Propriedade faz experimentos e pesquisas em cafeicultura

Com uma área de 35 hectares e uma lavoura com 176 mil pés de café, a Fazenda Experimental de Franca, na zona norte da cidade, pode ser considerada um aporte para os cafeicultores da Alta Mogiana. Administrada há oito anos pela Fundação ProCafé, de Varginha-MG, a propriedade é dedicada para experimentos e pesquisas em cafeicultura e também oferece um viveiro comercial de mudas e sementes.

Dirigida pelo engenheiro agrônomo e pesquisador da Procafé Marcelo Jordão Filho, a fazenda fica em uma área cedida pela Prefeitura Municipal de Franca e que inicialmente era administrada pela Fundação do Café da Alta Mogiana, com apoio da Cocapec. “Fizemos um convênio com a Fundação do Café da Alta Mogiana para somar esforços e assumimos a administração. Trabalhamos para descobrir plantas mais resistentes e novas cultivares para os produtores”, explicou Jordão. No local, por exemplo, existe mais de 100 cultivares de café Arábica e Conilon.

Voltada para atender a comunidade cafeeira em possíveis dúvidas na lavoura, a Fazenda Experimental apresenta os resultados das pesquisas de variedades e métodos de manejo em dias de campo realizados ao longo do ano na propriedade. O cafeicultor também tem a disposição canais de atendimento por telefone e pela internet. No site da Fundação (https://www.fundacaoprocafe.com.br), por exemplo, o espaço Procafé Atende esclarece sobre adubação, colheita e preparo controle do mato, controle de pragas e doenças, culturas intercalares, irrigação, mudas e plantio, podas, variedades, entre outros. “Frequentemente abrimos as portas da fazenda para dias de campo que apresentamos os resultados das pesquisas anuais e outros conhecimentos gerados na propriedade”, revela Jordão. Em decorrência da pandemia de Covid-19, os últimos dias de campo foram online.

Ainda segundo o diretor da Fazenda Experimental de Franca, o local também funciona como uma Estação de Avisos Fitossanitários, que consiste em coletar dados climáticos que são cruzados com informações sobre a lavoura. “Fazemos monitoramento constante das condições climáticas e fitossanitárias para a cafeicultura da região. Informamos sobre as condições hídricas do solo e fazemos alertas climáticas para os cafeicultores”. A fazenda, que possui 4 agrônomos e mais dez trabalhadores de campo, também desenvolve pesquisas sobre melhoramento genético, pragas e doenças, ecologia e fisiologia, nutrição, irrigação, tratos culturais e manejos da lavoura. Também fazem parte da lista de serviços, cursos de atualização e pós-graduação, além de uma plataforma EAD.

Tour pela fazenda

O Portal ACIF esteve na Fazenda Experimental de Franca na última semana de novembro e pode conhecer de perto, algumas das diferentes cultivares existentes na propriedade. Acompanhado do diretor Marcelo Jordão Filho, a equipe visitou algumas lavouras com variedades exóticas, em que as folhas e os frutos são bem diferentes dos produzidos na região. Também conferiu de perto alguns experimentos, como de irrigação e o da não realização de podas em cafezais atingidos pela geada. “No experimento de irrigação podemos ver nitidamente a diferença dos pés de café irrigados em relação àqueles que não são. Já na lavoura atingida pelo geada, fizemos a poda em alguns pés e deixamos outros sem poda para verificarmos a reação da planta”, detalhou Jordão.

A equipe do Portal ACIF ainda conheceu o viveiro da propriedade com um milhão de mudas de café produzidas para comercialização.