Provavelmente o maior medo de todo mundo quando vai pegar um voo é que o avião tenha algum acidente. Estatisticamente falando, é bem mais seguro voar de avião do que fazer uma viagem de carro, principalmente pelos esforços empreendidos pela indústria da aviação globalmente em procurar causas de acidentes (buscando evitar que aconteçam novamente). Em função disso, a cada ano, temos que a aviação se torna mais e mais segura. Mas quando falamos da economia, ainda é um sonho que tivéssemos essa capacidade renovadora de aprender com os erros para futuramente evitá-los.
A analogia entre aviação e economia está presente em um termo que cada vez mais será presente e falado por aqui: hard landing. Landing vem do inglês “aterrissagem”, aquele momento que costuma dar frio na barriga em quem já voou. É aquela hora em que, após ter feito o deslocamento todo, em poucos segundos coloca a aeronave no chão e busca encerrar a viagem com toda segurança. Na economia, esse é aquele momento em que, após voos alçados, os combustíveis estão acabando e é preciso pousar para reabastecimento.
Levando em conta ainda a analogia com aviação, esses combustíveis são nada mais do que os incentivos colocados para que a economia siga seu curso (ou voo). Vivemos uma época em todo o mundo, principalmente nas economias desenvolvidas, em que diversos incentivos fazem cada vez menos efeito e a perda de altitude desse voo global causa preocupações.
Do pós-crise de 2008 pra cá basicamente todas as vezes em que os mercados no mundo todo sinalizavam algum momento ruim, de queda ou o chamado bear market, os incentivos eram majorados pelos bancos centrais. Raras eram as situações em que tais incentivos eram diminuídos ou até mesmo retirados. Em 2020 e 2021, com a pandemia congelando diversas atividades, esses incentivos aumentaram fortemente.
Apenas para pegar como exemplo o balanço do banco central dos EUA, o Fed, em 2008 tivemos a passagem do nível próximo a meio bilhão de dólares para cerca de US$2,5 trilhões, tendo leve redução entre 2017 e 2018. Da pandemia em diante houve um salto que superou US$8 trilhões e, atualmente, está nas proximidades de US$9 trilhões. Todo esse dinheiro acaba indo diretamente para a economia e, como resultado, tem trazido a maior inflação em décadas para diversas economias globais.
Essa aterrissagem que acontece quando incentivos são retirados pode ser chamada de soft landing ou hard landing. Quando ela é soft, significa que a retirada de incentivos acontece com a economia reduzindo os avanços mas sem grandes solavancos, enquanto quando temos que ela é hard, cenários recessivos e de maior impacto acontecem.
Nas últimas 14 vezes em que o Fed aumentou sua taxa de juros, em 11 delas tivemos hard landing e em apenas 3 ocorreu a versão soft do evento. O problema maior se dá por um fator inédito que acontece agora: nessa décima quinta vez a subida de juros acontecerá simultaneamente a uma redução do balanço. Nas outras vezes, mesmo com incentivos para aliviar a descida do avião em várias vezes tivemos solavancos, dessa vez sequer poderemos contar com tais incentivos.
Independente da visão sobre como chegamos até aqui, de quem seriam os responsáveis por esse voo (eventualmente) às cegas ou qualquer coisa que o valha, é importante que nos lembremos de algo fundamental: somos uma economia marginal e que se movimenta fortemente com os impactos de economias mais robustas. Então, na prática, é quase impossível que não sintamos pelo menos parte dessa aterrissagem perigosa.
A pergunta de um milhão (ou bilhão, ou até mesmo trilhão) de dólares na mesa é: diante desse muito provável hard landing nas economias desenvolvidas, como ficará o Brasil?
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