Levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revela que, dos brasileiros que vão sacar o dinheiro das contas inativas do FGTS, 39% usarão o recurso para pagar contas em atraso e 27% vão investir, guardar ou aplicar. Assim, dois terços vão preferir quitar dívidas ou poupar ao invés de comprar.
Ainda segundo a pesquisa - feita entre os dias 1º e 15 de março em todo o Brasil -, 21% dos consumidores que retirarão o FGTS não sabem o que fazer com o dinheiro. Já 10% pretendem reformar a casa, 3% devem viajar e 3% têm intenção de comprar alimentos e outros itens em supermercados.
Oportunidade
“Embora a maioria das pessoas não vá usar o dinheiro para consumir, há uma oportunidade para ser aproveitada pelo varejo, que deve investir em promoções, liquidações e marketing para atrair os 21% de consumidores indecisos”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Como o saque das contas inativas vai até julho, ele destaca que o FGTS pode contribuir para melhorar as vendas nas próximas datas comemorativas - Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados - além das férias escolares. “A Semana Santa e o Domingo de Páscoa abrem espaço para os supermercadistas. Já o Dia das Mães é a segunda data mais importante para o comércio. Ou seja: é preciso aproveitar esses momentos”, ressalta Burti.
Efeito multiplicador
O percentual de brasileiros que planejam usar o FGTS para quitar dívidas (39%) também cria uma possibilidade para o varejo, uma vez que tira o nome do consumidor da lista de inadimplentes e dá chance de novos crediários. “É um efeito multiplicador. Isso reabre condições de crédito que podem ser melhor aproveitadas se a queda dos juros for intensificada”, observa o dirigente.
O levantamento aponta ainda que 23% dos consumidores têm conta inativa para sacar, 68% não possuem e 9% não sabem ou não responderam.
Do universo de entrevistados, 87% disseram que sabiam sobre a medida e 93% mostraram-se favoráveis a ela. “A medida pode impactar positivamente nos índices de confiança dos consumidores”, frisa Alencar Burti. “A liberação das contas é muito bem-vinda e vem num momento oportuno. Representa uma ponte para o Brasil atravessar o resto da crise e entrar melhor no segundo semestre, que é quando realmente esperamos que a atividade econômica volte a crescer”, finaliza o presidente da ACSP.
Encomendada pela ACSP ao Instituto Ipsos, a pesquisa foi elaborada a partir de entrevistas domiciliares com 1.200 pessoas em todo o País, por amostra probabilística representativa da população brasileira de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2014). A margem de erro é de aproximadamente três pontos percentuais.
Veja na pesquisa na íntegra : link
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