Por Jamille Niero
A comercialização de itens sustentáveis tem atraído o interesse de muitas empresas de todos os portes pela demanda crescente dos consumidores. Segundo análise de vendas no varejo da consultoria Nielsen, as marcas que demonstram comprometimento com a sustentabilidade cresceram mais de 4%, enquanto aquelas que não exibem tais atributos avançaram menos de 1%.
O estudo, de 2014, aponta ainda que 65% do total das vendas em nível mundial foi gerado por marcas que transmitem compromisso de valor social e/ou ambiental.
Outro levantamento da mesma consultoria, de 2015, indica que o engajamento com o meio ambiente tem o poder de influenciar a compra para 45% dos consumidores entrevistados. E isso vale dos alimentos aos cosméticos.
De olho nessa demanda surgiu a Veggie Box, que por meio de assinatura de valor fixo (de R$ 59,90 a R$ 239,90), entrega na casa do consumidor uma caixa com produtos veganos, naturais e não testados em animais. Hoje estão disponíveis três tipos: beleza e slim (itens de beleza), snack box e super (lanches e aperitivos) e men (beleza para homens). Em breve, mais duas – baby veggie, focada em bebês, e pet, para animais de estimação – devem entrar em circulação.
Segundo a diretora da Veggie Box, Samyra Cunha, a ideia surgiu em 2014, ao perceber que havia uma carência na divulgação do mercado de cosméticos orgânicos e veganos e dificuldade das companhias em comercializar essas mercadorias pela falta de informação ao consumidor final. “Em novembro de 2014 iniciamos uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar a fundação da startup. Ultrapassamos a meta e iniciamos as atividades em fevereiro de 2015”, relata.
Samyra conta que seu público é formado na maioria por mulheres veganas e calcula que a base de clientes seja composta por cerca de mil assinantes ativos. Apesar de não revelar números, a empreendedora comenta que, por operar com itens de alto valor agregado, sentiu o efeito da crise econômica. “Estamos buscando alternativas com planos mais acessíveis e aumentando a qualidade final”, explica sobre a estratégia para contornar a crise.
Produção e vendas
Outra empresa que desde a criação já levava em conta fatores como responsabilidade social e ambiental é a The Body Shop (TBS), fundada em 1976 no Reino Unido. A corporação não realiza testes em cobaias nem utiliza substâncias de origem animal. Outro traço da marca é usar as lojas e produtos para comunicar questões ambientais e de direitos humanos aos consumidores e ao mercado.
No Brasil está presente desde outubro de 2014, quando iniciou uma joint venture com a gaúcha Empório Body Store. Hoje, possui 100% da empresa nacional e soma 104 lojas franqueadas e dez no modelo de quiosque.
“A TBS é a quarta maior varejista do Brasil, considerando concorrentes em número de pontos de venda”, ressalta Karina Meyer, diretora de Marketing da The Body Shop Brasil. Apesar de não revelar números como o faturamento, ela frisa que mesmo diante de um cenário econômico negativo o plano é continuar investindo no País e expandindo a marca.
De acordo com ela, a The Body Shop foi bem recebida em solo brasileiro devido à população ser uma das que mais entende os conceitos de sustentabilidade e biodiversidade. “Nossa meta é desenvolver produtos que mais do que minimizar o impacto ambiental causado, consigam proteger a região de origem dos ingredientes. Por isso, temos no Brasil três comunidades que fornecem insumos”, diz.
Segundo Karina, o brasileiro está cada vez mais consciente com relação ao que consome, resultando no aumento da demanda por mercadorias sustentáveis, mesmo que tenha que desembolsar um valor maior comparado às tradicionais.
Contudo, ressalta que isso está mudando, uma vez que o mercado trabalha para reduzir o preço ao consumidor final. “Hoje é possível encontrar produtos sustentáveis e com ingredientes naturais, como os da The Body Shop, a valores mais acessíveis e justos, o que faz com que a decisão fique mais fácil”.
Para a assessora do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, Cristiane Cortez, ações como a da The Body Shop são positivas pois, ao comprar de produtores e comunidades locais, a empresa muitas vezes ensina medidas sustentáveis, como dicas de preservação e planos de negócios. “Acaba agregando valor mesmo em coisas que a companhia não vai comprar daquela comunidade, em ação que beneficia toda a cadeia, inclusive quem vende”, considera.
Cristiane aponta ainda outras medidas importantes, como a redução do uso de embalagens ao disponibilizar itens no formato refil, e o cuidado com a logística das entregas. “Precisa ter um bom planejamento para otimizar os recursos, pensando no impacto ambiental e no custo também”, frisa.
Uma tendência que pode ser adotada pelos empreendimentos que querem aplicar a sustentabilidade é realizar a entrega em locais mais próximos com bicicletas em vez de carros, sugere a assessora. “É uma preocupação com o transporte e a logística”.
O que é um produto sustentável?
De acordo com definição do Sebrae são aqueles que geram menos perdas, por serem recicláveis, mais duráveis, conterem menos substâncias prejudiciais ou tóxicas, ou porque seu processo de produção consome menos energia. São considerados sustentáveis também aqueles que geram renda para cooperativas, artesãos ou comunidades de baixa renda.
Contudo, para considerar um item sustentável, é necessário medir seu desempenho em relação a um similar-padrão. Nessa comparação, é avaliado se ele possui melhor desempenho ambiental ao longo do ciclo de vida, com função, qualidade e nível de satisfação igual ou superior ao concorrente comum.
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