O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou suas perspectivas para a economia brasileira em 2016 e 2017, mas ainda assim o país terá desempenho bem aquém ao cenário desenhado para a América Latina como um todo e sujeito a incertezas.
Na revisão de seu relatório "Perspectiva Econômica Global", divulgado nesta terça-feira, o FMI passou a ver contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 3,3 por cento em 2016, contra retração de 3,8 por cento estimada em abril.
Para 2017, o organismo passou a ver alguma recuperação, com crescimento de 0,5 por cento, contra estagnação projetada anteriormente.
Parte dessa revisão deve-se à contração menor do que a esperada da economia brasileira nos três primeiros meses do ano, de 0,3 por cento sobre o quarto trimestre. Além disso, "a confiança do consumidor e das empresas parece ter saído do nível mais baixo", destacou o FMI.
Só em junho, por exemplo, a confiança da indústria e do consumidor mostraram importante impulso, diante da melhora nas expectativas, segundo dados da Fundação Getulio Vargas.
ATRÁS
Apesar da melhora no cenário do FMI, o Brasil fica bem atrás quando se considera o quatro geral para a América Latina e Caribe, que deve apresentar retração de 0,4 por cento neste ano e expandir 1,6 por cento no próximo. Em ambos os casos, houve melhora de 0,1 ponto percentual nas projeções comparadas com o levantamento anterior.
Um dos principais riscos para a região é o Zika vírus. O FMI alertou ainda que as perspectivas para o Brasil são turvas, diante das incertezas que rondam o cenário político e de medidas econômicas. O impacto da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE), no entanto, é relativamente inexistente para a economia global, à exceção da própria Europa, na opinião do fundo.
Para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento o FMI não alterou seu cenário, vendo crescimento de 4,1 e 4,6 por cento respectivamente em 2016 e 2017.
A visão do FMI no curto prazo para a China melhorou devido às recentes medidas de suporte, com a conta para o crescimento do PIB este ano subindo em 0,1 ponto percentual, a 6,6 por cento. A economia deve desacelerar no ano seguinte a 6,2 por cento, projeção inalterada.
"As autoridades precisam estar prontas para agir de forma mais agressiva e cooperativa se o impacto da turbulência dos mercados financeiros e a maior incerteza ameaçarem enfraquecer substancialmente o cenário global", alertou o FMI.
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