Por Jamille Niero
De olho no consumidor consciente sobre questões ambientais, sociais e econômicas, o setor hoteleiro paulista se prepara para adotar práticas mais sustentáveis. “A sustentabilidade é um fator diferencial para a gestão de qualquer tipo de empreendimento e no hoteleiro é até mais, porque o setor utiliza muito fatores como energia e água, além da relação com as pessoas”, observa Bruno Omori, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP).
Para auxiliar esses empreendimentos, a ABIH-SP, em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criou o Selo Verde para certificar quem utiliza práticas sustentáveis. Segundo Omori, o projeto está em fase final de formatação e em breve atenderá os hotéis que desejam a certificação.
A ideia é oferecer a implementação sem custo aos associados, começando por ações de redução de consumo e a criação de relatórios anuais de sustentabilidade. “É o ponto inicial para o empreendimento gradualmente evoluir e melhorar as três questões [ambiental, social e econômica] para chegar ao final do programa e conseguir o selo”, explica. Segundo Omori, a entidade está trabalhando com o Estado e municípios a possibilidade de leis de incentivo para o setor na compra de materiais sustentáveis e também para a captação de financiamentos para reformas e adequações.
Sobre o custo para obter a certificação, o presidente da ABIH-SP destaca que será o menor possível. “Neste momento, será apenas na auditoria final, pois este valor é tabelado pela ABNT, e inclui a visita do auditor e a emissão do certificado. O processo que antecede, não terá custo porque queremos que os hotéis sejam mais sustentáveis”.
O que pode gerar despesa é a adequação do local e a adoção das medidas necessárias, dependendo de cada caso. Por exemplo: se no estabelecimento há apenas chuveiros elétricos nas acomodações, a recomendação é que eles sejam trocados por sistema mais eficiente de aquecimento da água – com o uso de um “boiler” a cada 10 apartamentos. Outras medidas incluem a instalação de redutor de vazão nas torneiras e sistema de captação de água pluvial, além de programas de reciclagem, economia de água e energia, etc.
Na análise da professora do curso de Hotelaria da Universidade Anhembi Morumbi, Maria Angela Cabianca, as certificações têm viabilizado para o hóspede o acesso à informação mais confiável sobre a respon¬sabilidade socioambiental dos empreendimentos, buscando tornar transparentes os processos pelos quais tentam produzir transformações positivas dentro de suas operações.
Ela aponta que a hotelaria incorporou a ideia de sustentabilidade em seus negócios porque percebeu esta demanda da sociedade. “Os hotéis que se engajam no compromisso com a qualidade ambiental destacam-se em um mercado que possui um consumidor informado e exigente”.
Por outro lado, o controle das atividades causadoras de impactos ambientais requer investimentos. “Há práticas que garantem redução do consumo de água e energia que não implicam em custos tão elevados, como algumas campanhas para o uso mais racional destes recursos. Já a aquisição de equipamentos que promovem estes benefícios significa outro nível de investimentos”, diz. Segundo Maria Angela, implantar um sistema de gestão ambiental e o processo para obtenção e renovação da certificação são importantes para o empreendimento que deseja estabelecer esta imagem no mercado, mas implicam em despesas grandes ao negócio.
Medidas simples para quem quer começar
Em tempos de crise, fica mais difícil para o empresário investir no que não é extremamente essencial para o funcionamento do negócio. Por este motivo, quem não tem caixa para instalar sistemas e equipamentos mais sofisticados no momento pode adotar medidas simples, mas que já ajudam na economia.
A assessora do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, destaca como ação positiva a opção que alguns hotéis dão ao hospede de não lavar as toalhas e roupa de cama diariamente, mas com uma frequência mais espaçada, visando economizar recursos naturais como a água.
Outra medida simples é disponibilizar recipientes diferentes para descarte de lixo orgânico e seco. “Seria oportunidade para o hotel gastar menos, usar menos os recursos da natureza, e também uma forma de educar o viajante. A pessoa pode se dar conta de fazer o mesmo em casa”, diz.
“O consumo consciente de matérias primas, envolvimento de hóspedes e funcionários nos cuidados com a natureza e com a sociedade são, basicamente, ações de cidadania que podem contribuir significativamente para a melhoria do entorno do hotel e, em um contexto mais amplo, para os problemas ambientais globais”, reforça Maria Angela, da Universidade Anhembi Morumbi.
Decididas as ações, o hotel só não pode esquecer de comunicar ao hóspede, com muita clareza, todas as ações realizadas nesse sentindo e treinar a equipe para que possa orientar o turista da melhor forma possível.
R. Monsenhor Rosa, 1940 - Centro
Franca - SP - CEP 14400-670
Atendimento:
Seg. a Sex. das 8h às 18h
Dúvidas, Reclamações e Sugestões
Entre em contato conosco:
(16) 3711-1700 - (16) 99973-0195
CNPJ: 47985577/0001-63
© ACIFRANCA. Todos Direitos reservados. Desenvolvido por Agência ACIF + Sophus Tecnologia