Conversar sobre dinheiro é fundamental para encontrar o equilíbrio que levará à realização dos sonhos de casais apaixonados
Namoro e casamento podem ser sinônimos de felicidade, mas quando não existe uma conversa franca a respeito do dinheiro vem o choque de realidade. De acordo com Gustavo Cerbasi, especialista em finanças pessoais e autor do best-seller Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, o planejamento financeiro deve estar na frente de muitas decisões dos casais, sejam eles recém-formados ou mais experientes.
Ele explica que a queda do padrão de vida que o casamento traz no começo é natural. E é preciso trabalhar para que essa curva tenha uma trajetória de alta no decorrer dos anos. Mais do que planejamento financeiro, ambas as partes precisam buscar equilíbrio na relação que têm com o dinheiro. E isso é puramente comportamental.
Defensor da flexibilidade no orçamento – sempre acompanhada de metas de poupança para a realização de sonhos e para a aposentadoria – Cerbasi destacou que o casal não deve cortar os pequenos gastos com as recompensas individuais e deve racionalizar as grandes despesas, como com casa, carro e escola.
O especialista disse que a conversa sobre dinheiro não deve ser pautada pelo certo e pelo errado e sim pela busca de limites para ambos. "Um casal sempre começa na unidade, mas aos poucos a personalidade de cada um em relação ao dinheiro se revela. E quando um esconde um grande gasto ou problema financeiro do outro, por muito tempo (um ano ou mais), vira traição mesmo."
E quando um é poupador e o outro gastador?
No começo de um relacionamento, um é a cara-metade do outro. Dez anos depois, esse discurso acaba e é grande a chance de um ter um impulso mais gastador e o outro, mais controlador. "Após o casamento, a tendência é que o gastador consuma mais porque se sente protegido pela competência do outro em economizar. O poupador se sente ameaçado pelo consumo desenfreado de seu par e guarda mais. Os comportamentos se polarizam ao longo do tempo", explicou Cerbasi.
O melhor jeito de lidar com isso é que um entenda o comportamento do outro e valorize suas qualidades. A dica é combinar de evitar exageros em ambos os lados, para colher o melhor de cada perfil, para o presente e para o futuro.
Como valorizar as diferenças?
As diferenças de ambos os aproximaram durante o namoro. "A ideia de viver melhor o presente encanta o poupador. E o gastador encontra alguém com pé no chão. Esse complemento na vida de ambos ajuda a criar a paixão e a vontade de estar junto. Os opostos se atraem na questão do dinheiro", disse. O pior que pode acontecer na vida do casal é um querer anular o sentimento do outro – e exigir uma personalidade diferente da que conheceu no namoro. "É importante separar uma verba para se cuidar para o seu par manter a paixão acesa. Isso não acaba nunca."
Conta conjunta ou individual?
Cerbasi afirmou que a escolha deve ser feita depois de uma boa conversa sobre dinheiro, com o objetivo de descobrir quem é o impulsivo da relação.
"E isso não é doença, é da natureza da pessoa mesmo. O descontrolado precisa apenas de regras. Uma delas pode ser ter uma conta particular para concentrar o consumo pessoal. O ideal é cada um depositar uma mesada meio a meio em conta particular para os gastos pessoais", recomendou o especialista.
Se o casal for totalmente afinado em relação a objetivos e regras, Cerbasi disse que a conta conjunta torna tudo mais simples, com a desvantagem de dar um pouco mais de trabalho na hora de declarar o Imposto de Renda (IR). Mesmo assim, o especialista defende que uma quantia fique em um cartão separado, até mesmo para preservar a independência e liberdade financeira de cada um.
"É um valor que a pessoa pode gastar por impulso ou doar sem dar satisfação ao parceiro. Serve até para fazer aquela surpresa. Não é agradável quando o outro sabe que presente vai ganhar no aniversário de casamento", disse.
E quando um ganha mais que o outro?
Cerbasi disse que as diferenças de renda de um casal só se mantêm por muito tempo se o que tem salário menor atua como suporte do que tem renda maior. Muitas vezes esse suporte é fundamental para que a renda do outro continue crescendo.
Um exemplo é um profissional bem-sucedido que tem uma esposa que precisa parar de trabalhar porque o filho tem alergia a leite em pó. "É preciso entender que a renda não é particular depois do casamento. É da família. Se a carreira de um dos dois fracassa, o outro tem de estar preparado para assumir. Isso vale para o homem e para a mulher", observou Cerbasi.
Comunhão ou separação de bens?
Como o número de divórcios cresce no País (alta de 161% em 2014 sobre 2004, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a maioria dos casais opta pela proteção do regime de comunhão parcial de bens. Ao escolher essa opção ambos dividem meio a meio os bens conquistados após o casamento no caso de divórcio.
"É uma defesa para quem não conhece muito bem o sentimento do outro em relação ao dinheiro. Mas quando ambos têm uma conversa muito franca sobre o assunto e não temem o divórcio, o regime de separação total de bens passa a ser o mais inteligente. Nesse regime, ambos conseguem ter o dobro de benefícios ao declarar o IR (dois limites de isenção, de dedução de gastos com educação e despesas médicas)."
Ele disse que se o regime de separação total de bens for combinado a uma estratégia de construção de patrimônio se torna interessante e rentável. "Mas é para casais que tem um nível de educação financeira elevada. De forma geral, considerando a média da população brasileira, o mais recomendado é a comunhão parcial de bens", destacou.
Investir junto ou separado?
Investir é fundamental para realizar sonhos. É importante que o casal não esqueça de que há três tipos de sonho: o da família (planejamento para ter um filho e trocar de casa), o da aposentadoria e os individuais (que sempre são diferentes).
Reservar dinheiro para que todos estejam bem é missão do planejamento financeiro do casal. "É importante para que ninguém se sinta prejudicado porque só ajuda a construir o patrimônio da família e não colhe nada. Quando isso acontece essa pessoa acaba sabotando o planejamento. É preciso conversar para ver o que tá faltando para essa pessoa ser feliz."
FOTO: Thinkstock
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