Apesar de o juro fixado pelo Banco Central (BC) estar no menor patamar já visto, em 6,5%, o crédito está longe de ser o mais barato da história.
Em todas as linhas bancárias mais populares para o consumidor, como crédito pessoal, veículos e cartão de crédito, a taxa atual é maior que a praticada no início de 2013.
Naquele período, a taxa básica de juros (Selic) era maior (7,25%), mas o Brasil convivia com o menor custo de crédito verificado até hoje.
O juro do cheque especial mais do que dobrou. Bancos dizem que cortaram taxas recentemente, mas que é preciso atacar problemas com o poder público.
Na próxima terça-feira, os bancos devem anunciar regras para baratear o cheque. Números do BC mostram que nos últimos meses houve redução das taxas cobradas dos clientes diante dos cortes consecutivos do juro básico.
A queda, porém, não foi suficiente para tirar a sensação dos consumidores de que o crédito continua caro. E os dados estatísticos confirmam essa percepção.
Quem usa o limite da conta corrente, por exemplo, pagou em fevereiro juro anual de 324,1%. É mais do que o dobro do verificado cinco anos antes, quando estava no patamar mínimo histórico, de 136,5%, em maio de 2013.
O mesmo ocorre em outras operações. A taxa do cartão parcelado, que hoje está em 174,3%, era de 100,1% em abril de 2013.
Também houve aumento no crédito pessoal e de veículos. Até o rotativo do cartão, que ganhou novas regras, está mais caro que há cinco anos.
"Em 2013, os bancos públicos reduziram juros na marra. A presidente Dilma Rousseff queria baratear o crédito e usou as estatais, mas os concorrentes não foram atrás", diz o coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Getulio Vargas, Rafael Schiozer. "Como os privados não seguiram, os públicos acabaram subindo o juro depois. Era uma situação artificial."
Ainda que, na média, grandes bancos estejam praticando juros maiores que os de 2013, dados do BC confirmam a avaliação de Schiozer: a alta de custos nos públicos foi, proporcionalmente, maior do que na concorrência privada.
Incerteza. O professor de finanças do Insper, Ricardo José de Almeida, diz que outra explicação pode estar na maneira como a qual os bancos estabelecem o preço do crédito.
"Como esses números foram ruins no passado recente, o juro embute maior incerteza. Em 2013, os anos anteriores tinham sido muito bons e, por isso, os parâmetros eram melhores", diz.
Ou seja, ao contrário de 2013, quando a economia descrevia uma curva descendente, mas ainda carregava os resquícios de bons resultados anteriores, agora a conjuntura econômica inicia uma lenta recuperação, ainda amargando a sequência de recentes saldos ruins. Schiozer acredita que esses parâmetros melhorarão com a continuidade da retomada da atividade. Mas tem dúvida se isso se transformará em juro menor.
"É uma questão competitiva. Há pouca competição e isso leva o juro para cima."
Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirma que o setor "tem aproveitado a queda da taxa Selic para reduzir também o custo do crédito ao consumidor" e que há linhas em que a redução do juro foi mais acentuada que o visto no juro básico anunciado pelo BC.
Para a redução estrutural do custo do crédito, "é preciso atacar os custos excessivos que oneram a concessão de crédito no Brasil". A entidade argumenta ainda que no Brasil há "custos elevados da intermediação financeira".
IMAGEM: Thinkstock
R. Monsenhor Rosa, 1940 - Centro
Franca - SP - CEP 14400-670
Atendimento:
Seg. a Sex. das 8h às 18h
Dúvidas, Reclamações e Sugestões
Entre em contato conosco:
(16) 3711-1700 - (16) 99973-0195
CNPJ: 47985577/0001-63
© ACIFRANCA. Todos Direitos reservados. Desenvolvido por Agência ACIF + Sophus Tecnologia