Quais são as melhores oportunidades de negócio? Eu ouço essa pergunta o tempo todo e respondo repetidamente a mesma coisa: a melhor ideia de negócio é aquela que toca o seu coração. As pessoas não engolem essa recomendação simples (ou simplista, dependendo do seu ponto de vista), pois parece um clichê, e algo bem óbvio. Esses são os comentários mais frequentes que eu costumo ouvir – e as minhas respostas a eles.
Mas e se o que eu gosto de fazer não dá dinheiro? A lógica é a seguinte: se eu gosto de fazer, vou fazer bem; se faço algo bem feito, vão valorizar o que eu faço; consequentemente, vão pagar mais. Na verdade, a pergunta que você deve fazer para si mesmo é: quanto dinheiro você quer fazer com esse negócio? Quer ser milionário? Dinheiro é sua medida de sucesso? Pode ser que eu te deixe chocado ao dizer que dinheiro não é o mais importante. Se você tiver duas ideias de negócio - uma que dá muito dinheiro, mas você não gosta de fazer, e outra que você adora fazer, mas não dá muito dinheiro -, a probabilidade é que você seja mais feliz com a segunda, mesmo que só proporcione o suficiente para sobreviver. Acredite, você não vai aguentar fazer algo apenas pelo dinheiro por muito tempo. O dinheiro não garante sua motivação por um período prolongado. Vai chegar uma hora em que você vai olhar no espelho de manhã e se perguntar: “Será que o dinheiro que eu ganho com esse negócio compensa o aborrecimento que estou sentido?” Infelizmente, é muito provável que você continue fazendo o que não gosta, porque se tornou escravo do dinheiro que ganha.
Quais as chances de perder o prazer ao transformar paixão em obrigação? Não vou mentir, as chances são grandes. Todo mundo gosta dos seus hobbies até a hora que viram trabalho: nesse momento, todo o encanto se quebra. Mas eu sugiro que você continue firme, porque essa transição difícil faz parte do processo. O que perturba o empreendedor não é o fim do prazer, e sim o surgimento de atividades que todo negócio exige, e que você não tinha que fazer enquanto aquilo era apenas um hobby. Você continua gostando do hobby, mas agora tem que fazer outras coisas, como cuidar da parte financeira, atender clientes, fazer parcerias, vender, etc. E, como você não está familiarizado ou não gosta de muitas dessas atividades, o prazer se esvai. Acontece que, se você insistir com sua ideia, em algum momento vai adquirir porte suficiente para contratar. Daí, vai poder chamar pessoas para fazer aquilo que você não gosta. Com isso, ficará livre para se dedicar apenas à parte prazerosa do seu negócio, e voltar a ser feliz com sua paixão.
Gostar de algo não significa que sou bom naquilo. Não necessariamente. Mas as chances de aprender e ficar bom em algo que aprecia são maiores do que isso acontecer com algo que não te agrada. Além disso, estamos falando de um negócio, e não de uma atividade autônoma. Você precisa amar esse tema porque vai ser parte importante do seu dia-a-dia. Mas isso não quer dizer que você precisa fazer a coisa, ficar na linha de produção e efetivamente construir o produto ou serviço você mesmo. Ser apaixonado pelo assunto vai te ajudar a ter a motivação necessária para aprender sobre o tema, falar com especialistas, ser convincente em suas vendas, fazer parcerias no setor, interessar-se genuinamente pelo negócio, ter o brilho nos olhos quando fala sobre o assunto e, com isso, cativar seus clientes. É isso que importa e é isso que diferencia um empreendedor de um artesão, aquele que sabe fazer bem.
No meu negócio, tenho que fazer o que gosto ou gostar do que faço? Se você está trabalhando com um determinado assunto pela primeira vez, é possível fazer o caminho inverso, e, com o tempo, aprender a gostar do que faz. Minha recomendação é que as pessoas procurem, ao longo de sua vida, experimentar um pouco de tudo. Quanto mais diversificadas forem suas experiências, maiores são as chances de saber o que gosta e o que não gosta também, facilitando a escolha de uma boa oportunidade.
E se não tiver mercado para o que eu gosto? Esse é um risco alto. A melhor forma de diminuir esse risco é introduzir o produto aos poucos. Comece com amigos, família, conhecidos. Faça um protótipo e vá fazendo adaptações e ajustes no seu produto e serviço, na medida em que ele é exposto para o potencial mercado. Até chegar o dia em que o produto que você tem agora é totalmente diferente do produto que você havia concebido. Isso se chama desenvolvimento do mercado. Você não acha um mercado para o seu produto, você faz o seu mercado desenvolver o seu produto. Basta ter a coragem de se desprender de sua ideia original para acomodar o que o cliente quer. Testes de conceito servem para isso, para ir pegando os feedbacks do cliente e incorporar melhorias e mudanças no produto. O produto que faz o negócio ser bem-sucedido não é necessariamente o que você pensou, mas aquele que acabou se desenvolvendo a partir das iterações com o cliente/mercado.
E essas listas de boas ideias e boas oportunidades? Esqueça todas elas. Uma boa oportunidade é única, só você ou poucos identificaram. A paleteria mexicana só foi uma boa ideia para os primeiros que começaram o negócio, os pioneiros que assumiram os primeiros riscos de explorar este conceito e desenvolver um novo mercado. Depois que o modelo foi provado como bem-sucedido, deixou de ser uma boa ideia, pois a competição ficou maior, e tornou-se mais difícil se posicionar no mercado. Por isso, acredite: se uma oportunidade de negócio parece boa porque apareceu em algum estudo, provavelmente você e mais uma centena de pessoas pensou a mesma coisa. E outras pessoas com mais competência, ideias, contatos ou motivação do que você terão melhores chances de ser bem-sucedidos.
E se o potencial de crescimento for pequeno? Vamos supor que você gosta de pipoca. Isso significa que você precisa ter um carrinho de pipoca e viver sua vida inteira com um pequeno negócio de subsistência? Claro que não. Use a criatividade e você verá que todo negócio que começa pequeno tem chances de crescer em larga escala. Só para pegar o exemplo da pipoca, existem pelo menos dez ideias de negócio com alto potencial de crescimento: você pode produzir e distribuir máquinas de pipoca; pode criar temperos especiais de pipoca; pode criar uma nova marca de pipocas para micro-ondas; pode produzir e distribuir pipocas prontas no varejo. Até mesmo seu carrinho de pipoca pode virar uma marca gourmetizada e crescer via franquia. Qualquer negócio pequeno pode se tornar um grande negócio. A pergunta que você deve fazer é se você quer mesmo se tornar grande. Conduzir um grande negócio não é para todos. E o encanto realmente se quebra depois que este se torna grande. Então, talvez seja este realmente o seu verdadeiro dilema.
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