês anterior).

 

A pesquisa revela que 56% dos brasileiros estão inseguros em seus empregos e apenas 17% estão seguros (51% e 19%, respectivamente, em fevereiro).

 

Como consequência, cresceu a parcela de consumidores que, nos próximos seis meses, não pretendem comprar eletrodomésticos: eles somaram 66% em março contra 60% no mês anterior. O mesmo ocorre com bens de maior valor como casas e automóveis, já que em março 70% não estavam propensos para esse tipo de compra (65% em fevereiro).

 

FGTS

Considerando que as entrevistas para o INC foram feitas na primeira quinzena de março, o saque das contas inativas do FGTS não se fez sentir na pesquisa, mas podem aparecer efeitos nos próximos meses, já que a liberação vai até julho.

 

Regiões oscilam

 

O INC do Nordeste caiu seis pontos na variação mensal, saindo de 58 pontos em fevereiro para 52 em março, o que puxou para baixo a confiança brasileira. A região passou a ser a mais pessimista do País, em contraste com um ano atrás, quando era a mais otimista (88 pontos). A razão para essa piora pode ser a grave seca que atinge estados da região, além da recente crise na segurança pública.

 

O INC do Sudeste passou de 74 pontos em fevereiro para 69 em março. No Norte/Centro-Oeste, saiu de 89 pontos e foi para 86. Já a confiança de quem mora no Sul cresceu de 86 para 93 pontos de um mês para o outro.

 

O Sul e o Norte/Centro-Oeste são as regiões menos pessimistas em decorrência, sobretudo, do bom desempenho do agronegócio.

 

A pesquisa

O INC foi elaborado a partir de 1.200 entrevistas pessoais e domiciliares em todas as regiões brasileiras, com base em amostra probabilística e representativa da população brasileira de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2014). É uma medida da extensão de confiança e segurança do brasileiro quanto à sua situação financeira ao longo do tempo. Além de indicar a percepção do estado da economia para a população em geral, o índice visa a prever o comportamento do consumidor no mercado.

 

Confira na íntegra: Índice Nacional de Confiança

 

Veja tabela - situação financeira, consumo e emprego:

 

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