Apesar recuperação em março, o índice ainda se encontra em um patamar muito baixo, afirma economista da FGV
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) voltou a subir 1,8% em março, alcançando 73,8 pontos.
A alta - de acordo com a avaliação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) - representa uma retomada da tendência positiva, interrompida pela queda de 1,1% em fevereiro.
Embora o resultado sinalize uma atenuação do ritmo de queda do total de pessoal ocupado na economia brasileira ao longo dos próximos meses, o indicador ainda permanece em um patamar muito baixo, na avaliação de Fernando de Holanda Barbosa Filho, ECONOMISTA DA FGV, e sinaliza para um mercado de trabalho bastante difícil nos próximos meses.
“O Indicador Antecedente de Emprego, mesmo mostrando recuperação agora em março, ainda se encontra em um patamar muito baixo, o que sinaliza um mercado de trabalho ainda fraco nos próximos meses”, disse Barbosa Filho.
Para ele, a queda observada no Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) nos últimos meses “não indica forte recuperação, nem redução da taxa de desemprego a curto prazo, o que significa que os indicadores apontam para um mercado de trabalho ainda bastante difícil”, nos próximos meses.
DESEMPREGO
Em consequência da elevação do Indicador Antecedente de Emprego, o Indicador Coincidente de Desemprego recuou em março 0,2%, para 97,5 pontos.
“Esta é a terceira queda consecutiva do indicador, sinalizando acomodação da taxa de desemprego neste primeiro trimestre”, informa a FGV.
Acrescenta que os componentes que mais contribuíram para a alta do Indicador Antecedente de Emprego no mês passado foram os que medem o grau de satisfação com a situação atual dos negócios, bem como o grau de otimismo com a evolução dos negócios nos seis meses seguintes - todos da Sondagem da Indústria, e ambos com variação de 4,5%.
O levantamento da FGV constatou, ainda, que, em relação ao Indicador Coincidente de Desemprego, a classe de renda que contribuiu majoritariamente para a queda foi a de consumidores com renda mensal familiar até R$ 2.100,00, cujo indicador de percepção de facilidade de se conseguir emprego caiu 7,2%.
O IAEmp é constituído por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, tendo capacidade de antecipar os rumos do mercado de trabalho no país.
Ele é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor, que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho.
Em março do ano passado, o Indicador Antecedente de Emprego chegou a cair 8,6%, na série livre de influências sazonais (ou seja, comparativamente a fevereiro do mesmo ano) retraindo para 64,9 pontos. Foi em setembro do ano passado, no entanto, que o indicador atingiu o menor patamar dos últimos doze meses ao cair 3,4% frente a agosto (queda de 2,6%), indo a 62 pontos.
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