Os bancos de pequeno e médio portes do Brasil tiveram de rever seus modelos de negócios para lidar com o difícil ambiente operacional do país, segundo a Fitch.
O sucesso dessas instituições, que totalizam cerca de 50 e que oferecem uma gama similar e limitada de produtos e serviços para clientes de varejo e comerciais, depende amplamente de um ambiente que lhes dê sustentação, afirma a agência de classificação de risco.
Na avaliação da Fitch, esses bancos tendem a crescer rapidamente e mostrar bom desempenho quando a economia se expande com força e a demanda por crédito é alta.
No entanto, a demanda doméstica teve forte queda e a Fitch prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofrerá contração de 3,3% em 2016, após encolher 3,8% em 2015, com uma recuperação prevista apenas para 2017.
Essa situação está prejudicando os bancos brasileiros menores e seus indicadores de desempenho estão se enfraquecendo, diz a Fitch.
"Com algumas exceções, como o Banco Daycoval e o Banco ABC Brasil, muitos bancos de segunda linha tiveram fracos resultados ou perdas operacionais em 2015 e no primeiro semestre de 2016", ressalta a agência.
Os ratings internacionais atribuídos pela Fitch a 11 de 13 dos bancos brasileiros de segunda linha têm perspectiva negativa, em linha com o setor bancário de modo geral e com o rating soberano do país.
A perspectiva de crescimento desses bancos no curto prazo é limitada, devido à recessão e à migração de grandes bancos para áreas típicas de instituições menores, como empréstimos consignados, diz a Fitch.
IMAGEM: Thinkstock
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