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Dólar eleva preços de produtos do almoço de Páscoa

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Notícias 23 Mar, 2016
Neste ano, a refeição vai sair 15,17% mais cara do que no ano passado, de acordo com pesquisa da FGV

Neste ano, a refeição vai sair 15,17% mais cara do que no ano passado, de acordo com pesquisa da FGV

Por influência da taxa de câmbio, com o real desvalorizado em relação à moeda norte-americana, a Páscoa deste ano está 15,17% mais cara do que no ano passado. 

De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (22/03) no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a taxa supera a inflação acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano, que atingiu 10,37%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV.

O Ibre estima que itens importantes da Páscoa e que são importados como vinho, azeite e bacalhau, devem ficar no mínimo 25% mais caros do que no ano passado. O vinho deve ficar cerca de 28% mais caro, o azeite, 25% e o bacalhau, 30%.

André Braz, economista do Ibre, conta que mesmo os produtos nacionais devem ficar com preços maiores: "mesmo que [produtos nacionais] não sofram influência direta do câmbio, acabam subindo de preço, porque acompanham o preço dos concorrentes. Então, o consumidor acaba encontrando esses itens tradicionais da Páscoa muito mais caros”.

Itens de mesa mais populares, como hortaliças e legumes, também vão estar mais caros, segundo apuração do Ibre, devido à seca que o país enfrentou em 2015, além do pouco tempo para regularizar a oferta e demanda.

Com isso, “vários itens básicos acabam ficando muito mais caros”, disse Braz. Destaque para batata, com alta de 15,61%, e couve (16,26%), que são itens usados no preparo do almoço de Páscoa.

Para André Braz, a solução para o consumidor é usar a criatividade. Dividir a despesa com as pessoas que vão participar do almoço é uma alternativa.

“É uma forma de não pressionar o custo de vida de todo mundo. Cada um leva um ingrediente do almoço”.

Outra sugestão é procurar marcas alternativas, que embora sejam de qualidade, têm nível de preço mais baixo, além de peixes que substituam o bacalhau. “Pode ser uma boa opção para compor o almoço de Páscoa com um nível de preço mais baixo”, comentou.

O economista do Ibre-FGV assegurou, entretanto, que mesmo optando por produtos populares, não dá para fugir do aumento. "As famílias vão ver preços bem diferentes da Páscoa do ano passado", disse.

PRESENTE

Outra pesquisa nacional, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e Instituto Ipsos, revela que cerca de 75 milhões de brasileiros devem comprar algum tipo de presente na Páscoa deste ano.

Os 49% dos consumidores que querem presentear na data sinalizaram para um gasto médio real de R$ 45,14. De acordo com a Fecomércio-RJ, isso significa injeção de R$ 3,4 bilhões na receita do comércio brasileiro.

A pesquisa foi feita entre os dias 13 e 28 de fevereiro passado com 1,2 mil pessoas em 72 municípios de todo o país e mostra, ainda, que os ovos de chocolate lideram a preferência de 77% dos consumidores que pretendem ir às compras na Páscoa, apesar de apresentar queda de 5 pontos percentuais em comparação a 2015.

FOTO: Thinkstock

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