Famcafé coloca Franca na rota dos cafés especiais

ACIF em Revista - edição 275 - Novembro

Esqueça aquele café preto forte e muitas vezes com muito açúcar preparado pela sua avó. Embora tradicional nos lares brasileiros, ele em nada tem haver com a nova onda de cafés especiais. Com grãos selecionados, sabor e aroma específicos, os cafés especiais a cada dia conquistam mais mercado.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento de Franca, Anderson Minamihara, a FamCafé (Feira da Alta Mogiana de Cafeicultura de Qualidade), que aconteceu em outubro, colocou Franca na rota do café especial já que recebeu participantes do Brasil inteiro, entre visitantes e convidados, além da mídia especializada. “Tivemos campeões em barismo, gente do Nordeste, do Sul. Franca está na rota do café especial do mundo inteiro. As nossas exportações de café que no ano passado representavam somente 2%, nesse ano subiram para 30% até setembro”.

Esse aumento se deve tanto ao surgimento de novas marcas – há na Região da Alta Mogiana mais de 30 marcas – com também à conquista de novos mercados. Atualmente, o café produzido em Franca e cidades vizinhas é exportado para países como Japão, Coreia, China, Hong Kong, Estados Unidos e também para todo o continente europeu. “Apesar de muitas marcas serem de outras cidades, elas estão sediadas em Franca, dessa forma o imposto vem para a cidade, pois os negócios são feitos aqui. Muitos empresários são francanos”, justificou Minamihara sobre o crescimento do mercado de cafés especiais. Ainda segundo ele, financeiramente as exportações de cafés especiais saltaram de U$ 1,7 mi para U$ 30 milhões, em menos de um ano. “É um crescimento muito alto e ajuda no PIB da cidade. Enquanto os calçados representam 47% das exportações, o café já chega a 30% e a tendência é crescer ainda mais essa representação dentro da economia local”, diz o secretário.

Além da mudança nos números, esse novo mercado também resulta em mais empregos. Diferente do café tradicional, a colheita do café especial utiliza menos máquina e consequentemente mais mão de obra. O mesmo ocorre com as torrefações, que são mais artesanais.

E com tanta gente produzindo cafés especiais e falando sobre esse novo mercado, o número de cafeterias especiais na cidade também cresceu. Enquanto há cinco anos existiam no máximo duas, hoje, dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento apontam para mais de 15 estabelecimentos preparando um café bem diferente daquele feito em casa.

O Programa Empreender da ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca) possui o NuCafé - Núcleo de Cafeterias de Franca. Empresários se reúnem quinzenalmente para falar sobre gestão empresarial, eventos, mercado de cafés especiais e fomento dos negócios.

Texto: Marco Felippe

Foto: Wilker Maia

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