Conheça alguns benefícios e comodidades que podem tornar o ambiente de trabalho mais saudável e estimular a dedicação dos funcionários à empresa
Conheça alguns benefícios e comodidades que podem tornar o ambiente de trabalho mais saudável e estimular a dedicação dos funcionários à empresa
O bom senso sugere que funcionário feliz faz a empresa mais eficiente. Pesquisas comprovam a premissa. De acordo com levantamento da lista "130 Melhores Empresas Para Trabalhar", realizada pela consultoria Great Place To Work em 2014, o número de demissões voluntárias entre as empresas que se preocupam em manter um bom clima organizacional é de apenas 10%. Ao mesmo tempo, o faturamento dessas empresas cresceu, em média, 14,8% no ano passado.
Para manter um ambiente de trabalho saudável, essas empresas se preocupam, por exemplo, em oferecer horário flexível de trabalho, incentivos à saúde e atividades físicas e alinhamento de valores, como transparência e respeite entre gestores e subordinados. Todas essas ações ajudam a reter os bons funcionários dentro da empresa.
“Se numa organização o funcionário não tem nada de positivo, a única coisa que vai pesar será o salário”, disse Ruy Shiozawa, presidente do Great Place To Work Brasil, em entrevista para Endeavor. “Se a empresa ao lado oferecer 10% a mais, o funcionário vai embora.”
Shiozawa recomenda que o empreendedor pense num conjunto de práticas para atrair e manter o funcionário. “Nesse caso, o salário passa a ser um pedaço e o funcionário passa a pensar várias vezes antes de sair da empresa.”
Conheça alguns benefícios e comodidades que podem aumentar o bem estar entre os funcionários:
PROGRAMAS DE BEM ESTAR E SAÚDE
Trazer comodidades para dentro da empresa facilita a vida do empregado e faz com que ele não precise fazer acrobacias na agenda para buscar qualidade de vida. É comum encontrar no mercado prestadores de serviços que atendem em empresas. Há opções como professores de educação física, manicures, massagistas e instrutores de yoga e dança. “Esses serviços não são tão caros e agradam bastante”, afirma Adriana Fillipelli, fundadora da consultoria de recursos humanos Fillipelli.
A gerente de recursos humanos Hellen Zanotto, de 28 anos, passou por uma mudança em seu estilo de vida ao aderir o programa de incentivo à corrida da desenvolvedora de softwares paulista Target Sistemas. Há dois anos, a empresa contratou uma assessoria esportiva para dar orientações e montar treinos para os empregados.
Hellen, que trabalha na empresa há quatro anos, levava uma vida bem sedentária. A jovem, de 1,60 metro, pesava 73 quilos, bem acima do ideal. Aos poucos, Hellen tomou gosto pelo esporte com a ajuda de colegas mais experientes – os sócios da Target são corredores há muitos anos.
Hoje, após dois anos de treinamento, ela está 23 quilos mais magra. “Corro e faço musculação duas vezes por semana”, diz ela. “Também faço tratamento com uma nutricionista.” Uma das conquistas da nova vida é fazer viagens de aventura. “Agora tenho pique para fazer caminhadas na mata e explorar cachoeiras.”
A adesão ao programa de corrida da Target é voluntária. Atualmente, seis funcionários participam da consultoria. O custo médio é de 100 reais por pessoa. A empresa paga metade. O restante é por conta do empregado.
Especialistas sugerem que, caso o empreendedor não tiver condições de arcar com os custos, a empresa pode ser apenas uma facilitadora do serviço. “A empresa pode disponibilizar uma sala, montar grupos de interessados e agendar a visita do prestador de serviço”, afirma Augusto Puliti, da DMRH. “No entanto, o valor do atendimento é pago individualmente pelo próprio funcionário.”
É recomendado que a empresa nunca pressione o funcionário a fazer as atividades. Em caso de esportes e exercícios físicos, a empresa pode pedir que o empregado apresente exame médico e use roupas e calçados adequados para evitar lesões físicas.
JORNADA DE TRABALHO FLEXÍVEL
Mais tempo para se dedicar a família, à saúde, aos estudos e ao lazer – sem contar o tempo perdido no trânsito nas grandes cidades – levam os funcionários a valorizarem uma jornada de trabalho flexível.
