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Dobra o número de brasileiros que vão a cinemas e teatros

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Notícias 29 Fev, 2016
Uma hipótese para explicar o fenômeno é que as mídias sociais contribuíram para disseminar os conteúdos e dar visibilidade a artistas

Uma hipótese para explicar o fenômeno é que as mídias sociais contribuíram para disseminar os conteúdos e dar visibilidade a artistas

Pesquisa nacional feita pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, revela o crescimento de hábitos culturais nos brasileiros nos últimos oito anos.

Foram ouvidos 1.200 consumidores em 72 municípios de todo o país entre os dias 2 e 14 de dezembro do ano passado.

O número de pessoas que disseram ter ido ao cinema e ao teatro cresceu 100%, passando de 17%, em 2007, para 35%, em 2015, e de 6% para 12%, na mesma comparação, mostra a pesquisa.

“Para surpresa nossa, uma boa notícia é que mais brasileiros estão indo, principalmente, ao cinema e ao teatro, ao contrário do que se imaginava com o avanço da internet, em que havia uma preocupação de o brasileiro diminuir sua ida a esses dois programas culturais, em função de estar mais conectado à internet, vendo filmes ou peças de teatro pelo celular ou computador. A gente não percebe isso na comparação mais dilatada, em oito anos, na medida em que dobraram os percentuais dos brasileiros que foram ao cinema ou ao teatro”, afirma Christian Travassos, gerente de Economia da Fecomércio-RJ, Christian Travassos.

Percentuais ainda são tímidos

Travassos ressaltou que os percentuais ainda são tímidos, em especial no caso de teatro, embora tenham mostrado avanço significativo.

Segundo afirma, as mídias sociais contribuíram para disseminar os conteúdos e dar visibilidade a artistas, “e isso colabora”.

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O gerente observou o crescimento do mercado promocional e de campanhas, feitas por meio de parcerias entre empresas de diferentes ramos, como bancos e cinemas ou academias e teatros. Segundo ele, elas vão ao encontro de uma necessidade de oferecer cada vez mais cultura à população.

Dos sete programas culturais pesquisados, só o item "visita à exposição de arte" permaneceu estável em 2015 em relação a 2007, com 8%.

No caso da leitura, o percentual aumentou de 31%, em 2007, para 36%, em 2015. “De 2007 para 2015, houve um avanço na escolaridade, que foi sentido na economia como um todo”.

Além dos lançamentos editoriais de sucessos ocorridos no período, e de feiras literárias, o mercado de trabalho mostrou aquecimento, e isso incentivou a adesão à leitura, afirmou Travassos.

Em oito anos, o percentual de brasileiros que afirmou ter feito pelo menos um programa cultural subiu 10 pontos percentuais, de 43% para 53%.

Em contrapartida, 47% dos entrevistados relataram não fazer nenhum programa de lazer cultural. Christian Travassos indicou que há ainda um grande caminho a percorrer para elevar os hábitos culturais dos brasileiros. “É um mercado a ser aproveitado ainda do ponto de vista tanto das empresas quanto do poder público”.

A falta de hábito foi a razão mais citada para o não consumo de bens culturais, “porque muitas dessas atividades, como museu, show de música, ler um livro, não têm custo”, disse o economista. O custo não é colocado como principal fator impeditivo.

A parcela dos que dizem não ter hábito cultural varia entre 63% e 88%. “É menor no caso de teatro e alcança 88% no caso dos que não leram um livro, na base da população como um todo”.

Entre os 47% que não fizeram nenhuma atividade cultural listada na pesquisa, o momento de lazer mais citado foi ver televisão, para 77% dos consultados, seguido da ida à igreja, com 24%.

FOTO: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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