Abrir o próprio negócio pode ser a realização de um sonho, porém o verdadeiro desafio está em mantê-lo em funcionamento, de maneira rentável e em constante crescimento. A tarefa é árdua e reflete nos indicadores nacionais. Segundo o Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia (IBGE), o índice que estabelece a relação entre o número de empresas que fecharam e o total de empresas existentes cresceu e atingiu o patamar de 16,1% em 2016. Mas, com as estratégias certas e o planejamento adequado, é possível obter sucesso na empreitada.
A contribuição econômica das micro e pequenas empresas para o país é grande. De acordo com estudo realizado pelo Sebrae, em agosto de 2018, elas geraram 70,8 mil vagas, o que representou 64% do total dos postos de trabalho preenchidos no país com carteira assinada no período. As médias e grandes empresas, por sua vez, geraram 39,2 mil empregos.
Ainda segundo o levantamento, o acumulado entre janeiro e agosto do ano passado nos pequenos negócios foi de 475,6 mil empregos gerados. Apesar da boa estatística, entrar para o mundo empresarial não é algo simples. Para que os planos saiam do papel, um ponto fundamental é investir em conhecimento, para adquirir bagagem teórica que permita sustentar a caminhada no universo corporativo. Foi o que Liniker Silva Cruz fez. Aos 23 anos decidiu investir em uma nova fonte de renda familiar e, para isso, buscou apoio nos cursos de Salgadeiro e Doceiro do Senac Franca.
“Minha mãe trabalhava em escolas infantis, mas, no início de 2017, foi diagnosticada com um problema de coluna que não permitiria mais que ela pegasse peso. Então, nós decidimos apostar no ramo da culinária, que sempre tivemos interesse, e, juntos, fomos fazer os cursos, a fim de adquirir conhecimento sobre como fazer doces e salgados para festas. Esse passo foi essencial para nos dar base para abrir o negócio próprio”, conta Liniker.
O jovem também afirma que as técnicas aprendidas durante as aulas, como o modo de preparo dos alimentos e a combinação de produtos, foi o divisor de águas para alavancar as vendas da família. “Saímos do básico para oferecer aos clientes variedade e, com isso, nossas encomendas triplicaram.” Segundo ele, no início do negócio, recebiam, em média, duas encomendas por mês. Hoje, são de duas a três por semana, isso sem contar os produtos que o jovem vende de porta em porta durante a semana, como pães e quitutes. “A qualidade dos alimentos que oferecemos é fruto do conhecimento adquirido em aula.”
Desenvolver um olhar empreendedor significa saber identificar oportunidades e aproveitá-las da melhor maneira possível para o bem coletivo ou individual, conforme pontua Deodato Borges, docente da área de gestão e negócios do Senac Franca. No entanto, o especialista ressalta que uma ideia nem sempre é sinônimo de rentabilidade e, por isso, outros fatores precisam ser levados em conta. “Para abrir uma empresa é preciso ter um plano de negócio com objetivos claros e bem definidos, além de ter estratégia para alcançá-los e uma previsão de custo. Jamais trabalhe com suposições. Crie planilhas para controlar os gastos, assim poderá saber para onde seu dinheiro está indo e reduzir o risco de falência”, orienta Deodato.
O profissional ainda afirma que é preciso pensar nos clientes como um braço forte da empresa. Planejar maneiras para atrair e fidelizar as pessoas é garantia de giro de capital. “Busque entender seu consumidor, dê voz a ele. Essa é uma linha que poucas empresas seguem, mas que dá certo. Implante uma cultura de valores, para que as equipes de atendimento e vendas possam alcançar a excelência”, diz o docente do Senac.
Com esses passos bem-delineados, gerir o negócio próprio pode trazer grandes resultados. Adriana Forte, por exemplo, investiu em conhecimento quando resolveu abrir uma gelateria, pois entende que o aprendizado faz a diferença no sucesso de um empreendedor. Ex-aluna do curso Técnico em Nutrição e Dietética do Senac, ela optou por abrir a gelateria em 2015, no entanto, o sonho já a acompanhava desde 1994, quando, em uma viagem internacional, conheceu o formato diferenciado de sorveteria. Na época era formada em administração e faltava aprimoramento no campo gastronômico.
“Fazer um curso voltado para o setor de alimentos permitiu que a gelateria virasse realidade antes mesmo de me formar. Comecei fazendo picolés em casa e vendendo para os meus amigos. A qualidade do produto fez dessas pessoas meus primeiros clientes fidelizados. Hoje, tenho um ponto comercial que já se sustenta”, conta a empresária.
Para que negócios como os de Adriana e Liniker possam prosperar, o especialista da área de gestão e negócios do Senac Franca pontua que é fundamental empreender diariamente. “Ser empreendedor é saber determinar quais produtos ou serviços serão ofertados de maneira inovadora aos clientes. É saber utilizar as dificuldades que podem aparecer no dia a dia a seu favor e quebrar paradigmas. Olhar as mudanças do mercado e criar sempre”, explica Deodato.
Buscar continuamente cursos para aprimorar as habilidades profissionais é outro ponto de atenção. No Senac Franca, há diversas oportunidades na área de gestão e negócios, como: A Arte de Encantar o Cliente; Administração Financeira; Desenvolvimento de Liderança; Finanças: relatórios importantes para o empreendedor; Finanças: o que preciso para saber empreender; e Gestão de Custos e Formação de Preço. Para mais informações, basta acessar o portal www.sp.senac.br/franca.
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