Estudantes da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, na cidade de Franca, desenvolveram um protótipo de bioplástico feito com cascas de banana e outros materiais naturais encontrados na feira e no supermercado. A ideia é que a alternativa possa substituir o plástico comum, feito de combustíveis fósseis, e usado no cultivo de bananas por parte de pequenos produtores.
No final de 2023, os alunos Artur Luís da Silva e Miguel Macedo Martins tiveram a ideia de se aventurar em projetos de iniciação científica e viram no conceito de sustentabilidade uma forma de propor soluções desafiadoras para problemas relevantes para o nosso tempo. Marcos Ângelo Ferreira da Silva Bueno, na época aluno da unidade, também contribuiu com o início do projeto.
A inspiração partiu dos bananais da cidade de Delfinópolis (MG), a 1h30 de Franca, onde os produtores costumam cobrir os cachos de banana logo no início do seu desenvolvimento com sacos plásticos. “Essa técnica protege a banana do sol, das mudanças do clima e dos animais. É muito importante para os produtores, mas pode ser mais sustentável”, descreve o estudante Artur.
Com a ajuda do professor de química e orientador do projeto, Paulo Roberto da Costa Lemos, e o professor de biologia e coorientador, Henrique Pereira, os estudantes produziram um bioplástico que, após oito testes, tem em sua composição final a casca de banana, amido de milho, fécula de mandioca, glicerina e vinagre.
“Tivemos que pensar em cada detalhe: a banana é para a fibra do bioplástico, a glicerina para a elasticidade, o amido e fécula para dar volume, o vinagre para impedir a proliferação de mofo”, explica o estudante Miguel.
O professor Paulo Roberto destaca o papel do PEI (Programa de Ensino Integral) no sucesso da pesquisa dos estudantes. “Desde o tempo dentro da escola, até as possibilidades pedagógicas existentes dentro do programa, tudo tem o propósito de garantir um protagonismo maior do estudante. Nós ajudamos, orientamos e corrigimos se necessário, mas a concepção, planejamento e execução da coisa é totalmente dos estudantes”, reflete o professor.
O protótipo do bioplástico de banana sustenta entre 5 e 8 quilos e deverá ter de 1m a 1,5m de comprimento. Outro desafio do projeto é o preço do bioplástico no mercado em comparação ao que já é comprado pelos produtores de banana. “Nosso protótipo poderia custar R$ 6, enquanto o saco plástico comum, às vezes, custa menos de R$ 1. Pensar em sustentabilidade é também pensar na economia que ela pode gerar, por isso estamos estudando mexer na composição do protótipo, mas isso leva tempo”, ressalta Artur Luis. “Tudo isso é muito desafiador. Toda a equipe da Escola Estadual Ângelo Scarabucci nos apoia e, por isso, quando a coisa dá certo, é muito satisfatório”, acrescenta o estudante Miguel.
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