Ana Márcia Pini idealizou Escola Vivenda com 30 alunos e hoje, tem 500

Ela cursou pedagogia, foi professora nas redes municipal e estadual e alfabetizadora e coordenadora em escola particular. Psicopedagoga com visão ampliada pela antroposofia, atuou durante cinco anos em clínica. Em 2006, descontente com a incorporação do colégio em que trabalhava por uma rede de ensino, Ana Márcia Branquinho Pini, 53, idealiza um novo projeto na área da educação e convida um grupo de nove educadores para a empreitada. Juntos, criam a Escola Vivenda. No ano passado, a escola completou 15 anos de história e iniciou uma nova fase que inclui a mudança de prédio e a implantação do Ensino Médio.

“Sou, antes de tudo, educadora. Empreender faz parte do meu perfil, mas nunca pensei estar à frente de uma empresa. A escola surgiu da vontade de oferecer uma educação que respeitasse o desenvolvimento natural de nossos filhos, que fizesse sentido e que atuasse na amplitude da formação humana”, diz Ana Márcia.

Após rascunhar todos os princípios da nova escola, a educadora fez uma lista com vários possíveis nomes e Vivenda foi o escolhido por nove dos dez votantes. Apenas Ana Márcia votou em outra opção. “Não era a minha escolha, mas agradava-me a etimologia da palavra, ela vem do latim VIVERE, ‘viver’, e isso tinha haver com a proposta pedagógica. Vivenda é lugar onde se vive”.

Para acomodar a nova escola, inicialmente com Educação Infantil e Fundamental I, uma chácara foi locada próxima do Jardim Flórida. A expectativa com a abertura das matrículas era receber 30 alunos, mas a procura surpreendeu positivamente e a Vivenda começou as aulas com 70 crianças. No local, um dos diferenciais, que também se tornou uma das referências da escola e continua presente nos dias de hoje, foi a presença de animais soltos como galinhas, tartarugas e coelhos, além da liberdade das crianças.

“O desejo nunca foi o de sermos uma escola grande em número de alunos, mas ela foi acontecendo e a mudança de prédio no ano passado se deu por uma necessidade de mais espaço. Estamos dobrando a nossa área”, revelou Ana Márcia. “No novo prédio, os espaços são setorizados, a área verde mais ampla, biblioteca, cozinha experimental, salão coberto, duas quadras de esportes, ateliê de arte, área para horta e pomar.”

Atualmente a Vivenda possui cerca de 500 alunos, entre Educação Infantil, Fundamental I, Fundamental II e o Ensino Médio. São noventa e dois colaboradores. A previsão é que as obras de ampliação do novo prédio sejam concluídas para o segundo semestre.

Escola vista como empresa

Além da mudança para um imóvel maior, a Escola Vivenda também passou a ser vista como uma empresa pela diretora Ana Márcia. Participante da Escola de Negócios da ACIF, Ana disse que sua visão de gestão mudou após ingressar no curso. “Antes eu fazia a gestão pedagógica. Agora consigo lidar com a escola como empresa e ter um olhar mais atento para os diversos setores”.

Segundo Ana, nesse período houve a implantação de um grupo gestor para auxiliar nas decisões administrativas. A chegada de um novo sócio, Lucas Guedes Rodrigues de Freitas, trouxe novo fôlego e um olhar mais atento para a ‘saúde financeira’ da empresa.

 Novo Negócio

Após a mudança da Escola Vivenda para uma nova sede, a empresária Ana Márcia iria entregar o antigo prédio, porém, o lado empreendedor novamente falou mais alto e o imóvel será transformado em um novo negócio.

O “Espaço Quero Quero” está sendo projetado para funcionar como berçário e coworking para os pais. A ideia é que o local se torne, com o tempo, um Jardim da infância Waldorf. “Assim como os quero-queros protegem bravamente seus ninhos e os filhotes ganham rapidamente autonomia, a proposta do espaço é ser esse local de proteção e crescimento”, adiantou Ana Márcia.

  Foto: Wilker Maia