Uma pesquisa da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras), divulgada em dezembro de 2019, aponta que o volume anual de negócios gerados por feiras e congressos representa R$ 305 bilhões apenas no Estado de São Paulo. O montante equivale a 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Esse setor, que recebe 8,2 milhões de visitantes em mais de 742 eventos que realiza anualmente, também sofreu os impactos das medidas de isolamento social necessárias para enfrentar o novo coronavírus.
Outro levantamento, esse mais recente, realizado entre 14 e 22 de abril pela Ubrafe em parceria com o Sebrae e a Abeoc (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), mostra que a pandemia impactou 98% das empresas do segmento, com uma média de 12 eventos cancelados ou adiados por empresa.
A Abrin, tradicional feira do setor de brinquedos, realizada de 8 a 11 de março, foi uma das últimas que conseguiu seguir o calendário, segundo Abdala Jamil Abdala, presidente do Conselho de Administração da Ubrafe. Já as agendadas para meados de março, abril e maio foram adiadas em função da quarentena.
"Os expositores tiveram que fazer um esforço conjunto para realizá-las entre agosto e dezembro", afirma Abdala, destacando que foi um 'massacre' para o setor, que teve de se adequar à nova realidade. "Felizmente, tanto os promotores como os pavilhões se uniram no sentido de se adaptarem para realizar as feiras ainda em 2020."
De adiamentos para o 2º semestre ou postergações para 2021, a cadeia de negócios do setor, formada na maior parte por MPEs, já deixou de alavancar R$ 900 milhões, segundo Armando Campos Mello, presidente executivo da Ubrafe. "Mas, assim como na China (que já voltou com as feiras), a expectativa é de retomada."
A pesquisa feita em parceria com o Sebrae dá uma ideia disso. Das 2.702 empresas do setor entrevistadas, 64% não pretendem demitir nos próximos três meses. Outras 35% negociaram crédito para realizar os eventos futuramente.
Apesar de 54% terem registrado queda no faturamento no período, e 37% não terem recebido nada, quase 60% acreditam na retomada das atividades de imediato ou nos próximos seis meses.
Com o retorno dos eventos previsto a partir de 15 de julho, segundo Mello, a volta seguirá as "condições sanitárias e de segurança" necessárias para atender o novo comportamento do visitante, que deve mudar. "Há mais de R$ 300 bilhões a serem movimentados, e todos querendo vender. O setor tem que estar pronto."
Trazer a experiência das feiras de negócios para o digital também será essencial na retomada, segundo disse Maurício Macedo, diretor geral da Cipa Fiera Milano, em live realizada pelos grupos Radar & TV e R1 na última quarta-feira (29/4).
"A tecnologia chegou para amplificar a digitalização de eventos híbridos (presenciais e on-line), mas a pandemia forçosamente nos fez acelerar esse processo", afirma, dizendo que, além de ser uma das grandes tendências do setor, essa será uma forma de manter vivo o produto nos 365 dias do ano, com feira ou não.
Ao ser perguntado se o setor não teria perdas com esse avanço do on-line no fechamento dos negócios, Macedo foi categórico. "Nada substitui o face-to-face", acredita. Mas com a devida distância (pelo menos por enquanto).
A seguir, confira a lista com as novas datas das principais feiras voltadas ao varejo e serviços em 2020:
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