De acordo com um estudo da Mom Corps, consultoria americana de recursos humanos, 73% dos empregados americanos acham que a flexibilidade é um dos fatores mais importantes na hora de escolher um emprego. Quase metade deles (42%) está disposta a abdicar de uma porcentagem do salário para ter mais horas livres. E 39% responderam que deixariam um emprego caso não fosse flexível.
“As empresas devem buscar adaptações para respeitar as características e diversidade dos funcionários”, afirma Adriana Fillipelli.
A empresa catarinense Involves, que desenvolve aplicativos móveis para gestão de vendas, tem um programa formal de jornada flexível e banco de horas. Muitos funcionários da empresa são jovens desenvolvedores. “É comum que eles cheguem à empresa após o almoço”, afirma André Krummenauer, de 27 anos, diretor de inovação da Involves.
Para não deixar que o benefício se transformasse em anarquia, a empresa implantou uma jornada fixa de 40 horas semanais e banco de horas limitado à mesma carga horária. Na prática, isso significa que o funcionário pode trabalhar no horário que quiser, desde que cumpra sua jornada semanal mínima e tenha permissão do gestor – em dias de entregas de projetos o horário é mais rigoroso. “Quem trabalha a mais pode inflar o banco de horas para folgar um dia ou período ou emendar feriados e férias”, afirma Krummenauer.
Mas, cuidado. Nem sempre o benefício é viável para todos. “O pessoal que trabalha no suporte ao cliente deve ter pontualidade, pois precisamos cumprir o acordo de nível de serviço com o consumidor.”
Para não ter problemas jurídicos trabalhistas, os sócios da Involves negociaram o sistema com o sindicato da categoria. “Firmamos um acordo que determina, por exemplo, que o funcionário marque o ponto usando a rede da empresa e que tire entre uma e duas horas para refeições”, diz Krummenauer.
Nos Estados Unidos é comum a semana comprimida de trabalho. Nesse tipo de jornada, o funcionário tem a opção de trabalhar uma ou duas horas a mais por dia e folgar um dia por semana ou a cada 15 dias. O método também faz parte de um guia de orientações do Banco Mundial destinado a empresas de regiões metropolitanas – incluindo São Paulo – sobre como aumentar a qualidade de vida e a mobilidade urbana dos funcionários.
Outra opção pode ser a implantação de home office para funcionários que não precisam comparecer à empresas todos os dias. Tecnologia para isso já existe e é acessível. Softwares na nuvem e ferramentas de comunicação como Skype, por exemplo, possibilitam o trabalho remoto em diferentes áreas.
“Nesses casos, o controle do trabalho se dá pela entrega de resultados e não pela quantidade de horas trabalhadas”, afirma Eduardo Bahi, consultor de carreira da Thomas Case & Associados.
INCENTIVO À CULTURA
Embora seja menos relevante que os demais benefícios citados nesta reportagem, a empresa pode oferecer o Vale-Cultura como um agrado a mais para os funcionários. Lançado em setembro de 2013, o benefício faz parte de um programa criado pelo Ministério da Cultura para aumentar o acesso de empregados com carteira assinada a produtos e serviços culturais.
Na prática, o vale-cultura é um cartão magnético parecido com um vale-refeição. Mensalmente, o cartão recebe uma cota de R$ 50, pago pela empresa, para ser usado na compra de ingressos de cinema, teatro, museu, shows e outros espetáculos. Também pode ser usado para adquirir produtos como CDs, livros, revistas e instrumentos musicais.
Para oferecer o benefício, a empresa precisa realizar um cadastro no site do Ministério da Cultura. Funcionários que recebem até cinco salários mínimos têm prioridade. Neste caso, o desconto em folha é opcional para o empregador – e deve ser de até 10%. Para os trabalhadores que ganham mais de cinco salários mínimos o desconto é obrigatório e varia de 20% a 90%.
O benefício não garante dedução fiscal às micro e pequenas empresas. Porém, o valor não é tributado. Empresas com faturamento igual ou superior a R$ 78 milhões – tributadas pelo lucro real – podem deduzir os gastos em até 1% sobre o Imposto de Renda. De acordo com dados do governo, cerca de 340 mil empregados usam o benefício. Em um ano, o valor movimento no setor de cultura foi de R$ 47,7 milhões. O comércio de livros, jornais e revistas representou 74% do consumo.
No entanto, os números estão bem abaixo das estimativas iniciais do Ministério da Cultura, que previa atender 860 mil pessoas, gerando um consumo de mais R$ 500 milhões até o final do ano passado.
Leia mais sobre como reter bons funcionários aqui.
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