Adegas comemoram procura pela bebida por diferentes públicos

Seja no calor, com vinhos brancos, rosés e espumantes ou no clima mais frio, com a predominância dos tintos. O fato é que os brasileiros estão tomando mais vinhos. Uma pesquisa realizada pela Wine, maior clube de assinatura de vinhos do mundo, em parceria com a MindMiners, apontou a bebida como a preferida de quase metade dos entrevistados – 49% e que a pandemia de Covid-19 trouxe novos hábitos de consumo.

O levantamento foi realizado em outubro de 2021, com cerca de 900 homens e mulheres, de todas as regiões do Brasil, que compraram vinhos nos últimos 18 meses antes da pesquisa e a partir de R$ 30 o preço da garrafa.

Em Franca, esse comportamento trouxe reflexos positivos. Novas adegas abriram as portas na cidade e as já existentes, aprovaram o crescimento do mercado. Esse é o caso, por exemplo, da Adega Cacá Bebidas. Com 38 anos de atividade, a empresa reúne cerca de 2 mil rótulos de vinhos nacionais e importados e percebeu, nos últimos meses, um aumento na procura pelos produtos. “Mais pessoas estão entrando no mundo do vinho. São jovens entre 20 e 30 anos, querendo aprender. Percebemos também um interesse maior pelo público feminino. As mulheres passaram a tomar a frente na escolha de um rótulo”, diz o gerente comercial da Cacá Bebidas, Sérgio Henrique. Para ele, o surgimento de novas adegas também mostra o potencial da cidade e permite uma conexão entre o segmento. “A gente sente esse crescimento e isso é muito bom. Talvez eu não tenha um rótulo, mas outra adega tenha e podemos fazer essa indicação”, completou.

Sócio proprietário da Qualidade & Requinte Vinhos Finos e Produtos Especiais, Anselmo Roloff compartilha da mesma opinião. Para ele, o vinho precisa ser desmistificado e a abertura de mais adegas na cidade contribui nesse sentido. “O leque de ofertas aumenta e desperta o interesse. Com mais pessoas consumindo, todo mercado é beneficiado”. “A Qualidade & Requinte existe há 22 anos e além da venda de vinhos nacionais e importados, promove, por meio de agendamento, a ‘Conversa Sobre Vinhos” em que realiza a harmonização e degustação de cinco rótulos acompanhados de aperitivos.

Com a missão democratizar o mundo do vinho para que mais pessoas possam consumir a bebida, a Grand Cru aportou em Franca recentemente. A franquia, inaugurada em novembro do ano passado, tem mais de 130 lojas, algumas próprias e trabalha com 300 rótulos de diferentes países como Argentina, Uruguai, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Portugal e Israel. “Como apaixonados por vinhos e conhecendo a qualidade e seriedade da Grand Cru, nós os procuramos. Eles já tinham, um estudo sobre Franca e estávamos no radar de expansão de franquia. Franca merecia uma loja desse porte”, revela Amanda Silva Careta, sócia diretora da unidade. “Os francanos gostam de vinhos e têm buscado cada vez conhecer mais. Percebemos uma crescente procura por vinhos de qualidade”.

Uma das mais novas nesse segmento em Franca, a Adega Dissul comemora a receptividade por parte dos consumidores e oferece aproximadamente mil rótulos de vinhos nacionais e importados, além do serviço de montagem de cestas e tábuas de frios. “Acreditamos que a cada dia, o interesse por vinhos no Brasil de forma geral tem crescido bastante e, aqui em Franca também. Isso, graças a toda gama de opções e mercados diferentes mais acessíveis ao consumidor”, diz Mônica Daher, proprietária da adega.

PREFERÊNCIA

Há três meses em Franca, a Adega Dissul confirma o crescimento na procura por vinhos, principalmente os tintos, nessa época e aponta os “mais jovens, frutados e leves” como os preferidos dos consumidores. “O gosto varia muito, mas esses são os preferidos, mas também tem muita saída os mais maduros, encorpados e intensos”, aponta Mônica.

Segundo Amanda Silva Careta, da Grand Cru, a baixa temperatura colabora para o consumo de vinhos na cidade, pois o vinho “é uma bebida aconchegante, que remete à tranquilidade e bons momentos e harmoniza muito bem com todos os tipos de culinária”.

Para o gerente comercial da Cacá Bebidas, Sérgio Henrique, os tintos são os mais procurados e as vinícolas nacionais lideram a preferência. “Acredito que em razão da evolução das vinícolas do sul, o francano tem buscado valorizar o que é produzido aqui”.

Em relação aos preços, as adegas francanas comercializam vinhos a partir de R$ 15, podendo os mesmos chegar a R$ 5 mil um rótulo.