A comparação do Natal de 2015 com o do ano passado será sempre desfavorável, em função do clima político que piorou neste fim de ano
O Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 77 pontos em dezembro, indicando uma elevação considerável na percepção do brasileiro em relação à economia. Em novembro, o INC havia sido de 72 pontos e, há um ano, de 148.
“Essa melhora é puxada pelo agronegócio, que está aquecido com o fim das tempestades e o plantio da nova safra, e pelo recebimento do 13º salário, que animou mais os consumidores”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
SITUAÇÃO FINANCEIRA PESSOAL
A situação financeira pessoal boa apresentou leve alta mensal de 23% para 25%. E houve queda de 53% para 50% entre os que declaram que a situação financeira está ruim, confirmando uma pequena melhora.
A percepção da situação financeira atual melhorou por causa do 13º salário. A segurança no emprego manteve-se estável, em conformidade com os números do IBGE. E a vontade de comprar eletrodomésticos subiu por causa do Natal, pois os compradores que estavam receosos, aproveitaram as ações de marketing e as promoções.
“Essa elevação do INC, porém, não indica uma tendência. É cedo ainda para falar em retomada da confiança, tratando-se, portanto, de uma melhora meramente circunstancial. É preciso aguardar os próximos índices para confirmar se há ou não uma tendência”, complementa Burti.
CONSUMO E EMPREGO
Em dezembro, 50% dos brasileiros avaliaram a sua situação financeira como ruim e apenas 25% como boa. Há um ano, essa relação era de 26% e 45%, respectivamente. Embora na comparação mensal esteja havendo pequenas melhoras, vale ressaltar que nas comparações anuais a situação é sempre desfavorável.
Em relação ao emprego, 54% se declararam inseguros em dezembro e somente 17% estavam seguros. Em dezembro de 2014, essas parcelas eram de 23% e 43%, respectivamente.
Já o número de conhecidos que perderam o emprego nos últimos seis meses manteve-se estável (4,7 pessoas em média em dezembro e em novembro). Há um ano, era 3,1.
O número de consumidores menos à vontade para compras a prazo diminuiu, de 63% em novembro para 59% em dezembro.
Como consequência desse pessimismo, 17% dos entrevistados disseram sentir-se à vontade para comprar eletrodomésticos, contra 59% que não estão à vontade. Em 2014 o registro era de que 43% estavam à vontade contra apenas 24% que não se sentiam à vontade.
Na comparação com novembro de 2015, a variação ficou dentro da margem de erro em todos esses componentes do INC, com uma pequena propensão à melhora. Já nas comparações anuais, os números mostram uma forte piora em função do clima pós-eleição de 2014 comparado com a grave crise política que está ocorrendo agora.
REGIÕES
No Índice Nacional de Confiança da ACSP, o destaque ficou com a Região Sul, que saltou de 56 pontos em novembro para 74 em dezembro, após o fim das tempestades e o início do plantio.
As regiões Norte/Centro-Oeste, cuja confiança - puxada pelo agronegócio - subiu de 88 pontos em novembro para 91 em dezembro.
A confiança aumentou sete pontos no Nordeste (de 82 em dezembro contra 75 pontos em novembro). Provavelmente causado pela troca dos destinos turísticos internacionais pelo Nordeste.
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CLASSES
A maior mudança foi registrada nas classes DE, que subiram 9 pontos. Passando de 81 em novembro para 90 em dezembro. Sendo assim, são as classes com maior chance de compras, fazendo com que o varejo promova campanhas específicas para esse segmento.
O INC da classe C evoluiu apenas três pontos, registrando 76 pontos em dezembro contra 73 em novembro.
O confiança das classes AB – as mais bem informadas - continua bem abaixo das outras classes, evoluindo de 61 pontos em novembro para 64 pontos em dezembro – dentro da margem de erro.
CONCLUSÃO
A comparação do Natal de 2015 com o do ano passado será sempre desfavorável, em qualquer área e segmento, em função do clima político que piorou neste fim de ano.
Em relação ao mês anterior, houve uma leve melhora nas regiões de agronegócio (Norte/Centro-Oeste/Sul) e também nas classes DE, provavelmente em função do 13º salário.
O INC
O INC de novembro foi elaborado pelo Instituto Ipsos a partir de 1,2 mil entrevistas domiciliares em 72 municípios, por amostra representativa da população brasileira de áreas urbanas (Censo 2010 e PNAD 2013), com seleção probabilística de locais de entrevista e cotas de escolha do entrevistado, ambas baseadas em dados oficiais do IBGE.
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