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Desemprego impulsiona a procura por ‘bicos’ pelo país

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Notícias 25 Jan, 2016
Dos 20 mil usuários cadastrados na plataforma Bicos Online, 75% estão procurando trabalho

Dos 20 mil usuários cadastrados na plataforma Bicos Online, 75% estão procurando trabalho

Amanda de Souza dava aulas de inglês.Bruna Ribeiro trabalhava numa empresa farmacêutica. William Santos era funcionário de um hospital. Nos últimos meses, porém, a rotina deles mudou.

Amanda deixou a sala de aula e passou a vender lingerie, Tupperware e suplementos alimentares. Bruna largou o escritório e começou a costurar toalhas e fazer pães de mel. William perdeu o emprego e virou ajudante geral.

A mudança de curso na vida desses profissionais é o retrato do atual momento da economia brasileira.

Com a piora no mercado de trabalho e a perda do poder de compra por causa do aumento da inflação, milhões de trabalhadores começaram a recorrer aos chamados bicos, empregos esporádicos, para tentar manter o padrão de vida ou apenas para conseguir pagar as despesas básicas.

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Um termômetro do aumento da procura por esse tipo de trabalho são os dados da plataforma Bicos Online, que faz a intermediação entre o trabalhador e o contratante de serviços, como diarista, pintor, eletricista, pedreiro e motoristas.

Dos 20 mil usuários cadastrados no site, 75% estão à procura de trabalho e 25% querem contratar. No início de 2015, esses porcentuais estavam em 60% e 40%, respectivamente.

"A crise aumentou a procura por bicos. A partir do segundo semestre, a distância entre a oferta e a demanda passou a crescer mês após mês", afirma Marcos Botelho, sócio da Bicos Online, hoje disponível nas principais capitais do país e cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com ele, entre os que estão em busca de um serviço, 70% estão desempregados.

Um outro levantamento feito pelo Instituto Data Popular também revela a popularização dos bicos. De acordo com o levantamento, a quantidade de trabalhadores que fazem bico aumentou de 41% em dezembro de 2013 para 69% em dezembro do ano passado.

A pesquisa foi feita com 2 mil pessoas.

 

"O bico cresceu porque a inflação subiu muito, e o brasileiro, para não perder tanto o padrão de consumo, precisou trabalhar mais para comprar as mesmas coisas", diz Renato Meirelles, presidente do Data Popular.

No ano passado, o brasileiro passou a lidar com uma combinação perversa: o desemprego subiu e inflação ultrapassou 10%.

O Brasil perdeu 1,5 milhão de empregos com carteira de trabalho assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral e Desempregados (Caged) - o resultado foi o pior da série histórica iniciada em 1992.

 

O tempo para se recolocar no mercado de trabalho também aumentou. Um levantamento recente feito pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que o porcentual de desocupados há mais de sete meses subiu de 24,1%, em janeiro do ano passado, para 33,8% em novembro - o maior nível mensal desde 2006.

A faixa que mais cresceu foi a que inclui desempregados entre 7 e 11 meses, cujo porcentual dobrou no período, de 7,3% para 14,2%.

Enquanto isso, o porcentual de trabalhadores que conseguia emprego no curto prazo, em até 30 dias, caiu de 29,6% para 20,2%. A faixa entre 31 dias e seis meses ficou estável, com 46% dos desocupados.

DIFICULDADE

Gabriela Lelis, de 24 anos, tem enfrentando as dificuldades do mercado de trabalho. Por um ano, ajudou o tio, que é autônomo. "Não era um emprego que tinha todo mês", lembra a jovem, formada em sistemas de informação.

Neste ano, ela conseguiu uma vaga de três meses numa faculdade. Ela mora com os pais e a renda vai para ajudar nas despesas de casa. "Meu objetivo é encontrar um trabalho fixo. Por enquanto, é só temporário. Eles contrataram muita gente e estou fazendo o melhor para tentar ser efetivada."

Já a publicitária Mônica Humphreys, de 39 anos, tem emprego fixo e recorreu aos bicos para complementar a renda.

"Trabalho numa galeria de arte digital como diretora de marketing. Por interesse, fiz um curso de personal stylist e depois de organização pessoal, passei a trabalhar com isso para ter uma renda extra."

Além de uma conta no Instagram para divulgação do trabalho e do boca a boca, há quatro meses ela se cadastrou na Bicos Online. "Já fiz quatro trabalhos por lá." 

Foto: Thinkstock

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