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Estímulo ao crédito não deve ajudar o país a sair da crise

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Notícias 02 Fev, 2016
A medida deve colocar pressão sobre o capital dos bancos públicos e não surtirá efeito positivo sobre o crescimento econômico, segundo as agências internacionais de classificação de risco Moody's e Fitch

A medida deve colocar pressão sobre o capital dos bancos públicos e não surtirá efeito positivo sobre o crescimento econômico, segundo as agências internacionais de classificação de risco Moody's e Fitch

As medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo governo não devem ajudar o país a retomar o crescimento econômico, e assim, elevar a arrecadação e aliviar o rombo nas contas públicas. E tem mais: devem atrapalhar a posição de capital dos bancos públicos. Pelo menos, estas são as avaliações das agências internacionais de classificação de risco de crédito Fitch e Moody's, divulgadas em relatórios nesta segunda-feira (1º/02).

A Fitch afirma que os R$ 83 bilhões em medidas de estímulo aocrédito anunciadas recentemente não mudam as perspectivas fiscais da agência para o Brasil, uma vez que elas não implicam transferências adicionais pra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Ainda assim, ela acredita que esses estímulos não devem melhorar a perspectiva de crescimento do Brasil. "Programas anteriores de expansão de crédito resultaram em crescimento limitado da renda, ao passo que tentativas de créditos publicamente direcionados podem, inclusive, minar a confiança econômica", diz o documento.

A agência disse que o governo ainda não implementou as medidas que permitam atingir a meta superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país). 

O documento lembra que o déficit do setor público subiu a 10,3% do PIB em 2015, ante 6,1% em 2014, e que a dívida bruta do país cresceu 9 pontos percentuais, para 66,2% do PIB. 

A Fitch estima que a economia contraia 2,5% este ano, e que riscos advindos de fatores externos, como a queda dos preços das commodities, a desaceleração chinesa e a volatilidade financeira, devem persistir em 2016. 

Além disso, o cenário local sofre com a baixa confiança na economia, a alta do desemprego e incertezas sobre o ambiente político. 

"Como consequência, acreditamos que a relação entre dívida bruta e PIB deve continuar a crescer nos próximos dois anos, ultrapassando 70% do PIB em 2016".

BANCOS PRESSIONADOS

Em outro relatório, a Moody's avalia que as medidas anunciadas pelo governo do Brasil para estimular a atividade econômica usandobancos públicos são negativas para o crédito dos bancos.

Segundo a agência, as iniciativas vão encorajar essas instituições a assumir mais risco em um momento em que a recessão econômica, a alta inflação e o aumento do desemprego já estão erodindo a capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimos.

A Moody's avalia que isso vai colocar mais pressão sobre as posições de capital dos bancos, que têm declinado como resultado do rápido crescimento dos empréstimos.

"As últimas iniciativas terão o maior impacto sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será envolvido na expansão de três programas de crédito", afirmou a Moody's. 

O governo também pretende usar R$ 10 bilhões em recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e, segundo a agência, isso provavelmente terá maior impacto sobre a Caixa Econômica Federal (Caixa), que teve de conter os empréstimos imobiliários durante o último ano por causa de limites de funding.

O governo também apresentou uma proposta para permitir que trabalhadores do setor privado usem seus recursos no FGTS como colateral (garantia) para empréstimos consignados. 

"Embora essa iniciativa ainda exija aprovação do Congresso, ela tem potencial para ampliar os empréstimos em folha de pagamento no setor privado", comentou a Moody's.

Apesar de as proporções de capital desses bancos ainda estarem acima dos mínimos regulatórios, "o plano para estimular um crescimento rápido e contínuo dos empréstimos desses bancos provavelmente vai levar a mais declínios na capitalização", disse a Moody's.

FOTO: Thinkstock

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