Franca - ao lado de Santos e São Bernardo do Campo - é a 34ª cidade do país que mais depositou patentes de softwares, em 2016, e a 7ª do Estado de São Paulo, segundo dados do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Até à sexta posição estão, respectivamente: São Paulo, Campinas, São Caetano do Sul, Santana de Parnaíba, Barueri e Jundiaí. Ao todo, 2.832 municípios foram listados pelo ranking (confira tabelas na página).
“Franca tem despontado como uma cidade de grande potencial no desenvolvimento de softwares e tecnologias afins, ficando à frente de reconhecidos centros tecnológicos do Estado, como São José dos Campos e Santo André”, afirma o analista econômico do Instituto de Economia da ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), Adnan Jebailey.
De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), São José dos Campos e Santo André - cidades que se colocam nas posições seguintes do ranking, após Franca, possuem, respectivamente, 1.718 e 747 postos de trabalho no setor de Tecnologia da Informações, tendo depositado 8 e 6 patentes, em 2016. “Em contrapartida Franca, com 353 postos de trabalho, conseguiu depositar 9 patentes. É um resultado muito expressivo”, afirma Adnan.
Ainda segundo o Caged, nos últimos 10 anos, o número de empregados no setor de Atividades dos Serviços de Tecnologia de Informação em Franca cresceu 68,10%, passando de 210 postos de trabalho, em 2007, para 353, em 2017.
“Essas nove patentes depositadas no INPI refletem o aumento da força de trabalho advinda da formação de alunos nas universidades em cursos relacionados à tecnologia e ao investimento do capital privado. Na última década, com exceção de 2016, a cada ano, ao menos uma empresa desse setor foi aberta no município”, diz o analista econômico da ACIF.
Em relação à formação acadêmica, é válido ressaltar que instituições de ensino como a Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo) e o Uni-Facef (Centro Universitário Municipal de Franca) passaram a oferecer cursos na área de tecnologia obtendo concluintes ao longo dos últimos sete anos. Para se ter uma ideia, 172 alunos já concluíram o curso de Desenvolvimento de Sistemas e Sistemas de Informação nas instituições mencionadas. A Unifran foi contada para integrar-se aos dados, mas não emitiu resposta quanto ao seu número de formandos na área.
No que tange a aberturas de empreendimentos no município, atuam hoje, em Franca, 19 empresas no ramo de Desenvolvimento de Programas de Computador sob encomenda, segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Tributação).
O setor para os próximos anos
Lidar com inovações que oferecem produtos acessíveis, criam um novo nicho de consumidores e desestabiliza antigos líderes de mercado é o desafio que as empresas têm à sua frente. Chamado de “disrupção tecnológica”, o cenário narrado pode ser observado na palma da mão, com aplicativos que tornam tradicionais ofertas de serviços obsoletas, como a utilização de transportes, o consumo de filmes, séries e entretenimento de forma geral, a aquisição de produtos e muito mais.
De acordo com o analista econômico do Instituto de Economia da ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), Adnan Jebailey, Franca mostra uma inclinação favorável ao acompanhamento da evolução tecnológica.
“Estamos vivendo um período onde aderir à tecnologia se tornou condição fundamental para o crescimento e desenvolvimento das empresas, sejam elas do comércio, da indústria ou de serviços”, afirma. “O mercado lida com a chamada 4° Revolução Industrial e Franca tem mostrado capacidade para participar desse movimento com o aumento de sua força de trabalho. Investimentos público e privado serão determinantes para que esse setor desponte na cidade.”
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